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Significado de Êxodo 13:17-22
O versículo 17 inicia uma nova seção do Êxodo, que continua até a travessia do Mar Vermelho (15:21). Descreve a viagem do Egito até o outro lado do Mar Vermelho. Alguns crêem que essa seção se estenda até quando os israelitas chegaram ao Monte Sinai, no capítulo 18. Em ambos os casos, a saída do Egito começou quando o Faraó deixou o povo ir. Seu caminho para a Terra Prometida não era direto, porque Deus não os conduziu pelo caminho da terra dos filisteus, mesmo sendo mais próximo. A palavra "conduzir" (hebraico “nahah”) é usada no Salmo 23:3, onde o salmista diz que o SENHOR o "conduz" nos caminhos da justiça. Isso implica liderar, direcionar para um objetivo. O "caminho da terra dos filisteus" era uma rota muito direta a nordeste ao longo do Mar Mediterrâneo, do Egito a Canaã, passando pela "terra dos filisteus". Percorrer esta estrada levaria no máximo algumas semanas, porque "estava perto".
Porém, havia outra coisa a ser considerada. A rota nordeste através da terra dos filisteus certamente desencadearia uma resistência armada. Então, Deus diz: "O povo pode mudar de ideia quando vir a guerra e retornar ao Egito". A palavra traduzida como "mudar de ideia" (hebraico “naham”) é usada em Gênesis 6:6, onde diz que Deus "estava arrependido" de ter criado o homem. A palavra é usada em outros contextos para expressar arrependimento ou dor emocional (Juízes 2:18). Deus estava preocupado que, quando ameaçados de guerra e com risco de vida, os israelitas se arrependessem de deixar o estilo de vida aparentemente menos perigoso que tinham no Egito.
Para evitar isso, Deus conduze o povo pelo caminho do deserto até o Mar Vermelho. Para chegar ao Mar Vermelho, os israelitas tinham que viajar para o sudeste de onde estavam (que era Gósen (Êxodo 8:22), localizado no delta do Nilo). A palavra para "conduzir" aqui (hebraico “sabab”) é diferente do versículo 17. Esta palavra implica levar ao objetivo e retornar. O SENHOR conhecia Seu povo e sabia que o caminho mais direto não era o melhor para eles. Sim, levaria mais tempo para cumprir a promessa, mas era a melhor decisão.
Deus os levou ao deserto para permitir que eles vissem mais demonstrações de Sua provisão e proteção e, como resultado, permitissem que sua fé crescesse. Deus sabia que eles ainda não estão preparados para lutar. Deus não muda. Ele não dá a Seus filhos provações que eles não são capazes de suportar e sempre garantirá que haja um escape em qualquer tentação (1 Coríntios 10:13).
Apesar disso, quando essa geração chega à Terra Prometida e é capaz de lutar, eles ainda não estão dispostos a fazê-lo. Ainda que tenham visto a provisão de Deus muitas vezes, eles ainda reclamavam, ao invés de confiar Nele (Números 14). Assim, eles vagariam pelo deserto até que uma nova geração nascesse com fé e coragem suficientes para lutar e possuir a terra que Deus havia concedido. Veremos que a principal instrução de Deus para o sucessor de Moisés, Josué, é ser corajoso (Josué 1:6-9). Fé, coragem e disposição para enfrentar a oposição são parceiros próximos em uma caminhada de obediência.
Finalmente, os filhos de Israel subiram em marcha da terra do Egito. Era importante que os israelitas saíssem não como uma multidão frenética e desorganizada. O SENHOR queria que eles saíssem de forma ordenada e sensata. Sair em "marcha" significa que eles foram organizados em formação militar, presumivelmente para transmitir aos inimigos em potencial que eles estavam posicionados para se defender de potenciais investidas. A provisão de Deus é, muitas vezes, bastante prática.
O versículo 19 contém a nota de uma promessa cumprida. Aqui, Moisés levou consigo os ossos de José. A razão para isso foi porque ele havia feito os filhos de Israel jurarem solenemente, dizendo: "Deus certamente cuidará de vós e carregareis meus ossos daqui". Este foi o cumprimento de Gênesis 50:25, onde, como se diz, José fez sua geração de israelitas prometer levar seus ossos com eles quando saíssem para Canaã. A Bíblia é consistente em sustentar a importância do cumprimento de promessas, alianças e juramentos, independentemente do tempo. Um exemplo disso é Deus enviando fome a Israel porque Saul havia violado uma promessa que Josué havia feito aos gibeonitas, centenas de anos antes (2 Samuel 21:1-2).
A próxima parte desta passagem (versículos 20-22) descreve os meios pelos quais Deus conduziria os israelitas. Na primeira etapa da jornada, eles partiram de Sucote e acamparam em Etam, à beira do deserto. A localização exata de Sucote e Etam não é conhecida. Pode ser que estivesse a sudeste da região do Delta do Nilo e a direção de Sucote para Etam era provavelmente a sudeste. Assim, em vez de conduzir Seu povo para o nordeste, Deus soberanamente os conduziu para o sudeste.
Como os israelitas foram guiados para fora do Egito? O Senhor ia adiante deles em uma coluna de nuvem de dia para guiá-los no caminho e em uma coluna de fogo à noite para dar-lhes luz. A coluna mudava de nuvem durante o dia para fogo durante a noite. Não só Deus conduziu a Israel em sua jornada, como também permitiu que viajassem de dia e de noite. A coluna era grande o suficiente para fornecer sombra durante o dia e luz quando estava escuro. Era também uma presença constante, porque Ele não tirava a coluna de nuvem de dia, nem a coluna de fogo de noite, diante do povo. Isso se tornou um símbolo da presença permanente do Senhor com Seu povo. Eles podiam confiar em Sua liderança e eles deveriam apenas obedecê-Lo e segui-Lo. A coluna era uma confirmação visível da presença constante do Senhor. A presença do SENHOR significava que os israelitas seriam sempre conduzidos na direção certa e incessantemente protegidos enquanto viajavam.
É interessante que a palavra "Deus" (hebraico “Elohim”) seja usada aqui em vez de "o SENHOR" (hebraico “Javé”). A palavra "Deus" enfatiza Sua relação com Sua criação e "o SENHOR" enfatiza Sua relação com os humanos. "Deus" reflete Sua criação (Gênesis 1) e "o SENHOR" é o nome usado para Seu relacionamento de aliança com Seu povo. Os nomes Deus e SENHOR são usados neste capítulo para enfatizar ambos os aspectos de seu relacionamento com seu povo.