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Significado de Deuteronômio 25:17-19
Nesta seção final do capítulo, Moisés encoraja o povo a se lembrar do que Amaleque fez com eles ao longo do caminho quando saíram do Egito (v.17). Isso se refere a um incidente ocorrido no início do Êxodo, encontrado em Êxodo 17:8-16. O incidente refere-se a um ataque flagrante contra Israel por um povo nômade conhecido como "os amalequitas", uma tribo que pode ser rastreada até Amaleque, filho de Elifaz, filho de Esaú e sua concubina Timna (Gênesis 36:12).
Os amalequitas eram uma tribo nômade que vivia ao sul de Canaã, na área selvagem do norte da Península do Sinai, conhecida como Neguebe (Números 13:29). Os amalequitas (primos distantes dos israelitas) sempre foram hostis a Israel, conforme numerosas referências bíblicas deixam claro (Êxodo 17:8-15; Juízes 10:12; 1 Samuel 15:2; Juízes 6:3; 7:12; 2 Samuel 8:12). O termo Amaleque não é o nome de um homem, mas o nome de uma tribo. Assim, pode ser traduzido como "o povo de Amaleque" ou simplesmente "os amalequitas".
Assim, Moisés instrui os israelitas a se lembrar. Ele descreve como os amalequitas os haviam encontrado ao longo do caminho e como os havia atacado a todos os retardatários em sua retaguarda quando estavam fracos e cansados (v.18). O termo “retardatário” (hebraico "ḥăshal", "despedaçado", usado apenas aqui no Antigo Testamento) refere-se àqueles que haviam ficado para trás e se separado do corpo principal dos israelitas por estarem fracos e cansados. Como aquelas pessoas estavam fracas e cansadas, elas foram alvo fácil para os ataques dos amalequitas.
Tais atos covardes por parte dos amalequitas mostraram que eles não temiam a Deus. Eles eram um povo pagão que não tinha reverência alguma pelo Deus que havia resgatado a Israel do Egito. Seu plano era destruir completamente ao povo de Deus, porém o plano do Senhor prevaleceu. Deus permitiu que Seu povo tivesse vitória sobre os amalequitas e, como resultado, eles dominaram a Amaleque e seu povo na ponta da espada (Êxodo 17:13).
Porém, a declaração do SENHOR em Êxodo 17:14 ("Apagarei completamente a memória de Amaleque debaixo do céu") não havia sido esquecida. A tarefa coube à geração que entraria e habitaria a Terra Prometida. Portanto, Moisés lhes diz que isso aconteceria quando o Senhor, seu Deus, lhes desse descanso de todos os seus inimigos circundantes, na terra que o Senhor, seu Deus, lhes dá como herança para possuir (v.19). Uma vez que o SENHOR cumpriria a todas as promessas feitas a Seu povo, eles, por sua vez, eram obrigados a obedecê-Lo e apagar a memória de Amaleque de debaixo do céu. Era a vontade do Senhor eliminar aos amalequitas da face da terra. Para enfatizar a importância disso, Moisés diz aos israelitas que eles não deveriam se esquecer.
Este mandamento só foi cumprido mais tarde. Como os israelitas não apagaram os amalequitas, o povo de Amaleque continuou sua hostilidade e crueldade contra Israel durante o período dos Juízes (Juízes 3:13, 6:3 - 5, 33; 10:12). Saul os derrotou, mas não os eliminou completamente (1 Samuel 15; 28:18). Davi lutou contra eles (2 Samuel 1:1), mas não os destruiu. Eles finalmente desapareceram da história na época de Ezequias (1 Crônicas 4:43).
Vale a pena refletir, e é importante não confundir, o décimo mandamento de "não invejar" com a necessidade de executar a justiça. Esses princípios têm em comum a busca do melhor para o próximo. Deus deu aos amorreus (os cananeus) quatro gerações para se arrependerem, antes de pronunciar julgamento sobre eles pelas mãos de Israel (Gênesis 15:16). Sua eliminação foi necessária para substituir a cultura dos fortes explorando aos fracos (Levítico 18) por uma cultura autônoma de amor uns aos outros (Levítico 19:18). Embora Israel não devesse invejar, eles deveriam se lembrar de cumprir fielmente os atos de justiça da forma como Deus havia prescrito.