Significado de Gálatas 5:13-16

Pela fé em Cristo, os gálatas foram chamados à liberdade. O Espírito chama os crentes a viverem na liberdade que Jesus disponibiliza, ao invés de se tornarem escravos do pecado e da lei. A liberdade é, em sua essência, a capacidade de se fazer escolhas. Os escravos não conseguem fazer escolhas, eles simplesmente fazem o que lhes é dito. Este é um elemento essencial da graça de Deus. O sacrifício de Jesus na cruz tornou todo crente justo na presença de Deus, dando-lhes poder sobre o pecado. Porém, todo crente tem uma escolha diária se deseja andar no poder da ressurreição de Jesus ou no poder de sua antiga natureza, a carne. Cada crente, desde o tempo de Paulo até agora, pode se comportar de duas maneiras: andar em amor ou transformar a liberdade em oportunidade para a carne.

Embora os crentes sejam feitos justos aos olhos de Deus e recebam o poder do Espírito Santo para vencerem o pecado, todos os crentes ainda têm uma natureza caída, à qual Paulo chama de carne. Paulo diz em Romanos 7:18 que nada de bom habita em nossa carne. Mesmo assim, ainda podemos exercer nossa liberdade de escolha e escolher obedecer à carne. Isso não significa que seremos feitos injustos aos olhos de Deus. É impossível desfazer a obra de Jesus na cruz através de nossos comportamentos.

O que isso significa, então? Significa que quando os crentes escolhem a carne, eles colherão os frutos da carne, os resultados ou consequências de andarem de acordo com a carne. Paulo adverte aos gálatas que, se seguirem a carne, morderão e devorarão uns aos outros, porque serão consumidos por desejos egoístas, em vez de amor uns pelos outros.

Quando os crentes escolhem a carne, isso significa que eles não apenas mordem e devoram uns aos outros, mas podem ser consumidos uns pelos outros. No mínimo, este não é um bom resultado. Paulo reconhece a incrível liberdade de escolha que Deus concede a cada crente. Porém, ele também reconhece que Deus criou consequências para nossas ações; colheremos o que semeamos.

O contraste a fazermos más escolhas, ou seja, realizarmos os desejos da carne, é fazermos boas escolhas, ou seja, andarmos no Espírito. Como é isso? Quando os crentes, através do amor, servem uns aos outros, eles andam pelo Espírito e não realizam aos desejos da carne. O Espírito e a carne são inimigos. Não podemos satisfazer a um e a outro. Podemos escolher, mas nossas escolhas são sempre binárias. Obedeceremos à carne ou ao Espírito. Não há uma terceira opção. Paulo deixa claro que seguir às regras religiosas buscando justificação é seguir à carne.

Paulo instrui aos gálatas a não usar sua liberdade para escolher seguir aos desejos pecaminosos da carne; ao invés disso, eles deveriam obedecer ao Espírito, servindo uns aos outros por meio do amor. É isso que a vida de fé produz. Até mesmo a lei pode ser resumida como este serviço uns aos outros: Amarás a teu próximo como a ti mesmo. As "autoridades" judaicas queriam apelar à lei? Tudo bem, a lei dizia para andarem em amor. É assim que se cumpre a lei. Até mesmo seu apelo à lei era derrotado pela própria lei. Este versículo - “Amarás a teu próximo como a ti mesmo - está em Levítico 19:18. Levítico é a seção do Antigo Testamento referida como a lei.

O problema não era a lei. O problema era que a "manutenção da lei" era uma abordagem do "autoaperfeiçoamento". A carne não pode ser aperfeiçoada. É por isso que Paulo aconselha os crentes a crucificar diariamente sua carne.

O Espírito também não está sob a lei, assim como Paulo mostrou aos gálatas no capítulo 2. Quando Pedro comeu com os gentios, ele estava seguindo ao Espírito, não à lei. E Quando fugiu dos gálatas, ele não estava andando no Espírito (lembre-se: Amarás a teu próximo como a ti mesmo), mas tentando obedecer à versão da lei dos homens. Como Paulo argumenta em Romanos 7:14, a Lei de Deus é espiritual e boa, mas somos carnais. É assim que transformamos algo bom em algo ruim.

O ponto de Paulo é que a carne e o Espírito são opostos completos. Nossa escolha mais fundamental como crentes é escolher a cada dia, a cada momento, a qual deles obedecer.