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Significado de Êxodo 20:22-26
Em uma introdução apropriada, esta primeira seção do Livro da Aliança diz respeito a como o povo deveria adorar ao SENHOR. Tendo mostrado Sua santidade à vista de todo o povo, o SENHOR, então, define o formato adequado para a adoração. Ele proibe qualquer fabricação de ídolos que O representasse ou qualquer outro deus que eles pudessem imaginar. A adoração deveria envolver sacrifícios em um altar de barro, tomando especial cuidado para não proporcionar uma ocasião para qualquer imoralidade.
Nos vv.22-23, o SENHOR proibe qualquer forma de idolatria para Seu povo. O SENHOR instrui Moisés a dizer aos filhos de Israel: Vistes que Eu lhes falei do céu. No texto hebraico, a expressão “do céu” é a primeira, implicando que deve ser enfatizada. Esta era a base para o que viria a seguir. O SENHOR havia falado diretamente do céu, não através de algum objeto inanimado, como um ídolo. O SENHOR não queria (e ainda não quer) ser identificado com nenhum objeto criado. Ele é Criador, não criatura.
Por isso, Ele ordena no v.23 que os israelitas não fizessem outros deuses além de Mim, deuses de prata ou deuses de ouro, não fareis para si mesmos. Isso repete o segundo mandamento, que indica como foi fundamental imprimir isso na mente das pessoas. Um requisito central do autogoverno é o Estado de Direito, e isso só pode existir se houver um legislador que transcenda os meros seres humanos. Os seres humanos devem nutrir a responsabilidade de servir ao próximo. Os seres humanos têm uma tendência a buscar os ídolos e os ídolos que fazem sempre lhes fornecem autorização moral para o que quer que eles queiram para si mesmos.
O mandamento de evitar os ídolos é repetido para mostrar como era importante adorar ao Senhor e somente a Ele. Não há outro fundamento filosófico que leve as pessoas a acreditar que é sua mehor opção amar ao próximo como a si mesmas. A frase “além de Mim” na cláusula “Não farás outros deuses além de Mim” é traduzida como "comigo" ou "ao meu lado" em outras traduções. Provavelmente tenha um duplo significado.
Eles não deveriam criar ídolos que representassem outros deuses e não deveriam criar ídolos representando ao SENHOR. Ele está no céu, reinando sobre a natureza, e não é parte da natureza (como a maioria dos outros deuses pagãos imaginados pelos humanos). Representá-Lo como um ídolo o rebaixaria ao nível de Sua criação. Deus deve ser honrado como Criador e ser reconhecido como autoridade suprema, o Legislador, Aquele que determinou que os seres humanos florescem melhor quando se autogovernam e servem uns aos outros.
Os versículos 24-26 definem como deveria ser a adoração ao SENHOR que havia falado do céu. Tratava-se de fazer um altar de barro. A idéia aqui é que o altar não deveria ser ornamentado como os altares pagãos. Era para ser feito apenas de terra e não apresentar sofisticações humanas. Neste altar, o SENHOR declara: Sobre ele sacrificarás os teus holocaustos e as tuas ofertas de paz, as tuas ovelhas e os teus bois. Os holocaustos tratavam do perdão pelos pecados do povo, restaurando a comunhão relacional entre o SENHOR como Susserano e o povo como vassalos. As ofertas de paz tratavam de louvar e agradecer ao SENHOR e manter a comunhão do povo com seu Soberano Senhor.
Esses sacrifícios deveriam ser realizados em todos os lugares onde eu fizesse com que Meu nome fosse lembrado. Lembrar-se do SENHOR é trazer à mente tudo o que o SENHOR é e o que Ele fez. O resultado de tal adoração é que Ele virá e o abençoará. Uma parte da bênção prometida viria do efeito natural da escolha pela gratidão. Pessoas gratas são pessoas felizes. Outra parte provável da bênção prometida viria da comunhão com Deus, o Legislador, e da obediência a Seu mandamento de amar ao próximo como a si mesmo. Ambos criam comunidades saudáveis e prósperas.
Alternativamente, no v.25, o SENHOR diz: Se fizerdes um altar de pedra para Mim (note a repetição da frase Para Mim, como no v.24), não o construirás de pedras cortadas, pois se empunhardes sobre ele a tua ferramenta, profanarás. A razão para não usar pedras cortadas estava provavelmente relacionada a práticas pagãs. Os altares pagãos feitos de pedra eram feitos de pedras cortadas e ornamentadas que enfatizavam o esforço ou controle humano. A adoração a Deus deveria enfatizar a interação pessoal de um Deus verdadeiro e vivo com Seu povo. O povo deveria evitar rigorosamente qualquer semelhança de práticas pagãs que criassem uma ilusão de que as pessoas poderiam manipulá-Lo ou controlá-Lo para alcançar seus próprios desejos.
Assim, tanto no altar de terra quanto no altar de pedra, o propósito era adorar ao Senhor. Não tinha a ver com o altar em si, ou os esforços dos sacerdotes - tinha a ver (até hoje) com a adoração ao Criador de todas as coisas.
O versículo 26 contém a última instrução sobre a adoração. O SENHOR os adverte a não subir degraus ao Meu altar, para que a vossa nudez não fique exposta nele. Esta última instrução diz respeito à possibilidade da imoralidade, no momento em que a mente de todos deveria estar centrada no SENHOR para adorá-Lo.
Algumas religiões pagãs do Antigo Oriente Próximo (sumérios e outros) tinham sacerdotes que realizavam suas cerimônias completamente nus. Os sacerdotes egípcios ficavam seminus quando realizavam seus rituais. Havia uma estreita ligação entre a imoralidade sexual e o paganismo. Isso também pode ser visto no culto dos cananeus. A ênfase aqui é completamente oposta à prática pagã. Até mesmo o potencial de uma exposição inadvertida da nudez deveria ser proibido.
Resumindo, não deveria haver qualquer indício de práticas pagãs na adoração ao Senhor dos céus. A fim de servirem em sua função como nação sacerdotal, Israel deveria demonstrar às nações vizinhas como viver de maneira autônoma, amando-se e servindo uns aos outros, e guardando a aliança com o Senhor. Isso não seria possível, a menos que eles escolhessem guardar Seus mandamentos. Uma parte necessária de guardar Seus mandamentos é reconhecer continuamente a autoridade e a realidade do SENHOR, seu Deus, e evitar qualquer semelhnaça com as práticas pagãs das nações vizinhas.