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Significado de Gênesis 17:9-11
Uma vez que a aliança “entre Mim e ti” demandava a participação de Abraão, Deus o chama para cumprir sua parte na aliança (Êxodo 23:15; Deuteronômio 28:9). Esta era uma realidade diferente da provisão anterior da aliança, onde Deus havia passado pelas metades animais dozinho, pois estava fazendo promessas unilaterais (Gênesis 15:10-18). Agora, é um pacto mútuo e Abrão e seus descendentes teriam uma obrigação contínua para receber a recompensa ou as bênçãos. A obrigação do pacto de Abraão é especificada no versículo 10: Esta é a aliança que guardareis entre mim e vós e a tua semente depois de ti. Deus institui um sinal físico da aliança, a saber, a circuncisão, indicavando o compromisso total dos que desejavam estar em aliança com Deus. A obrigação do pacto envolvia a prática de se guardar o sinal da aliança. Esta era, de certa forma, a "assinatura" de Abraão no contrato com Deus de que ele manteria sua parte do "acordo" como um vassalo ou servo obediente a seu superior ou Susserano.
A aliança de Deus envolveria "todo o macho". Especificamente, Abraão, todos os homens e seus descendentes deveriam ser circuncidados. A instituição da circuncisão foi dada como um selo da aliança. O fato de se aplicar a todos os descendentes de Abraão enfatizava que aquela aliança passaria para toda a semente de Abraão. A circuncisão significava o compromisso de obediência a Deus e que somente Deus seria adorado, um compromisso de confiança e serviço a Deus.
“Circuncidareis a carne do vosso prepúcio”. A circuncisão era a remoção do prepúcio masculino. A palavra “circuncisão” significa "cortar". Deus escolheu a circuncisão como sinal da aliança “entre Mim e vós”. Ela mostrava física e tangivelmente que a obediência era necessária para receberem bênçãos adicionais. No entanto, isso não afetava as promessas incondicionais já feitas por Deus. Paulo traz um ponto importante sobre isso em seus argumentos aos romanos, observando que Abraão foi declarado justo aos olhos de Deus (Gênesis 15:6) muito antes de ser circuncidado (Romanos 4:1-13). Também vale a pena notar que todas essas concessões e promessas, tanto as condicionais quanto as incondicionais, foram feitas muitos anos antes de Deus conceder a Lei. Paulo também afirma que Deus deu a Lei "quatrocentos e trinta anos depois" (Gálatas 3:17) por causa das "transgressões" (Gl 3:19). Aparentemente, os descendentes de Abraão precisaram de ajuda para discernir o que significava “ser perfeito” para receberem as bênçãos adicionais de Deus.
A circuncisão identificava Abraão e seus descendentes como povo de Deus e os lembrava de viver em fidelidade à aliança. O ato da circuncisão era um símbolo de confirmação da separação do mundo, da santidade e da lealdade à aliança. Era um ato de fé, uma metáfora exterior da "circuncisão do coração", significando que, interiormente, alguém estava comprometido com Deus e separado para Deus, ao invés de resisti-Lo (Levítico 26:41; Deuteronômio 30:6; Romanos 2:28-29, 4:11; Efésios 2:11).
Quando Jesus estabeleceu a Nova Aliança, Ele cumpriu os requisitos da Antiga Aliança. Portanto, não é mais necessário que os crentes sejam fisicamente circuncidados. O Concílio de Jerusalém e os escritos subsequentes de Paulo tornaram este ponto explícito aos crentes gentios do Novo Testamento (Atos 15:1-29; Romanos 2:25-29; Gálatas 2:1-10, 6:15; Colossenses 2:11-12). Todos os crentes são enxertados na família de Deus ao simplesmente crerem na promessa de Deus em Jesus, sem mais condições, incluindo qualquer cerimônia física.
Os crentes judeus continuavam a praticar a circuncisão como expressão cultural. Paulo mandou circuncidar a Timóteo (Atos 16:3). O apóstolo também deixou claro que ainda seguia aos costumes judaicos. Em Roma, Paulo proclamou aos "principais dos judeus": "Irmãos, embora eu não tivesse feito nada contra nosso povo ou os costumes de nossos pais, ainda assim fui entregue como prisioneiro de Jerusalém nas mãos dos romanos" (Atos 28:17). Ele ainda afirma que fora "forçado a apelar a César, não que tivesse qualquer acusação contra minha nação" (Atos 28:19). Ele ainda destaca aos líderes judeus em Roma: "Estou usando estas cadeias por causa da esperança de Israel" (Atos 28:20). A afirmação de Paulo de que "não havia feito nada contra nosso povo ou os costumes de nossos pais" deixava claro que o próprio Paulo seguia aos costumes judaicos.
Paulo ressalta essa distinção em Atos 21. Ao vir a Jerusalém, ele encontrou-se com o presbítero chefe da igreja na cidade, Tiago, juntamente com os outros presbíteros. Eles expressaram a ele uma preocupação com uma desinformação a respeito de Paulo já espalhada por toda Jerusalém. Os "muitos milhares...entre os judeus" que "creram" em Jesus diziam que Paulo estava "ensinando os judeus entre os gentios a abandonar Moisés, dizendo-lhes para não circuncidarem seus filhos nem andarem de acordo com seus costumes". Eles sugeriam que Paulo fizesse o voto para demonstrar não estar fazendo tal coisa e para confirmar que era "zeloso pela lei". Paulo o cumpre.
Não há tensão alguma aqui, já que o costume religioso é algo bom, desde que não substitua a fé. O argumento que Paulo faz aos gentios é que, ao adotarem aos costumes como se fossem necessidade, eles negavam a graça de Deus. Na carta aos Hebreus, o escritor (provavelmente Paulo) deixa claro que, embora fosse bom seguir aos costumes religiosos, confiar neles para a justiça soava como desobediência a Deus. A chave para a justiça é a obediência a Jesus no coração.
Paulo insiste que o entendimento-chave da circuncisão é ter nossos corações separados em obediência a Deus (Romanos 2:29). Como acontece com esta mensagem em Gênesis, os crentes do Novo Testamento receberão bênçãos adicionais se forem obedientes e andarem em fidelidade a Deus, em novidade da vida. Quando andamos em obediência, expressamos um coração circuncidado.