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Significado de Deuteronômio 6:20-25
Como parte de suas responsabilidades, os israelitas deveriam ensinar seus filhos nos caminhos do SENHOR (Deuteronômio 4:9; 6:7). Uma das lições que as crianças precisavam aprender era a história redentora de Israel, ou seja, como o Deus Susserano (Governante) os havia resgatado do Egito, das mãos do Faraó. Moisés antecipa que as crianças fariam perguntas: "Quando teu filho te perguntar no tempo vindouro, dizendo: 'O que significam os testemunhos, os estatutos e os juízos que o Senhor, nosso Deus, te ordenou?'" Quando os filhos fizessem perguntas, Deus queria que seus pais dessem respostas convincentes que os ensina a respeito de sua história e transmitisse os valores inerentes às obrigações da aliança entre Deus e Israel.
Aqui, novamente, Moisés usa os três termos diferentes (testemunhos, estatutos e julgamentos) para descrever todo o decreto de Deus. O termo usado para testemunhos (ʿēdôt) denota estipulações de convênios com as quais as partes contratantes concordam. O termo "estatutos" ("ḥuqqîm" em hebraico) refere-se a algo prescrito por uma autoridade. Como tal, poderia ser traduzido como "prescrições" ou "decretos". O termo traduzido como "julgamentos" ("mišpāṭîm" em hebraico) refere-se a procedimentos legais, ou ordens emitidas por um juiz. O uso desses três termos juntos destaca o significado de todo o decreto de Deus para Israel como parceiro do pacto.
Assim, quando as crianças levantassem a questão sobre o significado desses testemunhos, estatutos e julgamentos, a resposta deveria ser dada em forma de uma história que explicitasse a libertação de Israel do Egito, o triunfo de Deus sobre o Faraó e Sua promessa de conceder a Israel o título da terra de Canaã.
Assim, Moisés ordena aos israelitas que dissessem a seus filhos: "Éramos escravos do Faraó no Egito, e o Senhor nos trouxe do Egito com uma mão poderosa". Os israelitas foram escravos do Faraó por cerca de 400 anos, mas o Senhor os resgatou com grande poder. Então, era importante recontar essa história a seus filhos. As histórias são a maneira mais eficaz de transmitir princípios. A própria Bíblia é amplamente transmitida como uma história da raça humana, sua queda e redenção. Uma aplicação das aplicações deste princípio é que os pais devem ensinar histórias verdadeiras a seus filhos, direcionando-os a Deus.
Além disso, eles foram instruídos a dizer a seus filhos que o SENHOR havia mostrado grandes sinais e maravilhas diante de nossos olhos contra o Egito, o Faraó e toda a sua família. O SENHOR fez todos aqueles grandes sinais e maravilhas para mostrar Seu poder e Seu favor a Israel (Êxodo 19, 20). Como Moisés diz, sucintamente: "Ele nos tirou de lá para nos trazer, para nos dar a terra que Ele havia jurado a nossos pais". Deus usou Seu poder para redimir a Israel do Egito, mostrando Seu cuidado amoroso e Sua intenção benevolente. Porém, Ele os tirou do Egito e tinha em mente um destino para eles. Ele os tirou de lá para trazê-los à Terra Prometida.
Deus havia guardado Sua palavra porque é sempre um Deus fiel (Deuteronômio 32:4). Ele havia prometido dar a terra de Canaã a Abraão e seus descendentes (Gênesis 12, 15). Assim, Ele redimiu aos israelitas das mãos do Faraó e de todos os egípcios, a fim de que Sua promessa fosse cumprida.
Agora que estavam entrando na terra, Deus queria que Seu povo do pacto fosse leal a Ele. Como observa Moisés, o SENHOR nos ordenou que observássemos todos esses estatutos, para temer ao SENHOR, nosso Deus. A razão que Deus tinha por trás dos mandamentos era para que tudo lhes fosse bem para sempre. Os benefícios do autogoverno, que produziriam comunidades vibrantes e mutuamente benéficas, lhes faria muito bem, sempre. Seguir aos mandamentos de Deus os beneficia em sua sobrevivência até os dias de hoje.
A observância dos estatutos de Deus significa temê-Lo, e vice-versa. Dito de forma simples, a observância dos mandamentos de Deus era o meio pelo qual Israel poderia mostrar temor ao Senhor, o que garantiria sua prosperidade na terra. Tal vida de submissão a Deus confirmaria a devoção fiel de Israel a Deus, resumida por Moisés da seguinte forma: "Será justiça para nós se tivermos o cuidado de observar todo este mandamento diante do Senhor, nosso Deus, assim como Ele nos ordenou".
A palavra justiça aparece em toda a Bíblia. Alcançar justiça aos olhos de Deus só é possível pela concessão de Sua graça por Deus, através da fé (Gênesis 15:6; Romanos 4:3-5). No entanto, viver em obediência aos mandamentos de Deus faz com que a justiça seja experimentada em nossas vidas e em nossas comunidades. Uma vida de obediência aos mandamentos de Deus seria justiça para o povo de Israel.
O versículo chave do livro de Romanos, no Novo Testamento (Romanos 1:16-17), faz uma indicação semelhante ao grupo de crentes cuja "fé era falada em todo o mundo" (Romanos 1:8). Este versículo deixa claro que os crentes em Roma, recipientes desta carta, haviam sido declarados justos aos olhos de Deus. Paulo os exorta que uma vida justa demandava andar pela fé. Romanos 1:16-17 cita um versículo do Antigo Testamento, Habacuque 2:4: "Mas o justo viverá pela fé". Isso mostra que esse princípio de que "a justiça é experimentada por meio da obediência" está presente em todas as Escrituras.
Nas traduções gregas do Antigo Testamento, a palavra grega “dikaiosune” é usada para traduzir a palavra hebraica "justiça" em Gênesis 15:6. “Dikaiosune” também é a palavra primária traduzida como justiça no Novo Testamento. O termo transmite a idéia de alinhamento com um padrão, da mesma forma que a digitação de um texto justificado à esquerda alinha-se perfeitamente com a margem esquerda da página. Neste caso, Moisés estava dando uma declaração prática. Se Israel obedecesse aos mandamentos de Deus, eles viveriam de acordo com Seu padrão para uma sociedade justa, uma sociedade em que cada um amaria ao próximo como a si mesmo, onde cada pessoa escolheria livremente beneficiar aos outros, assim como desejava ser beneficiada.
Em Romanos 12:3-21 e 1 Coríntios 12:12-20, o apóstolo Paulo ilustra a justiça na forma de um corpo que funciona bem, onde todas as partes trabalham juntas para o mesmo fim. Se Israel cumprisse a Lei honrando as posses uns dos outros, agindo em amor, ao invés de agir em inveja, e lidando uns com os outros em honestidade, a comunidade funcionaria de maneira mutuamente benéfica. Isso seria como justiça para eles. Grande parte das recompensas da prática da retidão viria do estabelecimento de uma comunidade harmoniosa resultante desse tipo de comportamento amoroso.