Mateus interrompe para informar seus leitores sobre um costume que o governador romano realizava para os judeus a cada Páscoa. O costume era libertar um prisioneiro. Mateus menciona que, naquela época, Roma tinha um prisioneiro famoso chamado Barrabás. Pilatos mais tarde usará esse costume e o prisioneiro Barrabás como moeda de troca em suas tentativas de libertar Jesus, que o governador sabe ser inocente. A interjeição de Mateus divide sua narração da primeira fase do Julgamento Civil de Jesus, que é chamada de "Acusação de Jesus perante Pilatos", da terceira fase do Julgamento Civil de Jesus. A terceira fase é chamada de "Julgamento de Pilatos".
Marcos 15:6-7,Lucas 23:17, 23:19 eJoão 18:40b são os relatos paralelos do Evangelho sobre este evento.
Mateus interrompe seu relato resumido do julgamento civil de Jesus para fazer uma importante interjeição. O evangelista coloca estrategicamente essa interjeição entre seu relato da primeira fase do julgamento civil de Jesus e seu relato da terceira fase. Mateus, Marcos e João pulam a segunda fase do julgamento civil de Jesus, que foi Sua audiência perante Herodes Antipas — o Evangelho de Lucas é o único que apresenta um registro detalhado da segunda fase (Lucas 23:8-12).
As três fases dojulgamento civil deJesus foram:
A acusação de Jesus perante Pilatos (Mateus 27:1-2, 11-14, Marcos 15:1-5,Lucas 23:1-7,João 18:28-38)
Audiência de Jesus diante de Herodes Antipas (Lucas 23:8-12)
Julgamento de Pilatos (Mateus 27:15-26,Marcos 15:6-15,Lucas 23:13-25,João 18:38 - 19:16)
Mateus interrompe:Por ocasião da festa, costumava o governador dar liberdade a um preso, à vontade do povo. Naquela ocasião, tinham eles um preso famoso, chamado Barrabás(v. 15-16).
Mateus informa ao leitor que ele está fazendo uma interjeição ao usar a palavraagora.
Sua expressãona festase refere à celebração judaica da Páscoa eda festados Pães Ázimos, que aconteciano mesmo dia do julgamento.
Durantea festada Páscoa/Pães Ázimos,ogovernadorromanoda Judeiacostumava dar liberdade a um preso, à vontade do povo.
Lucas faz uma observação semelhante atestando essecostume: "E era—lhe necessário soltar—lhes um pela festa" (Lucas 23:17). E Marcos faz uma interjeição semelhante (Marcos 15:6-7). O Evangelho de João registraPilatoscomo aquele que descreveu esse costume (João 18:38).
Depois de mencionar essa tradição de boa vontade romanapara com o povoda Judeiana Festados Pães Ázimos, Mateus menciona um fato importante que era verdadeironaquela ocasião e que desempenhou um papel importante na fase final do julgamento civil de Jesus.
O fato principal foi:Naquela ocasião, tinham eles um preso famoso, chamado Barrabás.
O pronome —eles —nesta declaração refere—se às autoridades romanas. As autoridades romanasmantinhamsob sua custódiaum prisioneiro famoso enotório.Notóriosignifica bem conhecido e muito odiado. Mateus não explicapor queesseprisioneiroerafamoso ou estava preso — ele apenas comentaquesim.
Os outros Evangelhos mencionam os crimes famosos desteprisioneiro. João diz que esteprisioneiro famoso era "um ladrão" (João 18:40). Marcos escreve como esteprisioneiro famoso "preso com outros sediciosos, os quais, em um motim, haviam feito uma morte" (Marcos 15:7). E Lucas comenta: "o qual tinha sido preso por causa de uma sedição na cidade e por um homicídio" (Lucas 23:19). No geral, esteprisioneiroera um rebelde que também cometeu assassinato e roubo, e seus crimes eram bem conhecidos dopovo, queodetestava profundamente.
Ironicamente, esse notório prisioneiroera culpado de insurreição — o mesmo crime do qual Jesus foi acusado (Lucas 23:2) e declarado inocente porPilatose Herodes Antipas (Lucas 23:14-15).
Mateus então nos diz que esseprisioneiro famoso erachamado Barrabás.
Não está claro seBarrabásera o nome verdadeiro do prisioneiro, seu apelido ou simplesmente o nome que os escritores dos Evangelhosusavampara se referir a ele.
A palavraBarrabástem origem aramaica e significa "filho do pai" (Bar= "filho";Abbas= "do pai"). Há duas maneiras pelas quaiso nomeBarrabás e seu significado têm sido interpretados.
A primeira maneira pela qual seu nome pode ser interpretado é como uma espécie de equivalente a Jesus. Jesus era o Filho do Pai, entãoBarrabástem literalmente o mesmo título que Jesus, "Filho do Pai". Os evangelistas, e Mateus em particular com seu tema do Dia da Expiação, parecem apresentar Jesus eBarrabáscomo figuras idênticas em termos de humanidade, mesmo que os contrastem em termos de retidão. Jesus era inocente e perfeitamente justo, jáBarrabásera um criminoso, culpado de insurreição — o crime pelo qual Jesus seria executado.
A segunda maneira pela qualo nomeBarrabás pode ser entendido é como uma espécie de homem comum. Pelos registros judaicos da época, Barrabásera um nome comum. E embora signifique "filho do pai", é ambíguo, pois não especifica quem é o pai desse filho.
Todo filho é filho de algum pai, mas a identidade do pai não é designada nonome deBarrabás, tornando—o uma figura que pode simbolizar todo homem. Além disso, Barrabás, o criminoso pecador, e todo homem, pecou e se rebelou (cometeu insurreição) contra Deus e Sua boa autoridade.
Assim,Barrabásé tanto uma espécie de figura idêntica, equiparada a Jesus Cristo; quanto, como criminoso, ele é um representante de todo homem caído e pecador.
Curiosamente, a tradição da Igreja sugere queBarrabásera apenas um título, e queo nome de batismo desse famoso prisioneiro era "Jesus". Líderes da Igreja primitiva, como Orígenes, afirmavam que Barrabásse chamava "Jesus". Alguns manuscritos gregos tardios de Mateus 27:16 e 27:17 dizem: Ἰησοῦν Βαραββᾶν ("Jesus, Barrabás").
Se essa tradição estiver correta, oprisioneirofamoso e o Messias tinham o mesmo nome e o mesmo título: "Jesus, filho do pai". E seos dois prisioneiros dePilatos (o famoso insurrecionista e o Messias) compartilhavam o mesmo nome — "Jesus" —, então faz sentido que Mateus tenha escrito que oprisioneirosechamava Barrabás. Isso também nos dá uma ideia mais aprofundada da expressão de Pilatosquando faz sua oferta aopovo.O governadorpergunta: "Qual dos dois quereis que eu vos solte, Barrabás ou Jesus, chamado Cristo?" (Mateus 27:17).
Em outras palavras,Pilatospode ter perguntadoao povo: "Qual Jesus vocês querem que eu solte para vocês: Jesus, chamadoBarrabás, ou Jesus, chamado Messias?"
Após inserir esta importante interjeição —Por ocasião da festa, costumava o governador dar liberdade a um preso, à vontade do povo. Naquela ocasião, tinham eles um preso famoso, chamado Barrabás(v. 15, 16) — entre a primeira e a terceira fases do julgamento civil de Jesus, Mateus continua explicando como essas coisas se desenrolaram entrePilatos,o povo, Jesus e oprisioneiro chamadoBarrabás(Mateus 27:17-26).
Mateus 27:15-16
15 Por ocasião da festa, costumava o governador dar liberdade a um preso, à vontade do povo.
16 Naquela ocasião, tinham eles um preso famoso, chamado Barrabás.
Mateus 27:15-16 explicação
Marcos 15:6-7, Lucas 23:17, 23:19 e João 18:40b são os relatos paralelos do Evangelho sobre este evento.
Mateus interrompe seu relato resumido do julgamento civil de Jesus para fazer uma importante interjeição. O evangelista coloca estrategicamente essa interjeição entre seu relato da primeira fase do julgamento civil de Jesus e seu relato da terceira fase. Mateus, Marcos e João pulam a segunda fase do julgamento civil de Jesus, que foi Sua audiência perante Herodes Antipas — o Evangelho de Lucas é o único que apresenta um registro detalhado da segunda fase (Lucas 23:8-12).
As três fases do julgamento civil de Jesus foram:
(Mateus 27:1-2, 11-14, Marcos 15:1-5, Lucas 23:1-7, João 18:28-38)
(Lucas 23:8-12)
(Mateus 27:15-26, Marcos 15:6-15, Lucas 23:13-25, João 18:38 - 19:16)
Mateus interrompe: Por ocasião da festa, costumava o governador dar liberdade a um preso, à vontade do povo. Naquela ocasião, tinham eles um preso famoso, chamado Barrabás (v. 15-16).
Mateus informa ao leitor que ele está fazendo uma interjeição ao usar a palavra agora.
Sua expressão na festa se refere à celebração judaica da Páscoa e da festa dos Pães Ázimos, que acontecia no mesmo dia do julgamento.
Para saber mais sobre a Páscoa e a Festa dos Pães Ázimos, leia o artigo "A Páscoa Original" em nosso site A Bíblia Diz.
Durante a festa da Páscoa/Pães Ázimos, o governador romano da Judeia costumava dar liberdade a um preso, à vontade do povo.
Lucas faz uma observação semelhante atestando esse costume: "E era—lhe necessário soltar—lhes um pela festa" (Lucas 23:17). E Marcos faz uma interjeição semelhante (Marcos 15:6-7). O Evangelho de João registra Pilatos como aquele que descreveu esse costume (João 18:38).
Depois de mencionar essa tradição de boa vontade romana para com o povo da Judeia na Festa dos Pães Ázimos, Mateus menciona um fato importante que era verdadeiro naquela ocasião e que desempenhou um papel importante na fase final do julgamento civil de Jesus.
O fato principal foi: Naquela ocasião, tinham eles um preso famoso, chamado Barrabás.
O pronome — eles — nesta declaração refere—se às autoridades romanas. As autoridades romanas mantinham sob sua custódia um prisioneiro famoso e notório. Notório significa bem conhecido e muito odiado. Mateus não explica por que esse prisioneiro era famoso ou estava preso — ele apenas comenta que sim.
Os outros Evangelhos mencionam os crimes famosos deste prisioneiro. João diz que este prisioneiro famoso era "um ladrão" (João 18:40). Marcos escreve como este prisioneiro famoso "preso com outros sediciosos, os quais, em um motim, haviam feito uma morte" (Marcos 15:7). E Lucas comenta: "o qual tinha sido preso por causa de uma sedição na cidade e por um homicídio" (Lucas 23:19). No geral, este prisioneiro era um rebelde que também cometeu assassinato e roubo, e seus crimes eram bem conhecidos do povo, que o detestava profundamente.
Ironicamente, esse notório prisioneiro era culpado de insurreição — o mesmo crime do qual Jesus foi acusado (Lucas 23:2) e declarado inocente por Pilatos e Herodes Antipas (Lucas 23:14-15).
Mateus então nos diz que esse prisioneiro famoso era chamado Barrabás.
Não está claro se Barrabás era o nome verdadeiro do prisioneiro, seu apelido ou simplesmente o nome que os escritores dos Evangelhos usavam para se referir a ele.
A palavra Barrabás tem origem aramaica e significa "filho do pai" (Bar = "filho"; Abbas = "do pai"). Há duas maneiras pelas quais o nome Barrabás e seu significado têm sido interpretados.
A primeira maneira pela qual seu nome pode ser interpretado é como uma espécie de equivalente a Jesus. Jesus era o Filho do Pai, então Barrabás tem literalmente o mesmo título que Jesus, "Filho do Pai". Os evangelistas, e Mateus em particular com seu tema do Dia da Expiação, parecem apresentar Jesus e Barrabás como figuras idênticas em termos de humanidade, mesmo que os contrastem em termos de retidão. Jesus era inocente e perfeitamente justo, já Barrabás era um criminoso, culpado de insurreição — o crime pelo qual Jesus seria executado.
A segunda maneira pela qual o nome Barrabás pode ser entendido é como uma espécie de homem comum. Pelos registros judaicos da época, Barrabás era um nome comum. E embora signifique "filho do pai", é ambíguo, pois não especifica quem é o pai desse filho.
Todo filho é filho de algum pai, mas a identidade do pai não é designada no nome de Barrabás, tornando—o uma figura que pode simbolizar todo homem. Além disso, Barrabás, o criminoso pecador, e todo homem, pecou e se rebelou (cometeu insurreição) contra Deus e Sua boa autoridade.
Assim, Barrabás é tanto uma espécie de figura idêntica, equiparada a Jesus Cristo; quanto, como criminoso, ele é um representante de todo homem caído e pecador.
Curiosamente, a tradição da Igreja sugere que Barrabás era apenas um título, e que o nome de batismo desse famoso prisioneiro era "Jesus". Líderes da Igreja primitiva, como Orígenes, afirmavam que Barrabás se chamava "Jesus". Alguns manuscritos gregos tardios de Mateus 27:16 e 27:17 dizem: Ἰησοῦν Βαραββᾶν ("Jesus, Barrabás").
Se essa tradição estiver correta, o prisioneiro famoso e o Messias tinham o mesmo nome e o mesmo título: "Jesus, filho do pai". E se os dois prisioneiros de Pilatos (o famoso insurrecionista e o Messias) compartilhavam o mesmo nome — "Jesus" —, então faz sentido que Mateus tenha escrito que o prisioneiro se chamava Barrabás. Isso também nos dá uma ideia mais aprofundada da expressão de Pilatos quando faz sua oferta ao povo. O governador pergunta: "Qual dos dois quereis que eu vos solte, Barrabás ou Jesus, chamado Cristo?" (Mateus 27:17).
Em outras palavras, Pilatos pode ter perguntado ao povo: "Qual Jesus vocês querem que eu solte para vocês: Jesus, chamado Barrabás, ou Jesus, chamado Messias?"
Após inserir esta importante interjeição — Por ocasião da festa, costumava o governador dar liberdade a um preso, à vontade do povo. Naquela ocasião, tinham eles um preso famoso, chamado Barrabás (v. 15, 16) — entre a primeira e a terceira fases do julgamento civil de Jesus, Mateus continua explicando como essas coisas se desenrolaram entre Pilatos, o povo, Jesus e o prisioneiro chamado Barrabás (Mateus 27:17-26).