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Significado de Hebreus 1:3-4
Ao longo desses versículos iniciais (e do restante do capítulo) Paulo mostra a grandeza de Jesus. Jesus é o criador e herdeiro do mundo, como vimos nos versículos anteriores. Nesses versículos, vemos que Ele é também o esplendor da glória de Deus e a representação exata de Sua natureza. Sua palavra é tão poderosa que tudo o que existe continua a existir apenas por causa da palavra de Seu poder. Dito de outra forma, tudo o que existe continua a existir porque Jesus assim o diz. Depois que Cristo morreu na cruz e terminou Sua obra na terra, Ele subiu ao céu e assentou-se à direita de Deus, a Majestade no alto.
Ao contrário de Jesus, nenhum anjo jamais se sentou à direita de Deus. Pelo fato de ter vivido de forma fiel e obediente na terra, Jesus é muito melhor do que os anjos e herdou um nome mais excelente do que eles. Este nome mais excelente herdado por Cristo é indicado pelo autor como “Filho”.
É importante notar que Paulo não se refere a Jesus por Seu nome ou por "Cristo", mas ele usa o nome Filho. A ênfase é colocada no melhor nome. Jesus recebeu esse nome. Ele desceu à terra para a purificação dos pecados dos homens e voltou ao Céu para tomar Seu lugar legítimo somente depois que Sua missão foi cumprida. Jesus recebeu o nome de Filho por causa de Sua obediência como servo na terra. Ele recebeu o nome de Filho e a herança de todas as coisas porque fez o que Seu Pai lhe havia pedido para fazer.
Lendo isso como cristãos no século 21, pode parecer estranho que o autor precisasse deixar claro que Cristo estava acima dos anjos. Porém, durante aquele tempo, havia uma seita do judaísmo que dava grande destaque aos anjos. Ao expor o propósito dos anjos e afirmando que eles adoravam ao Filho e proclamavam a Jesus como Rei, Paulo deixa claro que Cristo era superior aos anjos e deveria ser adorado por eles e também pelos homens. Os anjos não deveriam ser adorados. Paulo estava, da mesma forma, organizando o argumento que faria no capítulo seguinte de que, se a palavra proferida pelos anjos (o Antigo Testamento) era importante e deveria ser obedecida, quanto mais a palavra proferida por Jesus. É por Sua palavra que o mundo inteiro era sustentado.
Também pode parecer confuso que esses versículos se refiram a Jesus sendo nomeado Filho somente depois de completar Sua obra na terra. Esses versículos deixam claro que Jesus era o Filho de Deus desde a eternidade passada. Ele criou o mundo. Jesus era Deus. Então, como poderia Jesus ser honrado como "Filho"? Além disso, esta passagem também indica que Jesus alcançou um nome melhor do que os anjos após o fim de Seu tempo na terra embora, como Deus e como criador de todas as coisas, Jesus também tenha criado os anjos. A resposta para esse dilema é que Jesus recebeu o título de "Filho" pelas obras que fez como ser humano. Embora tenha criado todas as coisas, Jesus se tornou parte da criação ao se tornar humano e, por causa de Sua obediência como humano, Ele recebeu toda a criação como herança como ser humano. Jesus era o Filho da Trindade. Ele era o Filho de Deus, a eterna segunda pessoa na Trindade. Quando o Filho se tornou homem, chamado Jesus, Ele foi feito um pouco menor que os anjos por um tempo e, por causa de Sua obediência, foi grandemente recompensado. Ele passou a ser chamado de Rei sobre toda a humanidade e foi elevado sobre toda a criação.
O apóstolo exporá isso nos versículos a seguir, retirados em parte do Salmo 2:7. Este salmo refere-se à aliança que Deus fez com o rei Davi, cumprida por Cristo, um dos descendentes davídicos. Davi provavelmente escreveu este salmo tendo a seu filho Salomão em vista, mas Salomão acabou falhando em sua fidelidade a Deus. Cristo, no entanto, era da linhagem de Davi e viveu perfeitamente fiel à vontade de Deus, recebendo assim a recompensa do governo sobre a terra, um Reino que durará para sempre.
Esse tipo de aliança é conhecido como "Aliança de Outorga", como a aliança que Deus fez com Abraão. Este estilo de pacto não pode ser quebrado, embora seus benefícios possam ser retidos caso uma parte da aliança seja infiel. Embora Salomão não tenha cumprido fielmente a aliança, Deus não a removeu da linha davídica. Cristo a cumpriu. Por isso, Jesus é chamado por Deus de Filho (v. 5) em uma cerimônia de adoção que legitima a Aliança de Outorga. Agora, nós, os crentes, somos participantes desta aliança; jamais perderemos nossa salvação em Cristo! Porém, se formos infiéis na obediência, perderemos as recompensas futuras. É disso que trata o livro de Hebreus: os crentes devem viver fielmente, senão perderão as recompensas do Rei. A aliança não é interrompida (não somos expulsos da família de Deus, não perdemos nossa justificação diante do trono de Deus), mas podemos perder as recompensas pela nossa falta de fidelidade a Deus.