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Significado de Oséias 7:13-16

O SENHOR pronuncia “ais” contra Israel. A nação será destruída porque se afastou de Deus e quebrou sua promessa de aliança. Agora, as cláusulas do pacto pela quebra da promessa serão aplicadas.

Tendo exposto o pecado do povo e estabelecido sua redenção final, bem como a falta de resposta do povo ao Seu chamado e os resultados de sua ignorância (vv. 1-7 e vv. 8-12, respectivamente), o SENHOR pronuncia “ais” (v. 13) sobre eles.

O termo “ai ("ʾôy" em hebraico) era usado no antigo Israel como uma expressão de luto em funerais (Jeremias 34:5; 1 Reis 13:30). Aqui, o Deus Susserano o usa para sugerir a desgraça do Seu povo da aliança. Seu julgamento é o resultado da quebra da aliança de Israel para com Deus, servindo-O e amando ao próximo como a si mesmos. Em vez disso, eles estavam servindo a si mesmos (e aos ídolos pagãos) e explorando e prejudicando a seu próximo (Oséias 4:2). Assim, Deus invoca a provisão das maldições da aliança para sua desobediência (Deuteronômio 28:15-68).

A razão pela qual Deus pronuncia julgamento sobre os israelitas é porque eles se afastaram de Mim. Apesar dos esforços de Deus para restaurar e curar aos israelitas (v. 1), eles fugiam Dele. Suas más ações não permitiam que eles se voltassem ao SENHOR; eles haviam ido longe demais em sua depravação moral (Oséias 5:2-4).

Deus continua Sua queixa: A destruição é deles. Mais uma vez, a razão da destruição do povo está clara nas próprias palavras de Deus: porque eles se rebelaram contra Mim! (vs 13).

O verbo traduzido como “rebelaram” refere-se à uma desobediência intencional. É uma falta de respeito por alguém em posição de autoridade, seja humano (Números 16:41), seja divino (Números 20:24). Os israelitas haviam se rebelado contra seu Deus Susserano (Governante). Fizeram-no voluntariamente. Ao fazerem isso, eles violaram aos termos de Sua aliança. Apesar da rebelião de Israel, Deus estava disposto a perdoá-los, mas eles O tratavam falsamente (v. 1). Deus lhes havia dado várias chances de se arrependerem, mas eles não quiseram ouvir; eles persistiam em sua teimosia (Oséias 4:6).

A teimosia e a rebelião deliberada de Israel ficam claras na frase seguinte: Eu os redimiria, mas eles falam mentiras contra Mim (v. 13). Isso indica que, caso Israel fosse apenas ignorante, Deus os redimiria. Porém, Israel estava deliberadamente falando mentiras contra Deus.

O verbo “redimir” ("padah" em hebraico) enfatiza a ideia de um preço de resgate a ser pago para a libertação de alguém ou algo (Deuteronômio 7:8). Nos tempos bíblicos, uma pessoa podia redimir a alguém ou algo de obrigações legais, políticas, econômicas (Levítico 27:28-33), ou mesmo de uma pena de morte (1 Samuel 14:45) apresentando algo de valor equivalente. Aqui em Oséias, o Deus Susserano (Governante) é retratado como o Redentor de Israel, capaz de salvar Seu povo de qualquer perigo. Deus é capaz de estender Sua mão poderosa e resgatar Seu povo de qualquer ameaça. Ele afirma que este é o Seu desejo. No entanto, Israel havia ido longe demais em sua rebelião contra Deus, de forma que não mais podiam ser alcançados por Sua misericórdia.

Em vez de reconhecerem sua condição pecaminosa e pedir perdão, os israelitas negavam a verdade sobre Deus e Seu poder, buscando segurança em outro lugar. Eles falavam mentiras contra seu Deus da aliança, Aquele que os havia redimido da escravidão no Egito e estava disposto a resgatá-los da ameaça assíria. Porém, isso não aconteceria porque Israel se rebelara contra seu libertador. Em suma, o acordo mútuo de Deus com Israel foi quebrado. Deus desejava fazer o bem ao Seu povo, mas eles rejeitavam Sua oferta.

Deus era sempre fiel a Israel, mas eles eram sempre infiéis a Ele. É por isso que o livro de Oséias começa com o pedido de Deus a Oséias para tomar uma "esposa de prostituição" (Oséias 1:2). Era uma ilustração para Israel, mostrando até que ponto eles haviam quebrado sua aliança com Deus, após haverem concordado em seguir plenamente aos mandamentos do Senhor no Monte Sinai (Êxodo 19:8).

Para ilustrar a rebelião de Israel, o SENHOR diz que eles ofereciam orações insinceras ou hipócritas a Ele: Eles não choram para Mim de seu coração quando choram em suas camas (v. 14). A implicação do restante do versículo 14 é que, em vez de pedirem a provisão de Deus, eles confiavam em sua capacidade de apaziguar ou subornar aos deuses pagãos a fim de obterem provisão.

Deus diz: Por causa de grãos e vinho novo eles se montam. A inferência é que eles se reuniam para pedir grãos e vinho novo aos deuses pagãos (indicando uma boa safra de uvas). Isso é inferido pela afirmação Eles se afastam de Mim (v. 14).

Uma das versões da Bíblia oferece uma segunda opção para a tradução da expressão “eles mesmos montam”: "Eles se engasgam". Esta leitura é sugerida pela Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento). Isso parece se encaixar melhor ao contexto, à luz das afirmações anteriores sobre o “ai”. A ideia seria a de que o povo de Deus chorasse e se cortasse para convencer Baal (o deus da fertilidade) a mudar de ideia e dar-lhes grãos e vinho novo (produtos agrícolas). Vemos os profetas de Baal chorando e se cortando no episódio com Elias (1 Reis 18:28). O povo estava mais interessado em recorrer a Baal na busca de grãos e vinho novo do que em buscar a Deus.

Mas, voltar-se a Baal era uma decisão tola e um sinal claro de rebelião por parte de Israel, porque o SENHOR (não Baal) foi Aquele que sempre os havia sustentado. Ele não apenas havia fornecido alimento ao povo, mas também lhes deu força para lutar contra seus inimigos e serem vitoriosos.

Deus deixa claro que, na verdade, era Ele quem estava sustentando a Israel: Embora eu treinasse e fortalecesse seus braços Eles planejam o mal contra Mim (v. 15). O SENHOR deu a Israel as habilidades e a força necessárias para lutar contra os inimigos durante os tempos de combate (2 Reis 14:25-28). Porém, Israel não reconhecia essa realidade. Não havia gratidão neles. Em vez disso, Israel retribuía a provisão de Deus com hostilidade: Eles inventam o mal contra Mim. Sua maldade servia como um ataque pessoal ao seu Deus Susserano (ou Governante). Eles fizeram mal ao Senhor ao se afastarem Dele em favor de Baal.

Por que fariam tal coisa? É provável que o culto a Baal fornecesse uma desculpa moral para que buscassem seus prazeres sensuais, já que a prostituição e a perversão sexual eram parte integrante do culto a Baal. Também dava a eles uma justificativa moral para explorar os outros (o oposto do mandamento de Deus de amar ao próximo como a si mesmo). Além disso, as religiões pagãs ofereciam a ilusão de controle, sustentando que o povo poderia manipular os poderes divinos para conseguir o que queriam (Jeremias 44:17). Parece que a natureza humana caída prefere imaginar que podemos manipular as divindades para conseguir o que queremos. Essa fantasia nos leva à ruína.

A realidade era a de que a decisão do povo de recorrer ao culto pagão a Baal não jogava a seu favor: Eles se voltam, mas não para cima (v. 16). A primeira parte do versículo 16 pode ser traduzida assim: "Eles voltam para trás — não para o Altíssimo". Israel estava buscando ajuda divina, mas não do Deus Altíssimo. Em vez disso, eles estavam consultando aos ídolos de madeira e às forças das trevas (Oséias 4:12-13).

Suas más ações os levavam a tomar decisões imprudentes, porque são como um arco enganoso, distorcido ou defeituoso (Salmos 78:57). Como um arco defeituoso, que não ajuda os guerreiros no campo de batalha, a decisão de Israel de abandonar a Deus em favor de deuses de madeira e adivinhação, os levaria à vergonha e à destruição. Seus príncipes cairão pela espada por causa da insolência de sua língua (vs 16). Israel não seria mais governado por compatriotas israelitas.

Os governantes israelitas cairão pela espada. Eles confiaram em suas próprias forças, então cairiam diante de outra nação. Isso se deveu à insolência de sua língua. Aparentemente, os governantes israelitas era cheios de si mesmos, pensando que poderiam prevalecer contra poderes maiores. No caso da guerra contra a Assíria, eles buscaram refúgio no Egito. O versículo 11 nos diz que Israel voava para frente e para trás como uma "pomba tola" entre o Egito e a Assíria, confiando em cada um para proteção em vários momentos. Quando caíssem diante da Assíria, o Egito não os protegeria.

Isto será o seu escárnio na terra do Egito. Por causa da desobediência de Israel a Deus, a vergonha cobriria seus rostos. O Egito zombaria deles quando eles deixassem a Assíria e se voltassem para o Egito em busca de ajuda. Aparentemente, o Egito estava feliz em aceitar seu pagamento de tributos, mas quando Israel os chamasse para livrá-los da Assíria, eles não apareceriam. Assim, a insolência da língua dos governantes de Israel levaria à sua queda.

A Bíblia tem o padrão consistente de nos alertar de que o orgulho leva à destruição. Vemos isso no Jardim do Éden, quando a humanidade caiu porque queríamos ter conhecimento separado de Deus (Gênesis 3:6). Vemos isso em Habacuque 2:4, que contrasta o orgulho como o oposto da justiça por meio da fé:

"Eis que, quanto ao orgulhoso, a sua alma não está reta dentro dele; Mas o justo viverá pela sua fé" (Habacuque 2:4).

Habacuque 2:4 é citado em Romanos 1:16-17, o versículo tema do livro de Romanos. O texto argumenta que é do interesse dos crentes andarem em fé, crendo que os caminhos de Deus são para o nosso bem. Paulo argumenta que andar em pecado nos leva a graves consequências adversas, consequências que ele descreve como "morte" (Romanos 6:23) e escravidão (Romanos 6:16). A morte significa separação e o pecado nos separa de tudo o que é bom. No caso de Israel, seu pecado estava dilacerando sua sociedade, enchendo-a de engano e derramamento de sangue (Oséias 4:2).

Pedro afirma que:

"DEUS SE OPÕE AOS SOBERBOS, MAS DÁ GRAÇA AOS HUMILDES. Portanto, humilhai-vos sob a poderosa mão de Deus, para que Ele vos exalte no momento oportuno, lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele cuida de vós" (1 Pedro 5:5b-7).

Quando os crentes em Jesus escolhem andar em fé, crendo que os caminhos de Deus são para o nosso bem, eles alcançam imensos benefícios, incluindo:

  • A oportunidade de obterem o máximo na vida, proveniente do conhecimento de Deus e de Jesus Cristo, através de uma caminhada de fé (João 17:3).
  • A oportunidade de agradarem a Deus, que é a fonte de nossa maior alegria e recompensa (Hebreus 11:6).
  • A oportunidade de colherem recompensas e experimentarem a vida eterna (a maior experiência da vida) (Gálatas 6:8).

Israel teve essa mesma oportunidade, por meio da obediência ao seu relacionamento de aliança com Deus. Eles haviam entrado num pacto de casamento com Deus no Monte Sinai (Êxodo 19:8). Deus lhes havia prometido grandes bênçãos caso seguissem aos Seus mandamentos, resumidos por Jesus como o amor a Deus com todo o nosso ser e o amor ao próximo como a nós mesmos (Mateus 22:37-40). Moisés descreve esse caminho como um caminho que leva à vida (Deuteronômio 30:15-19).

Entretanto, Israel escolheu o caminho que leva à morte (Deuteronômio 30:17). Uma forma de morte (separação) que eles experimentaram foi o exílio da terra. Este exílio ocorreu por causa de sua infidelidade a Deus e suas promessas de aliança (1 Crônicas 9:1). Este quadro é consistente em toda a Escritura — o povo de Deus sempre será amado por Deus; Ele nunca os rejeitará. Porém, as escolhas de Seu povo determinarão que tipo de experiência de vida eles terão, bem como as consequências dessas escolhas, ou seja, uma experiência de vida e paz ou uma experiência de morte e exploração.

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