AaSelect font sizeSet to dark mode
AaSelect font sizeSet to dark mode
Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência de navegação e fornecer conteúdo personalizado. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso de cookies conforme descrito em nossa Política de privacidade.
Pergunte A Bíblia Diz
Bem-vindo ao A Bíblia Diz. Temos milhares de comentários específicos de versículos. Por favor, pergunte-me qualquer coisa sobre nossos comentários.
Significado de Mateus 21:20-22
O relato paralelo do Evangelho quanto a este evento é encontrado em Marcos 11:20-24.
Jesus havia acabado de amaldiçoar a figueira infrutífera e ela imediatamente murchou quando Ele estava a retornando a Jerusalém (Mateus 21:18-19). Seus discípulos viram isso acontecer e ficaram chocados.
Eles perguntaram a Jesus: "Como a figueira murchou de uma só vez?"
Jesus lhes disse que isso havia acontecido porque Ele tinha fé.
Ele começou Sua resposta com a frase: Verdadeiramente Eu vos digo. Esta indicava que Jesus não confiava na autoridade de outro mestre, como era o costume dos rabinos quando ensinavam. Ao invés disso, Jesus estava baseado em Sua própria autoridade pessoal (e divina).
Jesus muitas vezes havia ensinado dessa maneira (Mateus 5:18; 5:20; 5:22; 5:28; 5:32; 5:34; 5:39; 5:44; 6:2; 6:5; 6:16; 6:29; 8:10: 8:11; 10:15; 10:23; 10:42; 11:24; 12:6; 12:31; 12:36; 13:17; 16:18; 16:28; 17:12; 17:20; 18:3; 18:10; 18:13; 18:18; 18:19; 18:22; 19:9; 19:23; 19:24; 19:28; 21:43; 23:36; 23:39; 24:2; 24:25; 24:34; 24:47; 26:13; 26:21; 26:34). A autoridade de Jesus para ensinar surpreendia às multidões (Mateus 7:28-29) e provavelmente ofendeu aos líderes religiosos (Mateus 12:14). Os discípulos que haviam entendido que Jesus era o Filho de Deus e o Messias (Mateus 16:16) deveriam já estar acostumados com tal declaração.
Jesus elaborou Sua resposta à pergunta de Seus discípulos de que a fé em Deus era o que O havia capacitado a amaldiçoar a figueira. Ele lhes disse: Se vocês tiverem fé e não duvidarem, vocês não apenas farão o que foi feito à figueira, mas dirão a esta montanha: "Mova-se e seja lançada ao mar", isso acontecerá.
Jesus diz a Seus discípulos que se eles tivessem fé, sem duvidar, eles não só seriam capazes de fazer o que Ele havia feito à figueira, mas seriam capazes de fazer coisas ainda maiores. Ele, então, dá um exemplo do que queia dizer com “coisas ainda maiores”:
Dirão a esta montanha: "Mova-se e seja lançada ao mar", e isso acontecerá.
A montanha a que Jesus provavelmente se referia era o Monte das Oliveiras. Era a montanha pela qual eles estavam passando no caminho para a cidade. O Monte das Oliveiras era uma colina rochosa que ficava a cerca de 100 metros acima da elevação da área do templo e a cerca de 50 quilômetros da costa do mar mais próximo - o Mediterrâneo.
Incidentalmente - talvez não tão incidentalmente assim - coisas surpreendentes estavam por acontecer naquela montanha. Ela passará por uma transformação surpreendente quando Jesus retornar pela segunda vez. O Monte das Oliveiras era a montanha da qual Jesus, o Messias, mais tarde ascenderia ao céu depois que voltasse à vida (Atos 1:9-12). Também será o local em que Ele retornará à terra quando o Messias vier pela segunda vez (Zacarias 14:1-8). De acordo com a profecia de Zacarias, algo igualmente espetacular (como ser lançada ao mar) acontecerá a esta montanha no dia em que Jesus retornar à terra.
"Naquele dia, os pés [do Messias] estarão sobre o Monte das Oliveiras, que fica em frente a Jerusalém, a leste; e o Monte das Oliveiras será dividido em seu meio, de leste a oeste, por um vale muito grande, de modo que metade da montanha se moverá em direção ao norte e a outra metade em direção ao sul." (Zacarias 14:4)
Porém, Jesus estava ensinando a Seus discípulos que a realização de proezas deslumbrantes não deveria ser feita para impressionar as pessoas. Ele os estava treinando para realizar as grandes obras que Ele havia criado e preparado para eles (Efésios 2:10). Ele os estava instruindo a vencer pela fé os obstáculos que enfrentariam ao segui-Lo. Alguns desses obstáculos seriam do tamanho de uma montanha e somente pela fé eles poderiam movê-los.
A resposta de Cristo quanto a ter fé e não duvidar é muito semelhante ao que Tiago escreve ao ensinar como devemos pedir a Deus sabedoria:
"Mas, se algum de vós carece de sabedoria, peça a Deus, que dá a todos generosamente e sem reprovação, e ela lhe será dada. Mas deve pedir com fé, sem qualquer dúvida, pois aquele que duvida é como a onda do mar, impulsionada e jogada pelo vento. Esse homem não deve esperar receber qualquer coisa do Senhor, homem de mente dupla, instável em todos os seus caminhos." (Tiago 1:5-8)
Nesta passagem de Tiago 1, o contexto sobre pedir sabedoria diz respeito a pedir sabedoria em relação a como decidir a alegria diante de circunstâncias difíceis, ou seja, ter a fé de que tudo o que Deus permite em nossas vidas é para o nosso bem. Isso nos fornece uma base firme para navegarmos pelas dificuldades desta vida.
Depois de dizer a Seus discípulos sobre a necessidade de terem fé e não duvidarem para realizar grandes coisas, Jesus acrescentou: Todas as coisas que vocês pedirem em oração, crendo, receberão. Ele estava enfatizando o papel central da fé na oração e em nossas petições a nosso Pai Celestial. Isso é semelhante ao que Ele havia ensinado a Seus discípulos no Sermão da Montanha:
"Pedi, e ser-vos-á dado; procurai, e achareis; bata, e ele será aberto para você. Porque todo aquele que pede recebe, e aquele que procura encontra, e para aquele que bate será aberto." (Mateus 7:7-8).
Quando oramos, devemos fazê-lo crendo que Deus nos ama, crendo que Ele está nos ouvindo e crendo que Ele responderá às nossas petições de uma maneira que sirva ao nosso melhor interesse, de acordo com Sua sabedoria e onisciência. Orar com um coração que crê é uma maneira de podermos conhecer a Deus pela fé. Conhecer a Deus pela fé é o caminho para as maiores realizações possíveis nesta vida.
No relato do Evangelho de Marcos, quando Jesus explica essas coisas a Pedro, Jesus também incluiu o "princípio da misericórdia". O princípio da misericórdia é este: em Seu Reino, Deus nos dá a mesma medida de misericórdia que mostramos aos outros. O princípio da misericórdia é um dos pilares centrais de Jesus em Sua plataforma do Reino (Mateus 5:7; 5:44-47; 6:12; 6:14-15; 7:1-2; 7:12; 18:21-35). O princípio da misericórdia é a motivação primária para seguirmos o segundo maior mandamento, que é amar o próximo como a nós mesmos (Levítico 19:18; Mateus 22:39). E por causa do princípio da misericórdia, quando amamos nosso próximo, também estamos fazendo o que é melhor para nós mesmos, conforme ilustrado nesta passagem de Marcos 11:
"Sempre que estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, também vos perdoe as vossas transgressões. Mas se não perdoardes, nem o vosso Pai, que está nos céus, perdoará as vossas transgressões." (Marcos 11:25-26).
Marcos 11:25 é semelhante ao que Jesus ensinou no Sermão da Montanha sobre lembrar de uma ofensa feita contra um irmão no momento do sacrifício no altar (Mateus 5:23-24). Marcos 11:26 é idêntico ao que Jesus diz em Mateus 6:15. Quando tratamos os outros como queremos ser tratados, Deus promete nos tratar da maneira que desejamos ser tratados.
O princípio da misericórdia não deve ser confundido com o nosso pertencimento à família de Deus. O novo nascimento para a vida eterna é baseado na fé de uma pessoa em Jesus como o Filho de Deus e como seu Salvador (João 3:14-16). Essa salvação da morte e do pecado é um dom gratuito e é inteiramente concedida com base na graça de Deus, não em nossas atitudes ou comportamentos (Efésios 2:8-9, Romanos 11:29). Recebemos o dom da vida eterna pela fé. Basta fé para olharmos para Jesus, esperando ser libertos do veneno mortal do pecado (João 3:14-15). É Deus quem decide dar esta fé.
O princípio da misericórdia aplica-se à vida no Reino. Isso afeta nossa comunhão com Deus e com os outros em Seu Reino. Isso não afeta nosso relacionamento como filhos de Deus. Não há nada que possamos fazer para fazer Deus nos amar mais ou menos. Deus nunca rejeita aos Seus. Mas, podemos ganhar Sua aprovação ou ira, e as consequências que acompanham cada uma delas, com base em como O seguimos pela fé ou O desobedecemos seguindo nosso próprio caminho. A principal maneira de agradar a Deus é confiar em Seu princípio de que amar ao próximo, servi-lo e perdoá-lo nos fará bem. Isso é impossível para nós, a menos que deixemos de lado os nossos próprios interesses. Somos propensos a executar julgamento sobre os outros e buscar justiça a partir do nosso próprio senso de direito. Porém, quando deixamos isso para Deus e confiamos que Seus caminhos são melhores que os nossos, Ele promete nos recompensar grandemente. Uma parte significativa dessa recompensa é experimentar uma maior pleniture de vida.
Jesus ensina, de forma consistente, que em Seu Reino, ao mostrarmos misericórdia aos outros, receberemos misericórdia de Deus. Se não mostrarmos misericórdia aos outros, Deus não concederá Sua misericórdia a nós. Vale a pena considerar que as recompensas de Deus são, em grande parte, um reflexo da benevolência que desejamos aos outros. A imagem espelhada desse princípio é o fato de que a ira de Deus é revelada contra a injustiça, quando Ele entrega as pessoas aos seus próprios desejos e às consequências autodestrutivas de seus desejos (Romanos 1:24,, 2628). Parece que, no final das contas, todos nós receberemos como recompensa o que desejamos para nós mesmos e o que desejamos aos outros. Se desejamos conhecer a Deus pela fé e amar os outros, iremos alcançar a maior realização possível nesta vida.
A inclusão do princípio da misericórdia no ensino de Jesus sobre como a fé, sem a dúvida, pode mover montanhas e murchar figueiras, sugere que é preciso fé para perdoar as pessoas. Às vezes, atos de perdão e misericórdia parecem colossais para nós. Na perspectiva dos relacionamentos humanos, o perdão é a única coisa que pode mover montanhas de ofensa, mágoa e amargura. Grandes atos de perdão exigem que tenhamos fé no amor de Deus e não duvidemos de que tal atitude é para o nosso bem. Devemos perdoar como fomos perdoados. Assim, podemos dizer a uma montanha de amargura: "Mova-se e seja lançado ao mar! "Se fizermos isso, vai acontecer. E todas as coisas que pedirmos em oração, crendo, receberemos.”