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Significado de Gênesis 20:5-7
Abimeleque lembra a Deus o que Abraão e Sara lhe haviam dito: "Não me disse ele mesmo: é minha irmã'?" Literalmente, a expressão “na sinceridade do meu coração” significa "com um coração perfeito" ou “na integridade da minha conduta”. Até este ponto, ao se defender, Abimeleque apela para o senso de justiça de Deus e chama Sua atenção para o testemunho de Abraão e Sara. Ele afirma não ter tido más intenções, apenas boa-fé, tanto em pensamentos quanto em ações.
Abimeleque estava agindo sem saber que estava errando. Em outras palavras, ele tinha “inocência em suas mãos”, ou seja, seu comportamento era livre de culpa (Salmos 24:4, 26:6, 73:13; Oséias 8:5; Amós 4:6).
Deus, agora, rebate a defesa do rei dizendo: "Sim, eu sei...também eu te impedi de pecar contra mim." Em resposta à primeira defesa da inocência do rei, Deus responde que sabia que Abimeleque não tinha ciência de que Sara era casada. Porém, Deus acrescenta que foi Ele quem o havia impedido de pecar. Deus não deixou Abimeleque “tocá-la” (sexualmente). Às vezes, Deus intervém nos assuntos dos humanos (1 Samuel 25:39; Gênesis 12:17, 26:11). Deus trabalhou para impedir que qualquer coisa detivesse o nascimento do filho prometido de Sara (Gênesis 21; Mateus 1:25).
Este episódio espelha, em grande parte, a experiência de Abraão e Sara no Egito, quando o Faraó levou Sara para seu harém. A abordagem de Deus neste episódio com Abimeleque aponta que Ele impediu Sara de ser sexualmente contaminada (Gênesis 12:15-20). Também é interessante que Abraão tenha repetido a mesma abordagem de Gênesis 12 ao lidar com a preocupação de que ele poderia ser morto por um rei local que desejasse tomar Sara. Já havia funcionado antes. Deus os havia protegido antes e não disse a Abraão para não usar esse estratagema outras vezes. Assim, aparentemente, eles repetiram o que havia funcionado antes e o plano funcionou outra vez. Veremos que o filho de Abraão e Sara, Isaque, também usaria essa mesma tática mais tarde (Gênesis 26:6-11).
Quanto à segunda resposta do rei sobre sua inocência, sua integridade é posta à prova. Agora que conheceu a verdade, Abimeleque deveria imediatamente devolver Sara a Abraão. Deus ordena a Abimeleque que devolva Sara a seu legítimo marido, Abraão. Deus aponta que Abraão era um profeta. Curiosamente, esta é outra novidade em Gênesis, o primeiro uso da palavra “profeta”.
A função de um profeta é interceder por outros diante de Deus (1 Samuel 7:5-9, 12:19; Deuteronômio 9:20; Números 12:13; Amós 7:2, 5; Jeremias 7:16, 15:1; Salmos 105:12-15). Vimos Abraão cumprir esse papel (Gênesis 18:22-32). O outro papel principal do profeta era representar Deus diante das pessoas, falando e julgando em Seu nome. Abraão não foi um profeta neste sentido, até onde sabemos, como foi Samuel, Elias, Isaías ou Jeremias. Eles falaram através da inspiração divina, a fim de guiar o povo de Israel, incluindo previsões do futuro. O fato de Deus dizer que Abraão era profeta pode indicar que Abraão falava em Seu nome.
Pode ser que Abraão tenha falado em nome de Deus da mesma maneira descrita no Novo Testamento, o que encorajaria os crentes a buscar o dom da profecia:
“Mas aquele que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação” (1 Coríntios 14:3).
Também pode ser que Abraão tenha vivido uma vida que falasse em nome de Deus em palavras e ações e que ele tenha cumprido esse tipo de função profética. Se assim for, isso indicaria que todos os filhos de Abraão pela fé (Gl 3:7) teriam a mesma oportunidade.
Também é interessante refletir sobre a interação de Deus com Abimeleque. Abimeleque prontamente reconhece seu erro e se humilha diante de Deus. Deus fala com Abimeleque em sonho. Não sabemos se esta foi uma ocorrência única ou se era parte de um relacionamento contínuo dele para com Deus. Porém, como vimos com Melquisedeque, Deus trabalha em várias frentes e se envolve com muitas pessoas. Ele registra essa história em particular para nossa instrução (1 Coríntios 10:1-11).