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Significado de Deuteronômio 30:1-5

Moisés encoraja os israelitas ao dizer que, quando as gerações futuras se rebelarem e forem exiladas, seu Deus Susserano (Governante) os restauraria do cativeiro, teria compaixão deles e os traria de volta à Terra Prometida quando se arrependessem e se afastassem de seus caminhos malignos.

Nesta seção, Moisés continua sua discussão sobre o julgamento do SENHOR sobre Seu povo da aliança como resultado da desobediência de uma geração futura. Este discurso de Moisés está sendo ministrado à segunda geração que partiu do Egito, depois que aqueles de idade militar terem morrido no deserto (aqueles com 20 anos ou mais, Deuteronômio 2:16). Neste momento, eles ainda estão em Moabe, um país adjacente a Canaã, preparando-se para entrar e tomar a terra de Canaã (Israel). Eles ainda não haviam tomado a terra neste momento; portanto, Moisés estava deixando claro que A) eles prevaleceriam e B) as gerações futuras se esqueceriam a aliança e cairiam em desobediência. Nesse ponto, eles incorreriam nas disposições da aliança (com a qual haviam concordaram) referentes à desobediência.

Moisés elabora sobre o que aconteceria quando todas essas coisas viessem sobre Israel (v. 1). Incluída na discussão estava a bênção e a maldição apresentadas por Moisés diante deles nos capítulos anteriores do livro. Incluída na maldição estava a dispersão deles pelo Deus Susserano (Governante) entre as nações, quando eles servissem e adorassem a outros deuses (Deuteronômio 29:22-28). Moisés declara aqui que, em algum momento durante o exílio, Israel se lembraria dessas coisas em todas as nações para onde o SENHOR, seu Deus, os tivesse banido. Isso parece indicar que, em algum momento durante o exílio, em todas as nações que continham israelitas exilados, ele se lembrariam dessas promessas. Deus traria essas coisas à mente deles.

Moisés continua descrevendo que, como resultado de se lembrarem do que o SENHOR havia dito sobre Suas bênçãos e maldições, Israel decidiria voltar ao SENHOR, seu Deus (v. 2). Voltar ao SENHOR significava estar dispostos a obedecê-Lo de todo o coração e alma, conforme tudo o que Moisés lhes havia ordenado. O “coração” (hebraico “lēbāb”) é o assento da inteligência, vontade e emoções. A “alma” (hebraico “nepesh”) refere-se ao ser. Usados em conjunto, representam toda o ser da pessoa. Aqui, ambos se referem aos israelitas (incluindo seus filhos), que se comprometeriam, sem reservas, a obedecer ao Senhor em todos os aspectos de suas vidas.

Se este compromisso de obediência completa ao SENHOR realmente acontecesse, então o SENHOR, o Deus deles, os restauraria do cativeiro e teria compaixão (hebraico “rāḥam”, “ter misericórdia”) deles (v. 3). Ele os tiraria da terra do seu exílio e os traria de volta à Terra Prometida. Ou seja, Deus reuniria Israel novamente de todos os lugares onde Ele os tinha dispersado.

Esta pode ser a razão principal desta aliança adicional à aliança do Horebe (Sinai) (Deuteronômio 29:1). Na reafirmação e renovação da aliança no Horebe, Moisés relembra que, caso Israel quebrasse a aliança, eles pereceriam rapidamente na terra (Deuteronômio 4:25-31). Moisés declara: "O SENHOR os dispersará entre os povos" quando eles desobedecessem e rompessem a aliança de seguir a Deus e amar ao próximo como a si mesmos (Deuteronômio 4:27).

Nessa aliança adicional, declarada em Deuteronômio 29 e 30, Deus faz o que parece ser uma nova promessa: restaurar o Israel rebelde à terra, caso eles se arrependam. Deus também enfatiza nessa aliança adicional que segui-Lo é uma questão do coração e promete circuncidar os corações de um Israel arrependido. Quando os rebeldes retornarem e se arrependerem, Deus os reunirá novamente de todos os povos onde o Senhor seu Deus os dispersou como resultado da violação da aliança com a qual haviam concordado em seguir. O povo da aliança do SENHOR será, como resultado, reunido como uma única nação, vivendo em um só lugar, sob o governo de um único Deus Susserano.

Isso se tornaria verdade mesmo que os exilados de Israel estivessem nos confins da terra, ou no horizonte mais distante. A frase “confins da terra” significa "a extremidade mais distante dos céus" no texto hebraico. Não importa quão longe estejam da Terra Prometida, o SENHOR, seu Deus, os reuniria e dali Ele os traria de volta (v. 4). Esta é uma promessa incrível e parece ser uma nova provisão nesta aliança adicional (Deuteronômio 29:1).

O Deus Susserano (Governante) não está limitado pelo espaço e pelo tempo, pois Ele é aquele que fez o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há (Salmo 146:6). Portanto, nada é grande demais para Ele! Ele vai reunir a Seu povo! Embora essa promessa possa parecer improvável, é Deus quem a estava fazendo e nada é difícil demais para Deus.

Moisés retoma esta seção ao dizer a Israel que o SENHOR, seu Deus, os levaria à terra que seus pais possuíram (v. 5). Em vez de viverem na terra de outras pessoas, eles a possuiriam. Não apenas Deus permitiria que Seu povo possuísse a Terra Prometida novamente, mas também prosperaria Israel e os multiplicaria mais do que seus pais.

Mesmo diante da infidelidade de Israel, o Deus Soberano continua fiel à Sua palavra. Ele prometera dar a terra de Canaã a Abraão e seus descendentes (Gênesis 12:1-3; 15:18) e sempre se certificaria de que eles herdassem essa terra. Deus também havia prometido grandes bênçãos a Israel, porque Abraão ouviu a Sua voz (22:15-18). Embora a desobediência de Israel pudesse levá-los a temporariamente serem removidos da terra prometida, Deus, um dia, os restaurará e os trará de volta à terra.

Deus é consistente ao longo das Escrituras. A aceitação de Deus é dada incondicionalmente àqueles que creem (Gênesis 15:6; João 3:14-16). Deus, então, instrui e capacita àqueles que são Seus a discernir a diferença entre boas escolhas (que trarão bênçãos) e más escolhas (que trarão consequências negativas). Deus nos permite decidir. Aqueles que escolhem seguir aos caminhos de Deus são sempre abençoados de muitas maneiras. Aqueles que escolhem rejeitar os caminhos de Deus são amaldiçoados, o que significa colher as consequências negativas decorrentes de suas más escolhas. No entanto, o povo de Deus nunca é rejeitado, porque os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis (Hebreus 11:29).

Moisés deixa claro que sempre é uma boa idéia se arrepender. Se Israel se arrepender, Deus terá misericórdia deles, porque Ele é "compassivo e gracioso, lento para a ira e abundante em amor e verdade" (Êxodo 34:6). Da mesma forma, se os crentes do Novo Testamento confessarem seus pecados e se afastarem dos pecados coscientes, Deus é fiel para perdoar (Mateus 6:14; 1 João 1:9). O pecado intencional resulta na ira de Deus (Hebreus 10:26-27). Tanto o apóstolo Paulo quanto Tiago descrevem a ira de Deus recaindo sobre a injustiça, quando Deus entrega os seres humanos a serem escravos de suas próprias paixões. Assim, a ira de Deus é permitir que alcancemos o que desejamos (Tiago 1:14-15; Romanos 1:24, 26, 28).

Deus permitiria que Israel fizesse escolhas erradas. Uma geração futura o faria e colheria as consequências adversas de violarem a aliança com a qual haviam concordado. Como resultado, eles seriam expulsos da terra. Porém, quando se arrependerem, seriam restaurados. Na próxima seção, veremos que Deus concederá uma grande bênção espiritual a eles quando se arrependerem e voltarem.

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