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Significado de Deuteronômio 12:4-7

Moisés instrui os israelitas a adorar ao Deus Susserano (Governante) no lugar que Ele havia escolhido para fazer habitar Seu nome.

Moisés ordena aos israelitas que não adorem ao Deus Susserano (Governante) da mesma forma que os cananeus adoravam a seus deuses em todos os lugares. Pelo contrário, não deveriam agir assim para com o Senhor, teu Deus. Os cananeus usavam seus ídolos para manipular as divindades e servir a seus próprios desejos. Em suas mentes, eles não serviam aos deuses, os deuses os serviam. Seus sacrifícios e sua adoração eram transações onde conseguiam o que queriam (incluindo sanções morais através da imoralidade). No livro do Êxodo, Moisés proíbe Israel de adorar aos deuses cananeus, de servi-los e de fazer "segundo suas obras" (Êxodo 23:24). Em vez disso, os israelitas deveriam servir ao Senhor exclusivamente para que Ele os abençoasse. A bênção incluiria comida e boa saúde física (Êxodo 23:25). Mas, outra consequência natural seria a de ter um país inteiro em obediência ao mandamento de Deus de tratar ao próximo com respeito, cuidado e amor.

O versículo 5 começa com um teremo forte traduzido como Mas” (hebraico "ki 'im", "mas se", "antes"). Em vez de servir aos falsos deuses da terra, Moisés diz aos israelitas  que buscassem ao SENHOR no lugar que o SENHOR, seu Deus, escolheria de todas as suas tribos, para estabelecer Seu nome para Sua morada, e para lá vireis. A ordem das palavras no hebraico ("Antes, no lugar que o SENHOR, seu Deus, escolherá, buscareis o SENHOR") enfatiza a soberania do SENHOR quanto ao local onde Ele deveria ser adorado. Assim, o povo não podia simplesmente escolher adorar ao SENHOR (o Susserano) em um local de sua escolha (árvore, lugar alto, etc) - eles tinham que se aproximar de Deus onde Ele escolheria habitar. Esta era uma parte importante do pacto susserano-vassalo. O pacto enfatizava que Deus era o Criador que sabe o que era melhor para o povo, em vez dos falsos deuss que prometiam "dar tudo o que a pessoas desejava". Os adoradores deveriam vir a Deus em Seus termos, em obediência a Seus mandamentos, não fazer seus próprios deuses para que se adequassem a seus termos e atendessem às suas demandas.

A palavra traduzida como “buscar” (hebraico "dārash") na frase “buscar ao SENHOR” traz a idéia de visitar um lugar para um empreendimento religioso (Amós 5:5; 2 Crônicas 1:5). O povo de Deus precisava peregrinar ao lugar ao qual seu Deus Susserano havia escolhido para estabelecer Seu nome. Uma vez que esse lugar fosse encontrado, o povo deveria apresentar seus dízimos e ofertas ao Deus Susserano (Governante). Especificamente, o povo deveria trazer seus holocaustos, seus sacrifícios, seus dízimos, a contribuição de suas mãos, suas ofertas votivas, suas ofertas de livre arbítrio e o primogênito de seus rebanhos.

  • O holocausto (hebraico "'ōlâ") é literalmente traduzido como "o que sobe", geralmente como fumaça. O adorador que trazia holocaustos impunha as mãos sobre os animais (touro, carneiro, cabra, pombos ou rolas) para declarar que aquela dádiva lhe pertencia e que os benefícios daquele holocausto seriam seus (Levítico 1). O adorador deveria oferecer um animal "sem defeito", isto é, sem danos físicos (Levítico 1:3; 1:10). Isso retratava Jesus, o sacrifício final, sem pecado.
  • Os sacrifícios (hebraico "zebaḥ") eram geralmente ofertas de ação de graças que serviam para trazer comunhão entre Deus e o adorador (Levítico 7:16; 22:18-23).
  • Os dízimos eram uma dádiva na forma de pagamento de dez por cento de quaisquer produtos agrícolas (grãos, vinho, azeite). A palavra dízimo significa "décimo".
  • A contribuição de suas mãos também pode ser traduzida como "oferenda de peso" ou "oferta movida". Algo que era levantado. Refere-se a uma porção que retida/oferecida/separada das porções maiores, dedicada a sustentar os sacerdotes (Êxodo 29:27-28; Levítico 7:14).
  • As ofertas votivas eram quaisquer ofertas feitas como pagamento por um voto. Eram presentes prometidos (Números 30:3, 4; Deuteronômio 12:11).
  • As ofertas de livre arbítrio eram dádiva não necessárias, podendo ser quaisquer sacrifícios.
  • O primogênito dos seus rebanhos refere-se aos primogênitos machos bois, ovelhas e cabras que o adorador sacrificava a Deus (Êxodo 13:2; Números 18:15-18).

Esses sacrifícios e ofertas eram apresentados ao Senhor Sussernao para os propósitos prescritos. Moisés diz ao povo: Vós e vossas famílias comerão diante do SENHOR, seu Deus, e vos alegrareis em todos os empreendimentos em que o SENHOR, vosso Deus, os abençoou (v.7). A frase “em todos os empreendimentos” aqui é literalmente traduzida como "em cada estender de mão". Refere-se aos frutos do trabalho do homem (Deuteronômio 26:11).

Além de serem insturídos a se regozijar quando viessem adorar e festejar, os israelitas deveriam se alegrar em tudo o que faziam, expressando alegria em suas ações e atividades. Isso se encaixa com a exigência do pacto de tratar aos outros como eles desejavam ser tratados. É difícil alegrar-se em todos os empreendimentos quando vivemos com o medo constante de perder a vida ou a propriedade. Porém, em uma sociedade autônoma, onde as pessoas se tratam com respeito e boa vontade, conforme exigido pela Lei de Deus, fazia todo o sentido que cada israelita desfrutasse plenamente de todos os seus empreendimentos. Isso incluía toda e qualquer atividade.

Os israelitas receberam a ordem de comer dos produtos de seu trabalho com alegria diante do Senhor. Vale a pena parar para refletir que o SENHOR ordena ao povo que se alegre e festeje como parte da adoração. O tempo de adoração não era apenas para reconhecer e restaurar sua comunhão com seu Deus. Era também um tempo de desfrutar de boa comida e boa companhia. Assim, eles deveriam deixar aquele local de culto e levar essa atitude com eles em todos os seus empreendimentos. Muitos dos sacrifícios eram cozidos e comidos pelos adoradores. O povo não era apenas responsável por seguir os caminhos de Deus, para o seu próprio bem. Eles eram responsáveis por aproveitar a vida, alegrar-se em todos os seus empreendimentos.

O apóstolo Paulo dá eco a este ensinamento, dizendo que Deus "nos fornece ricamente todas as coisas para desfrutar" (1 Timóteo 6:17). Isso se encaixa completamente com o tema abrangente da aliança de Deus. Os pais devem mostrar aos filhos como ter uma vida mais proveitosa e agradável, parte da qual evitando ações autodestrutivas, tais como brincar em ruas movimentadas ou colocar o dedo mna tomada. Deus, da mesma forma, também deseja que Seus filhos desfrutem das coisas agradáveis.

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