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Significado de Deuteronômio 26:1–11
Com a exposição dos Dez Mandamentos e seus princípios subjacentes agora concluídos, Moisés passa ao que precisaria ser feito assim que Israel entrasse na terra que o Senhor seu Deus lhe dá como herança (v.1). O SENHOR havia prometido dar aquela terra a Abraão e seus descendentes (Gênesis 15:18) e os israelitas eram os que a possuiriam e viveriam nela (Deuteronômio 1:8, 21).
Os israelitas eram obrigados a tomar os primeiros produtos da terra (v.2). As primícias eram compostas dos melhores rendimentos da colheita. Oferecer o melhor do produto demonstraria a gratidão e a dependência dos adoradores em relação ao SENHOR (O Deus Susserano). Eles deveriam trazer de sua terra que o Senhor, seu Deus, estava lhes dando, e a colocaria em uma cesta. Isso garantiria a bênção de Deus de que a terra continuaria a ser produtiva. Este ato de gratidão dos adoradores deveria ser feito no lugar onde o Senhor, seu Deus, escolheu estabelecer Seu nome, referindo-se ao santuário central, o lugar no qual Deus havia declarado que estabeleceria assim que entrassem na terra (Deuteronômio 12:5). Neste ponto, o povo estava ouvindo as instruções de Moisés antes de entrar na terra (Deuteronômio 1:1-5).
No santuário, o adorador deveria dirigir-se ao sacerdote que estava no cargo naquele momento (v.3). Este era o sacerdote oficiante, encarregado de receber as ofertas. O adorador/ofertante deveria dizer-lhe: Declaro hoje ao Senhor meu Deus que entrei na terra que o Senhor jurou aos nossos pais dar-nos. Esta declaração, feita diante do sacerdote como representante do Senhor, era um reconhecimento agradecido de que sua herança da Terra Prometida era um presente de seu gracioso Senhor Susserano.
Além disso, a posse de Canaã havia sido a promessa irrevogável que Deus fez a Abraão, tornando o povo de Israel Seu povo e dando-lhes o título da terra (Gênesis 13:15; Romanos 11:29). Esta promessa seria cumprida quando o adorador entrasse na terra e vivesse nela. Isso incluía trazer as primícias, a porção mais perfeita, de sua colheita para o santuário central como forma de agradecer a Deus por Suas dádivas.
Após ouvir a declaração do adorador, o sacerdote deveria tomar a cesta das mãos do adorador e colocá-la diante do altar do Senhor (v.4), significando a presença do Senhor. Colocar a cesta diante do altar indicava que o SENHOR havia aceitado a oferta do adorador.
Em seguida, o adorador respondia e confessava diante do SENHOR, seu Deus (v.5) uma declaração contendo o relato de como o SENHOR havia agido fielmente em favor de Israel ao longo da história. O adorador deveria começar a confissão dizendo: Meu pai era um arameu errante. Esta declaração provavelmente fazia alusão a Jacó, cuja mãe Rebeca era aramaica (Gênesis 24:10; 25:20, 26). De fato, Jacó viveu vinte anos com o irmão de sua mãe, Labão, em Arã (Gênesis 31:41-42). Jacó era um arameu errante porque se mudou de lugar em lugar, primeiro de Arã para Canaã (Gênesis 31). Então Jacó e sua família desceram ao Egito e lá permaneceram (Gênesis 42:1; 43:1-2; 47:4-7). Jacó foi para o Egito em número reduzido (70 de acordo com Gênesis 46:27), mas enquanto lá ele se tornou uma grande, poderosa e populosa nação. Isso é semelhante ao que é afirmado em Êxodo 1:7. Obviamente, Deus tinha um plano para sua vida.
Na parte seguinte da confissão, o adorador declarava: Os egípcios nos trataram duramente e nos afligiram, e nos impuseram trabalho duro (v.6). Isso começou quando um novo rei surgiu sobre o Egito, que não conhecia a José (Êxodo 1:8) e o crescimento numérico motivou os egípcios a afligirem aos filhos de Israel. Durante esse tempo, os israelitas não faziam mais nada além de trabalhar duro e serem oprimidos.
Os maus-tratos de Israel por parte dos egípcios eram parte do plano de Deus para Seu povo, como Ele disse claramente a Abrão/Abraão (Gênesis 15:13). Deus também havia dito a Abrão/Abraão que Ele julgaria o Egito e permitiria que Seu povo saísse de lá (Gênesis 15:14).
Em seguida, o adorador deveria se lembrar: Clamamos ao Senhor, o Deus de nossos pais, e o Senhor ouviu nossa voz e viu nossa aflição, nossa labuta e nossa opressão (v.7). Esta parte da confissão reconhecia que o SENHOR havia respondido (ouvido...e visto) a situação desesperadora de Seu povo. O mesmo Deus que havia feito promessas duradouras aos antepassados de Israel foi Aquele que ouviu ao clamor dos filhos de Israel e os libertou da escravidão no Egito. A verdade da redenção de Deus deveria ser explicitada pelo adorador quando trouxe sua oferta a Deus.
A resposta do SENHOR às orações de Seu povo foi: Ele nos tirou do Egito (v.8). Ele os libertou com uma mão poderosa e um braço estendido, ambos retratos de Seu poder soberano (Êxodo 32:11; Deuteronômio 5:15, 11:2; 1 Reis 8:42; Ezequiel 20:33; 1 Pedro 5:14). Seu poder foi experimentado quando Ele os libertou com grande terror e com sinais e maravilhas. Estas são referências às pragas (Êxodo 7-12), à coluna de fogo (Êxodo 13:21s) e à travessia do Mar Vermelho (Êxodo 14). Tanto os israelitas quanto os egípcios precisaram aprender que o SENHOR (Javé) era o Deus soberano.
A confissão continuava afirmando que, não apenas os israelitas haviam sido libertos da escravidão no Egito, mas também foram levados a este lugar e nos deu esta terra, uma terra que flui com leite e mel (v.9). A frase leite e mel descreve como a terra de Canaã era produtiva e fértil. Deus os havia levado a tal lugar, assim como havia prometido a seus antepassados.
Foi a partir desta perspectiva de libertação do Egito e de provisão na terra de Canaã que o adorador declaroava: Agora eis que eu trouxe o primeiro dos produtos da terra que Tu, ó Senhor, me deste (v.10). Esta confissão reconhecia que o Deus Sussernao (Governante) merecia o melhor das colheitas. No caso de Israel, o Sussernao era o SENHOR (Javé), o Possuidor e Criador de tudo.
A confissão verbal estava completa. O adorador, logo a seguir, deveria colocar a oferta diante do Senhor Deus, e adorar diante do Senhor. A palavra “adoração” (hebraico "shāḥâ") significava literalmente "curvar-se", um gesto que reconhecia que o SENHOR era seu Susserano e o adorador era Seu vassalo. Esta adoração era também uma expressão de agradecimento ao Susserano por Suas provisões graciosas e abundantes. Israel havia sido escolhido por Deus como Seu povo, por causa de Seu amor (Deuteronômio 7:7-8). Nada mudaria isso. Tal adoração era necessária para manter a comunhão do povo com Deus e para lemnbrá-los de andar em Seus caminhos. Andar nos caminhos de Deus é sempre muito benéfico para nós (Deuteronômio 6:24; 10:13).
O Novo Testamento encoraja os crentes a aplicar a confissão verbal como parte de sua adoração contínua e comunhão com Deus. A aceitação de Deus daqueles que crêem em Jesus é incondicional e completa! Todos os seus pecados foram pregados na cruz (Colossenses 2:14; João 3:14-15). No entanto, a manutenção da comunhão com Ele requer obediência contínua. 1 João 1:9 diz aos crentes que confessem seus pecados para serem restaurados à comunhão (o que torna nossa alegria completa).
Romanos 10:8-10 e ncoraja a confissão como forma de concentrar nosso coração a andar nos caminhos de Deus. Nesta passagem, o apóstolo Paulo explica Deuteronômio 30:11-14, onde Moisés ensina ao povo que essas leis não eram complexas, mas simples. A chave é crer que elas são para o nosso bem; assim, devemos escolher cumpri-las. Uma parte desta escolha é confessar a crença de que os caminhos de Deus são para o nosso bem e, portanto, algo ao qual devemos seguir.
Como participantes da adoração, Moisés inclui: Tu, o levita e o estrangeiro que está entre vós se alegrarão com todo o bem que o Senhor, teu Deus, vos deu e à vossa casa. (v.11) A alegria quanto às graciosas provisões de Deus deveria ser compartilhado pelo o levita e pelo estrangeiro.
O levita, da tribo sacerdotal de Levi, havia sido separado para o trabalho no santuário como sacerdotes (Números 3). Assim, os levitas não tinham como se sustentar. Eles dependiam das ofertas e impostos das outras tribos. Portanto, a dádiva das primícias das colheitas a Deus era desfrutada pelos levitas como pagamento por seu trabalho em favor do povo.
O estrangeiro era qualquer pessoa que não fosse israelita, mas que vivia na Terra Prometida. O estrangeiro não podia possuir terra como os israelitas. Porém, o Deus Susserano instrui Seu povo a permitir que o estrangeiro desfrute da festa das primícias com eles. Em outros aspectos, o estrangeiro deveria ser tratado da mesma forma que os israelitas, particularmente na administração da justiça na terra (Deuteronômio 10:16-18).
Em Deuteronômio, Moisés lembra os israelitas de suas responsabilidades de prover ao levita e ao estrangeiro, porque a nenhum deles era permitido possuir terra e, portanto, ambos eram economicamente inferiores ao restante do povo (Deuteronômio 1:16; 12:18; 14:29). Assim, cuidar deles significava incluí-los nas bênçãos de Deus, Aquele que havia dado a terra e seus produtos a Seu povo.
Esta seção ensina que, como povo da aliança, devemos reconhecer ao SENHOR como o Doador de todas as coisas boas e devolver a Ele o melhor que temos. Devemos também cuidar daqueles que ministram a nós (Gálatas 6:6, 7).