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Significado de Jonas 3:5-9
Quando Jonas começa a proclamar o plano de Deus de destruir Nínive dentro de "quarenta dias", o povo de Nínive creu em Deus. A palavra traduzida como “crer significa estar seguro ou ser firme, expressando a idéia de confiar em alguém ou aceitar algo como verdade (Deuteronômio 27:15-26).
Portanto, a declaração de que o povo de Nínive havia crido em Deus significa que eles levaram a advertência a sério. Eles levaram as palavras de Jonas a sério como uma mensagem vinda de Deus. Ao darem ouvidos às justas declarações que ouviam do profeta e confiarem na mensagem divina, eles convocaram um jejum.
Este jejum refere-se à abstenção de alimentos deliberadamente para fins religiosos. O jejum não é uma forma de afirmar a própria vontade, mas um meio de se abrir a Deus, expressar tristeza pelos pecados e redirecionar-se a Deus. Envolve fazer petições a Deus e buscar orientação e sabedoria. Nesse sentido, é um processo que leva à purificação (Salmo 69:10). Os ninivitas entenderam a seriedade da mensagem de Jonas, por isso convocaram um jejum para buscar o perdão e a misericórdia de Deus.
Não apenas os ninivitas jejuaram, mas também vestiram pano de saco. No mundo antigo, as pessoas geralmente se cingiam com pano de saco, uma vestimenta feita de pelo de cabra ou camelo, para demonstrar humilhação. Esta roupa era áspera e desconfortável. O uso do pano de saco simbolizava tristeza ou desespero. Por exemplo, o profeta Joel pediu aos sacerdotes que usassem pano de saco e lamentassem para expressar sua tristeza pela praga de gafanhotos que havia devastado a terra de Judá (Joel 1:13). Da mesma forma, o povo de Nínive vestiu pano de saco para expressar sua dor por seus pecados. Todos os ninivitas o fizeram, do maior ao menor deles. Essa expressão significa que todos estavam envolvidos, independentemente de sua posição social ou idade.
A mensagem de Jonas não apenas tocou a vida do povo de Nínive, mas também chegou ao palácio real. Quando a palavra chegou ao rei de Nínive, ele levantou-se do trono, tirou dele o manto, cobriu-se de pano de saco e sentou-se sobre as cinzas. O termo cinzas refere-se ao resíduo em pó deixado após a queima de uma substância. Assim como o jejum e o uso de pano de saco, as cinzas eram expressões de penitência e humildade, implicando um desejo sincero de buscar o perdão.
Assim, a declaração de que o rei de Nínive se sentara sobre as cinzas significava que ele chorava e se arrependia (Jó 2:8; Lucas 10:13). Ele estava humilhado diante do Senhor, o Rei de Israel. Retirou-se da sede do poder trocando suas roupas reais por pano de saco. Ao fazê-lo, ele reconhecia a Deus como o Todo-poderoso e se chegouo a Ele com um coração quebrantado e contrito. Em seguida, ele emitiu uma proclamação.
No texto hebraico, a afirmação de que o rei de Nínive emitiu uma proclamação é literalmente "ele clamou". O verbo "clamar" muitas vezes fala de um pedido de socorro. Descreve alguém em sofrimento agudo em busca de libertação (Gênesis 27:34). Esse anúncio deixava claro que o rei de Nínive entendia a gravidade da situação. Ele sabia que Deus destruiria a grande cidade de Nínive dentro de quarenta dias se as circunstâncias permanecessem as mesmas. Ele também sabia que sozinho não poderia fazer as mudanças necessárias. Então, ele pede ao povo de sua cidade: Em Nínive, por decreto do rei e de seus nobres: não deixeis que o homem, a besta, o rebanho ou o rebanho provem nada. Não deixe que comam ou bebam água.
O rei de Nínive responde positivamente à pregação de Jonas. Ele emite um decreto conjunto com seus nobres e declara um jejum em toda a cidade, reforçando a decisão do povo (v. 5). O decreto exigia medidas extremas, já que o rei estava proibindo os seres humanos e os animais de comerem qualquer coisa. Não deviam comer nem beber água. Eles deveriam concentrar sua atenção em Deus para pedir-Lhe perdão e misericórdia.
Não apenas os seres humanos e os animais deveriam abster-se de comer e beber, mas também deveriam adotar a postura de humildade e buscar o perdão de Deus. O rei recomendou que tanto o homem quanto a besta fossem cobertos com pano de saco. Em outras palavras, o povo de Nínive deveria usar pano de saco e colocar pano de saco em todos os seus animais. Ao fazer isso, o povo expressaria sua tristeza pelos pecados e se redirecionaria para Deus. Como o rei declara: Que os homens invoquem a Deus fervorosamente.
O verbo “clamar” aqui é "qāraʾ" em hebraico. Ele ocorre várias vezes nos capítulos anteriores (Jonas 1:2, 6, 14; 2:2). Na Bíblia, o verbo muitas vezes se refere a um grito de lamentação dirigido a Deus (Salmos 79:6; 116:4). No capítulo anterior, Jonas clamou a Deus por causa de sua aflição (Jonas 2:2). Aqui, o rei de Nínive ordenou que seu povo clame a Deus.
Não apenas o povo de Nínive deveria clamar a Deus, mas deveria fazê-lo com seriedade. A palavra traduzida literalmente significa "em força" ou "com força". A frase é usada em outros lugares para indicar força física severa ou vigor. Por exemplo, no livro de Juízes, lemos sobre um rei cananeu chamado Jabin que havia oprimido aos israelitas "severamente por vinte anos" (Juízes 4:3; ver também Juízes 8:1 e 1 Samuel 2:16). Aqui, em nossa passagem, a frase descreve um intenso esforço espiritual. O povo de Nínive deveria buscar a Deus genuína e fortemente como um homem poderoso usando sua força e técnicas para lutar. O propósito era para que cada um se afastasse do seu caminho perverso e da violência em suas mãos.
O verbo “voltar” representava uma mudança de direção. Era um afastamento de um rumo estabelecido. A palavra traduzida como “perverso” é "raʿah" em hebraico. Refere-se a algo mau. Em nosso contexto, o caminho dos ninivitas era mau. O termo “caminho” é a palavra hebraica "derek", que denota uma estrada ou vereda. Aqui, no entanto, é usado figurativamente para descrever a condição perversa dos ninivitas, que o rei caracterizou como violência.
O termo traduzido como “violência” é "chāmās" em hebraico. Cobria desde assassinato e estupro até maldade e derramamento de sangue (Obadias 1:10). Esta descrição se encaixava em Nínive porque era uma das cidades mais cruéis do mundo antigo (Naum 3). Assim, o rei pede ao povo que pare com seus maus comportamentos e violência. Sem saber como Deus responderia a seu pedido, o rei declara: Quem sabe, Deus se volte e ceda.
A frase “quem sabe” era uma maneira humilde de expressar esperança (Joel 2:14). Isso implicava que ninguém sabia o que Deus podia fazer, já que Ele era Deus. Simplificando, as ações de Deus não dependem das exigências do homem. Deus é Deus e "faz o que lhe aprouver" (Salmo 115:3b). Embora o rei não soubesse como Deus responderia ao pedido, ele raciocinou que Deus pudesse demonstrar compaixão e ceder em relação ao juízo.
O verbo “ceder” significa abandonar uma intenção severa ou um tratamento cruel. Ou seja, Deus mudaria Seu curso de ação. Em vez de destruir os ninivitas, Ele teria uma mudança de coração, fazendo com que retirasse Sua ira ardente para que eles não perecessem. Em essência, Deus teria misericórdia dos ninivitas.