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Significado de Gênesis 24:55-61
Quando o casamento entre Rebeca e Isaque foi acordado, o servo de Abraão desejou voltar imediatamente para seu senhor. Ele estava ansioso para ver sua missão cumprida, dada a paixão que seu senhor tinha pela tarefa. O servo demonstra sabedoria e provavelmente tenha raciocinado que uma coisa era dizer “sim” e outra era ver a filha indo embora, sabendo que nunca mais voltaria. O acordo havia sido feito e, quanto mais demorassem, mais longe ficariam do sinal milagroso e mais relutantes a família poderia se tornar em se separar da filha. Além disso, o servo estava sobrecarregado com a incumbência de trazer para casa uma esposa para Isaque da família de Abraão, para que o casamento deles desse continuidade à sua linhagem.
“Disseram o irmão e a mãe da donzela: Fique ela conosco alguns dias, ao menos dez; e, depois, irá”. Eles, compreensivelmente, pediram algum tempo para prepará-la e para se despedir dela. Era improvável que a vissem novamente. O irmão fala porque parecia ser o principal negociador do dote e do casamento, como era o costume. A mãe intervém aqui também, possivelmente pelo amor que tinha pela filha; ela provavelmente não tenha gostado de vê-la partir. Isso poderia sinalizar um perigo para o servo de Abraão. Ele permanece inflexível, ainda mais agora que a mãe se envolve no processo.
O compromisso do servo em completar sua tarefa era inabalável. Ele responde: “Não me detenhais, visto que Jeová tornou próspero o meu caminho”. O servo lembra aos presentes o sinal divino. A implicação era: "Se vocês me pararem, terão que lidar com o Deus poderoso que ordenou que isso tudo acontecesse". O servo implora: “Deixai-me ir para que eu vá ter com o meu senhor”.
O recado tinha uma importância enorme. Abraão era "velho, avançado em idade" (v. 1) e Isaque ainda não tinha uma esposa por meio da qual as promessas de Deus pudessem ser cumpridas (Abraão tinha 100 anos quando Isaque nasceu (Gênesis 17:1, 21); Isaque tinha 40 anos quando se casou com Rebeca (Gênesis 25:20) e Abraão faleceu quando tinha 175 anos (Gênesis 25:7).
Labão e sua mãe respondem: “Chamaremos a donzela e saberemos a sua vontade”. Agora era o verdadeiro momento da verdade. Podemos imaginar que o servo teve um nó na garganta. A moça agora seria consultada; ela tomaria a decisão. Parecia razoável presumir que a mãe de Labão e Rebeca esperariam que Rebeca desejasse ficar em sua casa o maior tempo possível antes de deixá-la se casar com alguém que nunca havia visto antes.
“Chamaram, pois, a Rebeca e perguntaram-lhe: Queres ir com este homem?” Ou seja, naquele mesmo dia, já que o noivado matrimonial já estava estabelecido. Vale a pena parar aqui para dar uma olhada nessa questão pelos olhos de Rebeca. Ela havia dado de beber a dez camelos. Em seguida, ela descobre que aquele homem representava seu tio Abraão e, no jantar daquela noite, seu casamento é arranjado. A distância de Harã a Canaã era de cerca de 700 quilômetros. Ela devia estar nervosa para empreender uma viagem de cerca de um mês com uma caravana de camelos. Ela estaria se dirigindo a um lugar onde nunca javia estado para se casar com um homem que não conhecia. Porém, ela concorda em partir imediatamente. Não sabemos nada a respeito de seu raciocínio. Talvez ela não desejasse ficar para se despedir e tenha preferido acabar com aquilo de uma vez para começar um novo capítulo de sua vida.
A resposta de Rebeca, sem dúvida, surpreende ao irmão e à mãe: “Irei”. Rebeca estava pronta. Ela estava pronta para conhecer o marido e começar sua nova vida em Canaã. Sua resposta segura parecia indicar um alto nível de confiança; ela teve fé de que aquela seria a melhor decisão. Talvez Deus tenha lhe mostrado algo e ela entende que não havia sentido em atrasar o que Deus havia ordenado. Talvez seu pai lhe falasse muito bem de seu tio Abraão e ela tenha visto isso como uma grande oportunidade.
Fiéis à sua palavra, Labão e sua mãe “despediram a Rebeca, sua irmã, e a ama dela, e o servo de Abraão, e seus homens”.
Labão e sua mãe abençoaram Rebeca antes que ela partisse: “Irmã nossa, sê tu a mãe de milhares de miríades, e possua a tua semente a porta dos que te aborrecem”.
Essa bênção significava duas coisas: se tornar “milhares de miríades” significava que eles esperavam que ela tivesse muitos descendentes, o suficiente para povoar uma nação. Isso se tornou realidade. A nação de Israel nasceu dos doze filhos/tribos de Jacó, o filho que Rebeca conceberia com Isaque. Essa bênção também é consistente com a promessa feita por Deus a Abraão de que seus descendentes seriam tão numerosos quanto as estrelas nos céus (Gênesis 15:5).
A segunda parte da bênção - “possua a tua semente a porta dos que te aborrecem” - significava que eles esperavam que a nação dos descendentes de Rebeca prevalecesse sobre seus inimigos e conquistasse “os que te aborrecem”. Isso ecoava a bênção de Deus sobre Abraão depois que ele passou no teste no Monte Moriá, de que seus descendentes "possuirão a porta de seus inimigos" (Gênesis 22:17). A porta era a sede do poder em uma cidade; ela controlava o acesso das pessoas e era o lugar onde negócios eram conduzidos e julgamentos eram feitos (Gênesis 23). Possuir as portas do inimigo significava que Rebeca teria domínio sobre elas, as dominaria. Ela seria vitoriosa. A implicação, portanto, era a de que a nação que possuísse a porta de seu inimigo venceria, enquanto os inimigos desapareceriam.
Ao despedir-se de sua família, “levantou-se Rebeca com suas moças, e, montando nos camelos, seguiram o homem”. O fato de Rebeca ter empregadas para atendê-la indicava que sua família também era próspera.
“O servo tomou a Rebeca e partiu”. A caravana parte de Harã e segue para Canaã. Rebeca nunca mais veria sua família, nem Harã. Porém, seu filho Jacó viria a Harã enquanto fugia de seu irmão e trabalharia para seu tio Labão, apaixonando-se pela filha de Labão, Raquel (Gênesis 29).