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Significado de Deuteronômio 8:2-6
Tendo recomendado os israelitas que guardassem a todos os mandamentos de Deus para que vivessem e se multiplicassem, entrassem e possuíssem a terra (v.1), Moisés, agora, apresenta o método que lhes permitiria fazê-lo. Ele começa dizendo: Lembrareis de todo o caminho que o Senhor, seu Deus, te guiou no deserto nesses quarenta anos. A jornada no deserto foi difícil para os israelitas. O deserto era uma terra grande e terrível cheia de serpentes ardentes e escorpiões (vv.15-16). Israel precisava se lembrar de todo o caminho pelo qual o SENHOR os havia conduzido, a fim de recordarem Sua fidelidade e as lições que haviam aprendido ao longo do caminho.
O Deus Susserano conduziu Seu povo através daquela difícil jornada para seu aprendizado, sua formação. Ele havia protegido a Seu povo por todo o deserto e os levou até a Terra Prometida. Porém, Ele tinha um propósito específico para treiná-los e prepará-los. Assim, lembrar-se de todo o caminho pelo deserto serviria como fundamento para a obediência a todo os caminhos que o SENHOR estava ordenando para a terra de Canaã (Deuteronômio 5:33). Agora era hora de eles aplicarem as lições que haviam aprendido no deserto para entrar e possuir a terra, sua herança.
O propósito de Deus ao liderar os israelitas no deserto naqueles quarenta anos foi para que pudesse humilhá-los, testando-os. O verbo traduzido como “humilhar” significa "afligir". Deus deliberadamente trouxe aos israelitas a circunstâncias difíceis para que pudessem aprender. Deus os testou como um professor testa a seus alunos, ou como um treinador testa a seus jogadores, a fim de prová-los e garantir sua prontidão. Após sua saída da servidão egípcia, os israelitas vagaram pelo deserto do Sinai por quarenta anos. Durante esse tempo, eles experimentaram fome, porque estavam em uma terra hostil e não haviam sido capazes de levar pão suficiente para a viagem. Porém, o SENHOR milagrosamente providenciou o pão (Êxodo 16). Assim, Moisés pede aos israelitas que se lembrem de sua história, para não repeti-la. Israel deveria se lembrar de sua aflição e teste no deserto, a fim de confiar e obedecer ao Senhor na terra de Canaã.
O propósito de Deus de afligir e testar os israelitas era saber o que estava em seu coração, se eles guardariam Seus mandamentos ou não. Um dos testes de Israel veio na forma da fome. Deus afligiu Seu povo ao permitir que experimentassem a fome; então, Ele os alimentou com o maná, um alimento até então desconhecido, vindo diretamente do céu (Êxodo 16:4). Como Moisés declara: "Ele [Deus] te humilhou e te deixou ter fome, e te alimentou com o maná".
A palavra "maná" deriva da expressão hebraica “man hu”, que significa "o que é isso?" (Êxodo 16:15). Esta foi a pergunta que os israelitas fizeram a Moisés quando viram pela primeira vez o alimento que Deus lhes forneceu, "uma bela coisa parecida com flocos, fina como a geada na terra" (Êxodo 16:14). Esse maná, que Israel não conhecia, nem seus pais conheciam, foi criado especialmente para os israelitas durante suas dificuldades no deserto, quando eles não tinham mais pão (Josué 5:12). Assim, a experiência daquelas dificuldades foi trazida pelo Deus Susserano (Governante) para fazer com que Seus vassalos (Israel) entendessem que o homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor.
Aquilo que sai da boca do SENHOR sempre sustenta a vida. O pão/alimento de cada dia não é suficiente para sustentar plenamente nossa vida. Jesus cita este versículo quando Satanás o tenta a transformar pedras em pão para saciar sua fome física. Jesus responde às três tentações citando Deuteronômio. À primeira tentação, Jesus responde: "O homem não viverá só de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus" (Mateus 4:4). Embora Seu corpo precisasse de pão/alimento para sustentar Sua vida física, Sua alma precisava da Palavra de Deus (como pão/alimento) para sustentar Sua vida espiritual e manter Seu foco em Deus.
A provisão do maná para sustentar a seus corpos físicos trouxe a lição espiritual de que o povo não era capaz de se apoiar em suas próprias habilidades para sustentar suas vida. Os seres humanos muitas vezes têm a ilusão de que controlam sua capacidade de cuidar de suas necessidades. Eles pensam ser autossuficientes. Então, às vezes, Deus os ensina a realidade de sua dependência, removendo tal ilusão através de circunstâncias difíceis.
Deus permitiu que Israel tivesse fome e então providenciou milagrosamente o maná, que era algo completamente fora de sua experiência, algo que eles nem seus pais conheciam. O Deus Susserano (Governante) é confiável e generoso; Ele é o único que pode fornecer pão físico (maná) e espiritual (Sua palavra) para alimentar a Seu povo. Deus forneceu essa lição experiencial para que pudesse levá-los a entender o importante princípio da dependência. Dependência de tudo o que sai da boca do Senhor.
A provisão de Deus para Israel no deserto incluía mais do que apenas o maná. Deus também providenciou roupas para Seu povo e sobrenaturalmente protegeu essas roupas da decadência. Moisés declara: Vossa roupa não se desgastou, nem vosso pé inchou nesses quarenta anos. Enquanto testava e treinava Seus vassalos, o Deus Susserano (Governante) supriu plenamente suas necessidades básicas. Fê-lo um dia de cada vez, de acordo com o Pai Nosso, que nos instrui a orar pelo pão de cada dia.
Ele providenciou roupas que duraram quarenta anos. Um dia de cada vez. Deus impediu que seus pés inchassem, o que significa que suas sandálias não se romperam. Não lhes faltou necessidade básica alguma. Eles foram treinados para depender de Deus diariamente. Assim, era necessário que Israel passasse por essa experiência de aprendizado para que soubessem confiar em Deus e possuir a herança que já lhes havia sido concedida. Porém, caso Israel não tivesse entendido o propósito de Deus em humilhá-los, Moisés o deixa claro, dizendo: “Assim, saibam em seu coração que o SENHOR, vosso Deus, vos estava disciplinando, assim como um homem disciplina a seu filho.”
A palavra "disciplina" fala de uma experiência de aprendizagem na qual um cuidado atento é fornecido para criar uma aprendizagem necessária. Deus não é apenas um perfeito Susserano ou governante, Deus também é um pai perfeito. Moisés diz que o SENHOR havia disciplinado a Israel assim como um homem disciplina a seu filho. Um bom pai treina seu filho a sair ao mundo e ser bem-sucedido. Para equipá-lo, o pai garante que o filho passe por dificuldades enquanto está sob sua proteção, para que possa estar preparado para suportar dificuldades maiores quando estiver sozinho. Ele leva em conta os recursos limitados que seu filho possui.
Todo pai humano procura, assim, melhorar a sabedoria, os recursos e o conhecimento de seus filhos, treinando-os nos caminhos pelos quais devem seguir (Provérbios 22:6). Da mesma forma, Deus permitiu que Israel passasse por um processo de aprendizado, a fim de dar-lhes lições morais positivas. A disciplina nunca é algo divertido. Porém, é algo inestimável. O treinador excelente disciplina sua equipe para que ela esteja à altura dos desafios do jogo. Deus disciplinou a Israel para que piudessem adquirir as habilidades necessárias de confiar Nele e possuir a terra, de forma que lhes trouxesse bênçãos. Tal treinamento permitiu que Israel fosse leal a seu Deus Susserano, guardando Seus estatutos.
Os israelitas deveriam refletir sobre seu passado para viver melhor no presente. À luz de todas essas lições, Moisés exortz ao povo: Portanto, guardareis os mandamentos do Senhor, vosso Deus, a andar em Seus caminhos e a temê-Lo. Esta é a lição de fundo e é por isso que Moisés usa o termo: “Portanto”. Dado tudo o que aprenderam e tudo o que Deus lhes havia ensinado, a grande lição é que a obediência era sua melhor escolha, ou seja, o cumprimento dos mandamentos do SENHOR, seu Deus. Andar em Seus caminhos incluía todas as maneiras práticas pelas quais Deus os havia instruído, para que suas vidas e comunidades prosperassem, cuidando uns dos outros, negociando honestamente, respeitando a propriedade alheia e evitando a inveja.
O mandamento de andar nos caminhos de Deus significa agradar a Deus. Temer a Deus é se importar com o que Ele pensa e se Ele aprova nossos comportamentos, desejar manter nossa aliança com Ele e evitar Sua disciplina ao desobedecermos Seus estatutos. Os israelitas foram testados e humilhados para aprenderem a agradar a seu parceiro no pacto, Javé. Ao fazerem isso, Deus os levou a buscar as melhores decisões.