AaSelect font sizeSet to dark mode
AaSelect font sizeSet to dark mode
Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência de navegação e fornecer conteúdo personalizado. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso de cookies conforme descrito em nossa Política de privacidade.
Significado de Deuteronômio 4:5-8
Nesta seção, Moisés encarrega os israelitas a guardar os mandamentos que ele lhes ensinava, a fim de que representassem a santidade de Deus, isto é, Sua perfeição absoluta. No versículo 5, Moisés usa os substantivos gêmeos "ḥuqqîm" (estatutos) e "mišpāṭîm" (julgamentos) que havia usado no versículo 1 para referir-se aos preceitos de Deus. Ele afirma: "Veja, eu lhes ensinei estatutos e julgamentos". Embora as palavras "ḥuqqîm" (estatutos) e "mišpāṭîm" (julgamentos) sejam usadas como sinônimo dos mandamentos de Deus, cada uma tem um significado distinto. O termo "estatutos" ("ḥuqqîm", em hebraico) refere-se a algo prescrito, como uma ordenança. Como tal, pode ser traduzido como "prescrições" ou "decretos". O segundo termo ("mišpāṭîm") refere-se a procedimentos legais, ou ordens emitidas por um juiz. O uso desses dois termos em conjunto enfatiza a importância da obediência a todos os preceitos de Deus.
Moisés passa a dizer ao povo que seu ensinamento vinha de Javé, seu parceiro de aliança. Ele diz: "Assim como o SENHOR, meu Deus, me ordenou". Ao dizer isso, Moisés lembra a Israel que agiu como um mediador entre a parte superior, ou susserano, e o vassalo (Israel). Os israelitas deveriam observar os estatutos e julgamentos na terra onde estavam entrando.
No versículo seis, Moisés acrescenta: "Portanto, guardai-os e obedecei-os, porque essa é a vossa sabedoria e o vosso entendimento aos olhos dos povos". Este versículo nos diz que esses estatutos e julgamentos deveriam ser seguidos de perto porque não apenas garantiriam a prosperidade na terra (v.1), mas também demonstrariam a superioridade da sabedoria (e do entendimento) de Israel perante o mundo. Tal sabedoria serviria como reflexo do parceiro da aliança de Israel, Javé. Em outras palavras, a vida de Israel deveria ser um testemunho sobre a santidade de Deus, projetada para trazer o mundo a Deus. Israel deveria ser diferente dentre todas as nações. Assim, a estrita observância dessas leis elevaria a sabedoria de Israel a um nível tal que todos os que ouvissem sobre isso simplesmente diriam: "Certamente esta grande nação é um povo sábio e forte".
Não é exagero afirmar que a vida de Israel foi concebida para refletir a santidade do SENHOR. Logo no início, Deus havia dito a Seu povo: "Se você realmente obedecer à Minha voz e guardar a Minha aliança, então você será Minha própria posse entre todos os povos, pois toda a terra é Meu; e sereis para Mim reino de sacerdotes e nação santa" (Êxodo 19:5-6). Todo o reino deveria servir como intercessores sacerdotais entre Deus e o mundo inteiro. Porém, somente guardando as leis de Deus Israel poderia refletir Sua sabedoria e representá-lo bem na Terra.
O Susserano Yaweh não era um governante distante. A presença de Deus permaneceu entre o Seu povo. Isso fica evidente na pergunta retórica que Moisés faz: "Pois que grande nação há que tem um deus tão perto dela quanto o Senhor, nosso Deus, sempre que o invocamos?" A resposta para essa pergunta é: Nenhuma! Israel era maior do que as outras nações porque Javé estava no meio deles. Javé, o Deus incomparável, está "perto de todos os que O invocam" (Salmos 145:18). Ele não é como os deuses impotentes que não são nada além de ídolos (Salmos 115:4-8).
Moisés faz uma segunda pergunta para enfatizar o mais alto chamado de Israel entre as nações: "Ou que grande nação há que tem estatutos e juízos tão justos quanto toda esta lei que estou colocando diante de vocês hoje?" A resposta para essa pergunta é clara: Nenhuma outra nação tinha estatutos e julgamentos tão justos quanto Israel. A razão é porque os deuses das outras nações não eram justos. Em contraste, Javé, o Deus de Israel, era justo e reto (Deuteronômio 32:4; Tiago 1:13).
Uma vez que os israelitas possuíam o verdadeiro Deus e a lei justa, eles deveriam ser a luz do mundo através da obediência a Seus estatutos. Seu bom comportamento na terra demonstraria sua sabedoria e os destacaria como "um reino de sacerdotes e posse de Deus entre todos os povos" (Êxodo 19:5-6). Curiosamente, o Corpo de crentes hoje tem a mesma missão a cumprir. O livro de 1 Pedro descreve nossa relação com Deus e nossa missão na terra da seguinte forma: "Mas vós sois uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa, um povo para a posse de Deus, para que possais proclamar as excelências daquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz" (1 Pe 2:9).