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Significado de Gênesis 24:1-5
A história de Abraão chega ao fim. Lemos sobre sua morte no capítulo seguinte, Gênesis 25. Ele tem uma última coisa a realizar.
“Abraão era velho e de idade avançada; e Jeová o tinha, em tudo, abençoado”. Ao dizer que ele se aproximava do fim de sua vida o texto se destina a enfatizar o quão velho ele já estava nesse momento. Ele havia vivido uma vida plena, rica de recompensas e significados, pois “o SENHOR o havia abençoado em tudo”. Abraão viveu uma vida de fiel obediência a Deus, casou-se com uma mulher piedosa (Hebreus 11:11), adquiriu riquezas, obteve vitórias militares, ganhou o respeito de seus vizinhos embora fosse estrangeiro entre eles e recebeu o filho de Promessa, Isaque. No entanto, em sua velhice, seu filho ainda era solteiro. A promessa de Deus de que os descendentes de Abraão seriam tão numerosos quanto as estrelas repousava sobre a fertilidade de Isaque, perpetuando assim a linhagem familiar.
Abraão, portanto, decide encontrar uma esposa para seu filho. Ele fala com “seu servo, o mais antigo da sua casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía” e lhe dá a tarefa de procurar uma esposa para Isaque. O servo permanece sem nome ao longo do capítulo, mas a tradição diz que seu nome era Eliezer, um servo já mencionado anteriormente como o único herdeiro de Abraão antes de ter filhos (Gênesis 15:2).
Abraão pede-lhe que faça um juramento: “Põe a tua mão por baixo da minha coxa, e te farei jurar por Jeová, Deus do céu e da terra, que não tomarás mulher para meu filho das filhas dos cananeus, entre os quais habito”. A primeira parte do pedido de Abraão é que seu servo não procurasse por uma esposa “das filhas dos cananeus entre as quais vivo”. Isso explica por que Isaque não tinha esposa. Talvez Abraão tenha esperado por uma mulher de caráter, de uma família de caráter e tenha se desesperado porque ninguém vivia de acordo com seus padrões. Levítico 18 lista os comportamentos comuns à cultura cananéia 400 anos depois. Supondo que fosse semelhante ao tempo de Abraão (conforme infere Gênesis 15:16), o patriarca faria tudo o que pudesse para dissuadir seu filho das influências daquele povo.
Abraão, então, elabora um plano, dizendo ao seu servo: “Mas irás à minha terra e à minha parentela e daí tomarás mulher para meu filho Isaque”. Abraão era casado com sua meia-irmã. Ele desejava que seu filho se casasse com alguma mulher entre seus parentes. Nessa época da história isso era bastante comum. A linhagem genética humana aparentemente ainda estava perto o suficiente da criação original para permitir isso. No entanto, tais casamentos mistos podem ter contribuído para a substancial diminuição da expectativa de vida notada em Gênesis.
Às vezes, os juramentos da época eram feitos pela pessoa que jurava ao colocar sua mão sob a coxa da pessoa a quem estava se submetendo. Abraão pede a seu servo que jure várias coisas. Primeiro, que ele não tomasse uma esposa para Isaque das filhas dos cananeus, entre os quais ele vivia. A razão para isso era que os cananeus adoravam aos ídolos e cometiam vários pecados abomináveis. Era uma cultura onde os fortes dominavam os fracos. Eles estavam em rebelião contra o desejo de Deus de que as pessoas amassem e servissem umas às outras.
Deus desejava que Abraão seguisse a Seus caminhos, não aos caminhos do mundo. Este é o coração da aliança de Deus com Abraão e com Israel mais tarde: que eles vivessem a vida da maneira como Deus a projetara. Isso abençoaria a cada indivíduo, bem como a toda a comunidade. Os cananeus eram um exemplo constante de como não se viver. O povo de Deus era sempre advertido a não se associar aos cananeus, porque eles seriam levados a viver o estilo de vida cananeu (Êxodo 34:11-16; Deuteronômio 7:1-4; Juízes 3:6; 1 Reis 11:1-13; Esdras 9:2, 12). Os cananeus praticavam todos os tipos de imoralidade exploradora, como bestialidade e sacrifício de crianças, para citar apenas alguns (Levítico 18:23, Deuteronômio 12:31). Os livros de Deuteronômio e Levítico contêm capítulos e mais capítulos sobre os atos proibidos que os israelitas não deveriam realizar, todos os quais eram coisas que eles havia visto no Egito ou veriam em Canaã. Deus chamou Israel e o patriarca Abraão (Gênesis 17:1), para rejeitar as práticas do mundo e serem santos, seguindo aos caminhos de Deus.
Deus deu aos cananeus, especificamente aos amorreus, tempo para se arrependerem de seus pecados. Como disse a Abraão ao estabelecer a aliança com ele, "[Seus descendentes] voltarão aqui, porque a iniquidade dos amorreus ainda não está completa" (Gênesis 15:16). Sua "iniquidade" ainda não completa significava que Deus ainda lhes estava dando tempo para se afastarem de seus pecados. Todo pecado é algo grave para Deus, mas Ele é paciente e misericordioso. Até certo ponto. Antes do dilúvio, Deus foi paciente enquanto o mundo inteiro se enchia de violência (Gênesis 6:11). Deus agora parece dar mais tempo ainda aos povos, porém não tanto tempo assim para criar uma cultura irreversível de violência. Deus deu aos amorreus 400 anos para se afastarem de sua maldade, mas eles jamais se arrependeram e, assim, foram julgados por Deus e perderam a posse da terra para os israelitas (Deuteronômio 9:4-6).
Abraão desejava que Isaque se casasse com alguém com os mesmos valores e crenças. O princípio de se casar com alguém que tenha as mesmas crenças e valores também existe no Novo Testamento. 2 Coríntios 6:14 nos diz: "Não vos ponhais debaixo de um jugo desigual com os incrédulos; pois que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade ou que comunhão tem a luz com as trevas?" Há uma sabedoria profunda em se casar com um companheiro crente. Isso cria uma base sólida para que marido e esposa tenham unidade em torno de uma missão comum, ou seja, servir a Deus e uns aos outros, já que operam a partir da mesma fé. Um casamento assim fornece um excelente fundamento para que eles se encorajem mutuamente para viverem uma vida de obediência fiel a Deus, o qual deseja que todos amem e sirvam uns aos outros. Duas pessoas buscando o melhor para a outra é a base para uma excelente parceria.
Em vez de buscar uma mulher cananéia para Isaque, Abraão encarrega seu servo de ir a seu país e a seus parentes para tomar uma esposa para seu filho Isaque.
Embora Abraão tenha vivido em Canaã por cerca de 65 anos, ele ainda chama Harã de “meu país”, pois era o país onde seu pai havia se estabelecido. Foi também o lugar onde Deus havia falado com ele, dizendo-lhe: "Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai para a terra que te mostrarei " (Gênesis 12:1).
O servo deveria jurar pelo Senhor, o Deus do céu e o Deus da terra, que faria o que Abraão lhe pedia. O SENHOR é referido duas vezes — como o Deus do céu e o Deus da terra — descrevendo a plenitude de Sua autoridade. O céu e a terra compõem toda a criação e o SENHOR é Deus sobre tudo. Jurar por Deus significava colocar sua vida nas mãos de Deus, porque Deus presumivelmente cobraria o servo de Abraão de sua promessa. O juramento exigia total responsabilidade para o cumprimento do que estava sendo prometido.
O servo faz uma pergunta a Abraão, parecendo preocupar-se com o fato de não ser capaz de alcançar o objetivo: “Porventura, a mulher não quererá seguir-me para esta terra; farei, pois, tornar teu filho para a terra donde saíste?”
Essencialmente, o servo esperava que as mulheres de Harã talvez não estivessem dispostas a deixar a terra de sua família para seguir a um estranho a Canaã. Se isso acontecesse, o servo pergunta se não seria mais fácil levar Isaque de volta à terra de onde Abraão havia vindo.