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Significado de Levítico 23:33-44

Deus fixa a Festa dos Tabernáculos como uma de Suas santas convocações.

Deus descreve a última santa convocação, chamada de Festa dos Tabernáculos ("sucot", em hebraico), traduzida aqui como “cabanas”. A Festa das Cabanas ocorria no décimo quinto dia do sétimo mês, apenas cinco dias após o solene Dia da Expiação, e durava sete dias. Há um oitavo dia adicional mencionado no texto.

O diagrama abaixo mostra as festas dos meses lunares no ano civil. O calendário judaico era harmonizado aos meses lunares. O círculo azul interno mostra os meses correspondentes no calendário solar comuns no Ocidente (Veja a imagem).

Apenas cinco dias depois de confessar seus pecados e afligir suas almas no Dia da Expiação, Deus diz: Vos alegrareis diante de Jeová, vosso Deus, por sete dias. A expiação e o perdão dos pecados no Dia da Expiação eram, agora, algo para o povo se regozijar. Eles haviam se reconciliado com seu Rei. Ao longo daquele ano, as pessoas permitiam que seus pecados as separassem da comunhão com Deus. Após o Dia da Expiação, depois que o sangue inocente era derramado e a reconciliação era feita, eles deveriam se alegrar na presença de Deus por sete dias. O tempo de regozijo, de comunhão e harmonia apontam para o Reino de Deus na terra, depois que Jesus retornar pela segunda vez (Apocalipse 19:6).

O primeiro dia e o oitavo dia desta santa convocação seriam sábados de descanso. Deus proclama: Não fareis obra alguma. O oitavo dia era chamado em hebraico de "Shemini Atzeret", sendo visto na tradição judaica como um tempo distinto. Este tempo é especificamente mencionado em Neemias 8:

"Esdras leu no livro da lei de Deus todos os dias, desde o primeiro dia até o último. Celebraram a festa por sete dias; e, ao oitavo dia, houve uma assembleia solene segundo a ordenança" (Neemias 8:18).

O oitavo dia é chamado de "o último dia, o grande dia da festa" em João 7:37.

Os israelitas recebem a ordem: Por sete dias oferecereis uma oferta queimada a Jeová.

As especificidades das ofertas queimadas para a Festa das Cabanas são descritas em Números 29:12-38.

Deus repete: Estas são as festas fixas de Jeová, que proclamarei serem santas convocações. Como as outras festas, esta festa era uma convocação ao povo. Eles deveriam se reunir para um tempo de comunhão e celebração, para apresentarem “ofertas queimadas a Jeová, um holocausto, uma oferta de cereais, um sacrifício e ofertas de libação, cada coisa no seu dia”. Parte das ofertas seria queimada e parte deveria ser mantida pelos levitas. Porém, a maioria das ofertas proporcionaria um jantar aos celebrantes. Eles oferececiam sacrifícios ao SENHOR e deveriam realmente se alegrar em comunhão. Isso retratava os dois grandes mandamentos. Primeiro, Deus era honrado. Por conseguinte, a maneira como Deus deseja que O honremos é amar-nos uns aos outros. Uma forma de fazermos isso é desfrutar da comunhão uns com os outros. Tudo isso deveria ser feito além dos sábados de Jeová, e além dos vossos dons, e além dos vossos votos, e além de todas as vossas ofertas voluntárias que derdes a Jeová. As ofertas da Festa dos Tabernáculos (Cabanas) deveriam ser adicionais aos sábados e às ofertas de rotina.

Deus tem o cuidado de insistir na completa observância das Suas santas convocações. Podemos considerar essas instruções como se fossem um processo de observar e esperar; em outras palavras, observar o que Ele ordenava e esperar pelo cumprimento do que Ele determinava, como ocorrerá na segunda vinda de Cristo. O apóstolo Paulo fala desse cumprimento messiânico da seguinte maneira:

"Ninguém, portanto, vos julgue pelo comer, nem pelo beber, nem a respeito de um dia de festa ou de lua nova, ou de sábado, 17as quais coisas são sombras das vindouras, mas o corpo é de Cristo" (Colossenses 2:16, 17).

É importante não confundir a sombra com o objeto que a projeta. As sombras são úteis apenas como representação de algo real.

Os israelitas deveriam construir tendas ou cabanas ("sucot" em hebraico) para viverem nelas durante sete dias. Seriam abrigos temporários que os recordaria do tempo em que vagaram pelo deserto, quando todos viviam em barracas. Também os lembraria da libertação da nação do Egito. A tradição judaica diz que, se uma pessoa jantasse na cabana todas as sete noites, ela cumpriria o mandamento de viver em barracas por sete dias. Deus também ordena que todos os nativos nascidos em Israel habitassem nas cabanas por sete dias.

Vemos em Gênesis 33:17 que as cabanas eram usadas como lugares para os animais:

"Jacó partiu para Sucote (cabana) e edificou para si uma casa, e fez barracas para o seu gado; por isso, o lugar se chama Sucote."

O Novo Testamento diz que Jesus nasceu em uma manjedoura. A palavra grega para manjedoura é "phatnē", significando "lugar para os animais". Talvez Jesus tenha nascido durante a Festa das Cabanas.

No futuro, durante o Reino milenar, até as nações gentias serão obrigadas a fazer peregrinação a Jerusalém na Festa das Cabanas.

"Todos os que restaram de todas as nações que vieram contra Jerusalém subirão de ano em ano para adorarem o Rei, Jeová dos Exércitos e para celebrarem a Festa dos Tabernáculos" (Zacarias 14:16).

Deus, finalmente, especifica quatro espécies de plantas que os israelitas deveriam coletar para a Festa dos Tabernáculos: No primeiro dia, tomareis para vós:

  1. Árvores formosas;
  2. Ramos de palmeiras;
  3. Ramos de árvores frondosas; e
  4. Salgueiros de ribeiras.

Os israelitas deveriam tomar estas quatro espécies de vegetação e alegrar diante do Senhor, seu Deus, por sete dias.

Os judeus hoje ajuntam essas quatro espécies de plantas no que é chamado de "Lulav e Etrog". Há muito discussão sobre o simbolismo em relação a essas quatro espécies; porém, o simbolismo mais conhecido é que cada uma das quatro espécies representava uma letra do nome divino de Deus em hebraico, transliterado como "YHWH". Quando as quatro espécies são ligadas umas às outras, isso representava a unidade do nome de Deus, a quem os judeus oravam três vezes ao dia.

Embora a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém tenha ocorrido pouco antes da Páscoa, ela traz imagens da Festa das Cabanas, com as multidões agitando os ramos de palmeiras e se alegrando ao receberem seu Rei em Jerusalém. Jesus entrará triunfalmente em Jerusalém uma segunda vez. Porém, ao invés de morrer, esta segunda entrada triunfante culminará a tomada do Seu lugar legítimo como Rei sobre toda a terra (Zacarias 14:9). (Ver Muro das Lamentações durante a Festa dos Tabernáculos.)

Ao encerrar esta seção, Deus relata a Israel um dos principais propósitos da Festa dos Tabernáculos, ou Cabanas: Eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas de ramos, quando os tirei da terra do Egito: eu sou Jeová, vosso Deus. Israel havia morado em abrigos temporários (tendas) enquanto vagava pelo deserto. Uma vez que entraram na Terra Prometida, eles passaram a habitar em casas permanentes. O SENHOR adverte Israel a se lembrar de suas raízes, dizendo em Deuteronômio:

"Quando Jeová, teu Deus, te introduzir na terra que prometeu com juramento a teus pais, a Abraão, a Isaque e a Jacó, que te daria, grandes e excelentes cidades que não edificaste, e casas cheias de todas as boas coisas, casas que não encheste; cisternas cavadas que não cavaste; vinhas e olivais que não plantaste, e comeres e te fartares; guarda-te, não te esqueças de Jeová, que te tirou da terra do Egito, da casa de servidão" (Deuteronômio 6:10-12).

A Festa das Cabanas tinha a intenção de ajudar Israel em relação a esse mandamento, ou seja, lembrando-os de onde vieram. Eles haviam habitado em tendas no deserto depois de saírem da escravidão no Egito. Era importante para eles não se esquecer do quanto haviam sido abençoados.

Por fim, lemos: Moisés declarou aos filhos de Israel as festas fixas de Jeová. Esta foi a bênção de Deus para Israel, visando ajudá-los a manter uma perspectiva adequada.

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