Significado de Eclesiastes 9:11-12

Esta passagem dá continuidade às implicações de a morte ser o destino de todos os homens, proclamando que o homem não conhece o tempo da sua morte. A morte é certa para todos, mas ninguém sabe o dia de sua morte. Salomão usa uma analogia sobre peixes que são capturados pela rede e pássaros presos em uma armadilha. Nem o peixe nem a ave esperavam ser capturados, mas são. Assim é com a morte.

Salomão chama a rede de traiçoeira. Os humanos não foram criados para a morte. A morte é um interruptor e um usurpador. A morte é vista em todas as Escrituras como um inimigo ao qual Jesus irá vencer. O fim da morte através de Jesus é previsto imediatamente após a queda do homem. A morte é introduzida em Gênesis 3:15 e culmina em Apocalipse 20:14, quando tanto a morte quanto o Hades serão lançados no lago de fogo.

Até o fim definitivo da morte, a derrota da morte por Jesus pode ser apropriada por qualquer ser humano através da fé. O apóstolo Paulo cita Oséias 13:14 dizendo: "A morte é engolida pela vitória" na morte e ressurreição de Cristo (1 Cor 15:54-55). Mesmo assim, a morte continua a ser um inimigo feroz. A morte é algo que de repente cai sobre nós e nos enreda. Mesmo que a morte tenha sido vencida por Cristo, a experiência da morte é sempre um momento terrível. Jesus chorou quando descobriu a morte de Seu amigo Lázaro, mesmo sabendo que Lázaro logo ressuscitaria dos mortos (João 11:35).

Salomão acrescenta um elemento à inevitabilidade da morte: o tempo e o acaso. No final, nem tudo seguirá o curso normal de causa e efeito. Alguém que vive um estilo de vida saudável pode viver mais. Mas a pessoa ainda assim morrerá. O tempo e o acaso acontecem a todos. Às vezes, pessoas que vivem estilos de vida saudáveis morrem prematuramente, enquanto pessoas que abusam da vida vivem uma vida longa.

A palavra acaso aqui também pode ser traduzida como "eventos". Não controlamos as circunstâncias. As coisas acontecem, os acontecimentos acontecem, eventos que não têm nada a ver conosco, mas que não podemos controlar. Esses eventos podem ter enormes impactos sobre nós. Quanto mais tempo vivemos, maior a probabilidade de tais eventos nos impactarem. Os seres humanos, muitas vezes, fingem que não é assim. Os seres humanos muitas vezes estão alheios a essa realidade. Mas é a realidade. Não importa o que façamos, não podemos impedir que o tempo e o acaso, os acontecimentos, se sobreponham às consequências de nossas próprias ações.

Salomão usa exemplos de causa/efeito que o tempo e o acaso podem alterar. Ele diz que a corrida não é para os rápidos. Normalmente, a pessoa mais rápida vence uma corrida. Mas, o tempo e o acaso às vezes intervêm. O corredor mais rápido pode se machucar ao tropeçar e cair. Normalmente, a batalha é vencida por guerreiros (literalmente "poderosos"). Porém, o tempo e o acaso podem intervir. Às vezes, a batalha é decidida pela propagação de uma doença. Normalmente, os sábios são realmente bons em produzir riqueza e renda. Porém, os sábios nem sempre colhem pão ou necessidades materiais. Às vezes, eventos como fome ou guerra intervêm e neutralizam sua sabedoria. A riqueza é geralmente acumulada por pessoas que são investidores astutos. Mas, às vezes, alguns acontecimentos ultrapassam até mesmo o discernimento (literalmente, "compreensão"). O tempo e o acaso são um poder que, às vezes, inunda nossas capacidades. Assim como a morte é inevitável, o tempo e o acaso - ou os eventos da vida - também o são.

Normalmente, os homens com habilidades ganham mais favores. Esses favores podem vir na forma de prêmios ou reconhecimento. Podem manifestar-se sob a forma de sucesso. Mas, às vezes, os acontecimentos, o tempo e o acaso, ultrapassam a capacidade dos habilidosos. Não podemos controlar os resultados nesta vida. Por isso, é ainda mais importante viver para a eternidade; na eternidade, o impacto negativo da morte, do tempo e do acaso serão substituídos pela certeza do reinado de Deus em uma nova terra.