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Significado de Mateus 21:14-17
O relato paralelo do Evangelho quanto a este evento é encontrado em Marcos 11:18-19. Paralelos semelhantes, ainda que indiretos, podem incluir Lucas 19:38-40; Lucas 19:47 e Marcos 11:11, onde significativas semelhanças são observadas.
Depois de expulsar os exploradores cambistas e os mercadores da Casa de Seu Pai, Jesus realizou milagres públicos de cura no terreno do templo. Mateus registra que os cegas e coxos vinham a Ele no templo. A frase No templo pode significar dentro do templo propriamente dito, onde ficava a corte de Israel, ou o complexo maior, que incluía a corte dos gentios.
Templo de Herodes
Quando Jesus curou os cegos e coxos no templo, as pessoas ficaram maravilhadas com as coisas que Ele estava fazendo. Até mesmo as crianças gritavam no templo: "Hosana ao Filho de Davi."
O termo Hosana é simultaneamente uma declaração de alegria e louvor, bem como um grito desesperado e urgente de resgate. É uma expressão hebraica que significa "Oh, salve-nos!" e "Louvor ao Salvador". O termo Filho de Davi era um rótulo messiânico. Vinha de uma promessa divina dada a Davi, profetizada por meio de Natã, de que Deus daria a Davi um descendente cujo trono seria estabelecido para sempre (2 Samuel 12-13). Este rei eterno era considerado pelos judeus como sendo o Messias. Jesus era descendente de Davi (Mateus 1:1). Ele era o Messias (Mateus 1:14). As crianças estavam praticamente gritando a Jesus: "Messias nos salve!" e "Louvado seja Jesus, nosso Messias!" Essas crianças no templo provavelmente estavam repetindo o que haviam ouvido seus pais dizerem, ou o que tinham ouvido quando Jesus entrou em Jerusalém pouco tempo antes.
O grito das crianças no templo enfureceu o sumo sacerdote e os escribas. Os principais sacerdotes pertenciam ao partido dos saduceus. O templo estava sob seu controle. Era a sede de seu poder. Era altamente angustiante para eles ver um homem expulsar à força seus cambistas e comerciantes e, em seguida, realizar milagres maravilhosos que atraíam as pessoas a Si mesmo. Quando os saduceus ouviram o que as crianças estavam dizendo sobre Jesus no "seu" templo, e viram Seus maravilhosos milagres de cura, e como o povo estava vindo a Ele, eles ficaram indignados. Marcos acrescenta que eles também estavam zangados que Jesus os havia acusado de transformar Sua Casa de Oração em um covil de ladrões (Marcos 11:17).
A partir de sua perspectiva, eles viam Jesus como um usurpador que agia como se fosse dono do templo, enganando as massas a pensar que ele era o Messias. Talvez, o pior de tudo, a partir da perspectiva deles, Jesus estava agindo sob Sua própria autoridade e Seu comportamento estava além de seu controle. Mas, como os fariseus antes deles, em sua indignação, eles nunca pareciam considerar que Jesus poderia realmente ser o Messias.
Eles percebiam Jesus como uma ameaça ao seu poder. Eles "começaram a procurar como destruí-Lo, pois tinham medo Dele, pois toda a multidão ficou espantada com o Seu ensino" (Marcos 8:11). As pessoas agora vinham a Ele (Jesus) no "seu" templo, em vez de virem a eles. Seria lógico que os saduceus concluíssem que, se aquele comportamento fosse permitido, isso poderia destruir seu lugar de honra na sociedade judaica. Ou poderia levar a maiores distúrbios que atrairiam as autoridades romanas a intervir e removê-los do poder (João 11:48). Com essa perspectiva, eles não poderiam deixar isso acontecer. E eles reagiram.
Os principais sacerdotes e os escribas confrontaram a Jesus. Eles Lhe perguntaram indignados: "Você ouve o que essas crianças estão dizendo?" Sua pergunta retórica foi projetada para envergonhar Jesus e assumir o controle da situação. Eles esperavam que Jesus negasse ter ouvido ou entendido os gritos messiânicos que as crianças estavam dizendo, para tentar forçá-Lo a rejeitar publicamente as esperanças messiânicas que o povo estava colocando sobre Ele.
Jesus não repudiou as crianças como eles esperavam. Em vez disso, Ele repudiou aos sacerdotes e escribas.
Jesus corajosamente respondeu com a verdade: “Sim.” Seu Sim à pergunta deles significava que Ele ouvia o que as crianças estavam dizendo sobre Ele. Sim, Ele havia ouvido as crianças clamando a Ele como o Filho de Davi; além disso, Ele aprovou o fato de que elas O identificavam como o Messias. Esta provavelmente foi uma resposta chocante à tentativa dos sumos sacerdotes de ganhar vantagem. Mas Jesus não parou por aí.
Ele lhes fez uma pergunta retórica: Vocês nunca leram: 'Da boca de bebês e crianças de colo Deus tira louvores para Si?" A estrutura da pergunta de Jesus é dura. Sua construção negativa - "Vocês nunca... ? "— presumia que os sacerdotes e os anciãos nunca haviam lido esta passagem nas Escrituras. Ou se haviam lido, nunca a tinham entendido. Sendo os especialistas na Bíblia, aquela acusação foio recebida como um desprezo público.
A citação de Jesus vem do Salmo 8. Como sacerdotes e escribas, eles provavelmente hviam lido este salmo muitas vezes e certamente o reconheceram imediatamente. Se necessário, eles teriam sido capazes de citar todo o salmo de cor.
O Salmo 8 começa e termina com a famosa frase "Ó SENHOR, nosso Senhor, quão majestoso é o Teu nome em toda a terra!" (Salmos 8:1; 8:9). As linhas centrais e o ponto principal do salmo é a forma maravilhosa como Deus escolheu o homem (inferior aos anjos) para ser elevado e reinar sobre Sua criação e, ao fazê-lo, silenciar Seu adversário, Satanás (Salmo 8:4-6). Mas Jesus cita o segundo versículo do Salmo 8: "Da boca das bebês e das crianças de colo estabelecestes força" (Salmo 8:2). Jesus parafraseou o texto e se referiu ao louvor, ao invés de "estabeleceste força".
A resposta enfática de Jesus trouxe três pontos críticos aos principais sacerdotes e escribas e devolveu a eles a vergonha que pretendiam lançar sobre Ele.
Primeiro, a construção de Sua pergunta: "Vocês nunca leram... " implicava que eles não haviam lido (ou haviam se esquecido do significado) do Salmo 8. Como os escribas profissionais poderiam não saber o que as Escrituras diziam?
Em segundo lugar, ao citar este versículo, Jesus não apenas valida o grito das crianças de que Ele era o Messias, mas também torna evidente a todos os presentes que mera crianças sabiam mais sobre o salmo e sobre o Deus do salmo mais do que os principais sacerdotes.
Terceiro, Jesus inferiu que os principais sacerdotes e escribas que O questionavam indignadamente eram adversários de Deus e estavam do lado de Satanás. Quando Jesus cita o Salmo 8:2, Ele deixa de fora a segunda metade do versículo. As linhas seguintes dizem: "Por causa dos vossos adversários, para fazer cessar o inimigo e o vingador" (Salmo 8:2). Essa omissão serviu como um meme visceral para rotular os sacerdotes e escribas como opostos a Deus.
As proclamações das crianças - "Hosana ao Filho de Davi" - haviam silenciado os principais sacerdotes e escribas que estavam agindo como inimigos de Deus. O paralelo é que os seres humanos (inferiores aos anjos) silenciam a Satanás quando louvam a Deus e servem como mordomos fiéis de Sua criação (incluindo amar os outros como amamos a nós mesmos). Da mesma forma, as crianças (inferiores aos sacerdotes) estavam silenciando os agentes de Satanás (que exploravam em vez de servir) quando louvaram a Jesus (que é Deus), reconhecendo-O como o Messias.
Mateus não registra nenhuma resposta dos principais sacerdotes ou escribas. Depois de uma humilhação tão mordaz e inesperada, é possível que eles precisassem de um tempo para se recompor, antes de confrontar Jesus novamente. Eles não queriam mais ser envergonhados publicamente e precisavam de tempo para desenvolver uma estratégia para detê-Lo.
De acordo com Marcos, era tarde no dia em que esse encontro ocorreu (Marcos 11:11; Marcos 11:19). De Sua parte, Jesus os deixou e saiu da cidade. Em vez de ficar em Jerusalém, Jesus foi para a aldeia vizinha de Betânia e passou a noite lá.
Betânia estava localizada a cerca de um quilômetro de Jerusalém, ao longo da encosta sudeste do Monte das Oliveiras (João 11:18). Marcos relata que Betânia era o lugar para onde Jesus e Seus discípulos voltaram para passar todas as noites durante toda a sua visita a Jerusalém na Páscoa (Marcos 11:19). É possível que eles tenham ficado na casa de seus amigos Maria, Marta e Lázaro, que moravam em Betânia. Durante o dia, aa semana da Páscoa, eles estavam ativos na cidade, geralmente na região do templo.