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Significado de Levítico 23:3
A primeira convocação apresentada em Levítico 23 é o dia do sábado. Deus separou o sétimo dia dos outros seis dias, no qual Ele descansou de Suas obras em Gênesis 1. A palavra hebraica “obra” aqui é "melaka", a mesma palavra usada no relato da criação em Gênesis. De acordo com a tradição, o dia do sábado começa todas as sextas-feiras ao pôr-do-sol e vai até o pôr-do-sol do sábado. Deus proclama o sétimo dia como um sábado de descanso completo e afirma: Não fareis nenhum trabalho. A tradição judaica define 39 obras proibidas no dia de sábado. Deus proclama o sétimo dia como uma santa convocação. A palavra hebraica “convocação” é "miqra", significando "ensaio". Deus determinou Seus tempos designados como ensaios santos para um evento messiânico no futuro. Hebreus 4 promete um "descanso" aos crentes que, em obediência, completarem fielmente sua mordomia terrena. Esse "descanso" significa receber a recompensa da herança - possuir o Reino. A imagem apresentada em Hebreus 4 é a de Israel entrando na Terra Prometida. A geração que possuirá a herança é a geração que for fiel.
Os líderes religiosos judeus repetidamente argumentaram com Jesus sobre Sua interpretação da guarda do sábado. Isso, é claro, era uma grande ironia, já que eles contestavam com Aquele que havia criado o sábado (João 1:1-3; Colossenses 1:17). A filosofia do sábado de Jesus pode ser resumida neste versículo:
"Disse-lhes Jesus: O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado" (Marcos 2:27).
Isso deixa claro que o propósito de Deus ao fixar o sábado como dia de descanso era para o benefício dos seres humanos; este é um contexto extremamente importante a termos em mente neste tópico. Jesus observou que havia algumas exceções; Ele mostrou que os sacerdotes estavam isentos dos mandamentos do sábado enquanto serviam no tabernáculo (Mateus 12:5). Os sacerdotes foram instruídos a cuidar das lâmpadas no candelabro e do fogo no altar no tabernáculo continuamente, mesmo no dia de sábado (Levítico 24:3). Acender uma fogueira fora do tabernáculo no Dia do sábado, entretanto, era um pecado punível com a morte (Êxodo 35:2-3).
Jesus também aponta em Mateus 12:11, 12: " Ele respondeu: Qual de vós, tendo uma ovelha, se ela, ao sábado, cair em uma cova, não lançará mão dela para tirá-la? Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha? Logo, é lícito fazer o bem nos sábados”.
As ordens da lei, fossem elas ordens positivas (para se fazer boas obras) ou negativas (para se abster de obras proibidas), possuíam uma hierarquia de valor. Cumprir um mandamento positivo, como ajudar ao próximo a retirar uma ovelha de um poço, anularia a ordem negativo de não se fazer trabalho algum. Jesus parecia enfrentar pessoas que se concentravam na letra da lei, sem perceber o quadro maior dela, que era o de estimular o florescimento humano. Concentrar-se na letra normalmente nos leva ao legalismo, gerando abusos a nós mesmos e a outros - exatamente o oposto da intenção da lei do sábado.
O espírito da lei é servir, conforme Paulo aponta em Romanos 7:6. O espírito da lei é justiça, misericórdia e fidelidade (Mateus 23:23). O dia de sábado foi criado para o homem descansar de seu trabalho. Jesus aponta nos Evangelhos que Deus deu o dia de sábado para a humanidade, ou seja, a humanidade não foi, de alguma forma, feita para o sábado. A declaração de Jesus soa muito como uma frase muito famosa no judaísmo: "Israel não guardava o sábado, o sábado guardava Israel".
O dia de sábado parecia ser um ensaio para o Reino milenar, quando Cristo retornaria à terra para estabelecer Seu Reino Davídico, apontando para a era do descanso final. Podemos olhar para o dia de sábado como um tipo do Reino milenar, no qual cada pessoa desfrutará da sombra da figueira e da videira (Miquéias 4:4). Um "tipo" é uma pessoa ou evento no Antigo Testamento que simbolize ou prefigure uma pessoa ou evento no Novo Testamento.
O livro de Hebreus fala do "descanso" sabático, que também pode ser uma sombra, um retrato do Reino milenar por vir:
"Pois, se Josué lhes houvesse dado descanso, não teria, depois, falado de outro dia. Portanto, resta um sabatismo para o povo de Deus" (Hebreus 4:8, 9).
Nesta passagem, o foco do descanso está conectado ao trabalho. O autor de Hebreus enfatiza que o descanso não vem até que todo o trabalho seja terminado. Hebreus 4 afirma que um descanso foi oferecido à geração no deserto, ou seja, eles poderiam ter entrado na Terra Prometida e possuído sua herança. Quando isso acontecesse, eles concluiriam seu trabalho e poderiam descansar. Porém, por causa de sua incredulidade, quando os dez espias trouxeram um relatório maligno sobre a terra prometida por Deus, eles não herdaram esse descanso, já que não terminaram sua obra. Além de Josué e Calebe, apenas os filhos dos israelitas com 20 anos ou menos herdaram o descanso (ou seja, possuíram a Terra Prometida).
O apóstolo Paulo declara que todas as histórias do Antigo Testamento foram escritas para nosso benefício (1 Coríntios 10:11). A história da rebelião israelita no deserto foi escrita para que não sigamos o mesmo padrão de incredulidade e percamos nossa herança, as recompensas de vivermos uma vida fiel (2 Coríntios 5:10). No entanto, há um contexto maior no qual a igreja tem um trabalho a fazer. Quando este trabalho terminar, o mundo estará pronto para o Reino milenar. Conforme Jesus afirmou:
"E este Evangelho do Eeino será pregado por todo o mundo, como testemunho a todas as nações, e então virá o fim" (Mateus 24:14).
Deus está usando Seu povo para proclamar o Evangelho do Reino de Jesus a todas as nações. Quando esse trabalho for concluído, o "fim" desta era virá e o Reino milenar começará. Durante esse Reino milenar, o sábado ainda será praticado (Ezequiel 46:1-12).
No livro do Êxodo, Deus declara que o Dia do Senhor era uma "aliança perpétua":
"Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado, para o observarem pelas suas gerações, como pacto perpétuo" (Êxodo 31:16).
A frase “em todas as suas habitações” aponta que o sábado deveria ser celebrado em todas as casas e está conectada a certos mandamentos na lei de Moisés. Isso indicava que este mandamento deveria ser observado independentemente de a pessoa viver dentro dos limites de Israel. O sábado era exigido para todas as suas habitações, ou seja, "onde quer que vocês estejam". Esta passagem omite a afirmação frequentemente usada: "Quando entrardes na terra que lhes dou". Esta declaração geralmente precedia as ordens relevantes direcionadas apenas aos que viviam na terra de Israel. Isso indicava que o sábado deveria ser aplicado a qualquer judeu que vivesse em qualquer lugar. Da mesma forma, muitos dos mandamentos e estatutos no livro de Levítico só seriam aplicáveis depois da construção do templo. O sábado, no entanto, não dependia disso.