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Significado de Miquéias 4:9-13
Depois de descrever as glórias futuras do reinado messiânico de Cristo do Senhor nos v. 1-8, Miquéias foca sua atenção nas realidades de seu tempo. Nesta seção, que inclui o primeiro versículo do capítulo 5, ele descreve o que ocorreria em um futuro próximo usando três profecias. Todas elas começam com a palavra “Agora” (v. 4:9,11; 5:1), direcionando seu público do futuro distante, de volta à atualidade, que incluía a certeza de uma invasão.
Na primeira profecia, Miquéias faz várias perguntas retóricas. A primeira é: “Por que gritas em alta voz?” (v. 9). A pronome oculto “tu” está na forma feminina singular e se refere a Jerusalém como uma jovem mulher. A palavra “clamar” (em hebraico, "ṯārî'î") transmite a idéia de gritar alto diante de uma dor ou angústia severa (Isaías 15:4). É uma expressão intensa traduzida literalmente como: "Por que você está gritando?"
Miquéias parece falar com os judeus como se eles já estivessem no exílio babilônico. Este era o destino que ainda estava mais de 100 anos no futuro. No entanto, Miquéias faz perguntas a eles no tempo presente em relação a um evento futuro, como se ele estivesse acontecendo naquele momento. Isso elevava a certeza da profecia: o exílio aconteceria. Israel havia quebrado sua aliança/tratado com Deus e suas provisões corretivas seriam implementadas, conforme Deus havia prometido e como eles haviam confirmado.
As duas perguntas seguintes são respostas à primeira. Ele pergunta ao povo: “Acaso, não há rei em ti, pereceu o teu conselheiro?” Do ponto de vista humano, quando a nação fosse para o exílio, o povo não mais teria seu próprio rei. O rei de Israel era o governante ungido do SENHOR, responsável por conduzir o povo sob a orientação do SENHOR. Mais uma vez, Miquéias fala de um evento futuro como se fosse uma realidade presente, a fim de elevar a certeza de que aquela ocorrência se realizaria.
Essas perguntas foram feitas para lembrar o povo de seu Rei e Conselheiro divino (Isaías 33:22; 44:6; 9:6). Ele ainda estava entre eles e tinha um plano para Seu povo. O profeta fala com convicção sobre um tempo futuro em que tanto o rei humano quanto o conselheiro seriam removidos; eles seriam levados ao exílio e governados pelos gentios babilônicos. Porém, seu Rei divino permaneceria em Seu trono.
Lemos que a perda de seu rei/conselheiro resultou em uma agonia que tomou conta de Jerusalém como uma mulher em dores de parto. A experiência de ser levado cativo e ser maltratado em uma terra estrangeira, com um futuro incerto, causava dor física e psicológica insuportável. Miquéias fala desse evento futuro como se fosse uma realidade atual, mostrando a certeza do cumprimento da profecia.
É possível que essas perguntas tenham sido feitas para envergonhar os judeus, fazendo-os crer que o SENHOR era seu verdadeiro Rei e Conselheiro (Isaías 9:5) que, depois de discipliná-los por seus pecados, os libertaria do exílio e os restauraria de volta à Terra Prometida. De toda forma, isso estaria de acordo com a aliança/tratado de Israel com o SENHOR. Sua aliança/tratado com seu Deus Susserano (Governante) previa que eles seriam exilados por sua desobediência (Deuteronômio 28:41). Ela também previa que, depois que se arrependessem, Deus os restauraria à terra (Deuteronômio 30:3).
Depois de perguntar aos judeus por que eles estavam chorando como uma mulher em trabalho de parto, o SENHOR, então, parece dar-lhes uma ordem: “Sofre dores e trabalha para dar à luz, filha de Sião, como uma mulher que está de parto” (v. 10). A “filha de Sião” era Jerusalém e o reino meridional de Judá.
A razão de sua dor e medo era que eles estavam condenados a ir para o exílio. O processo teria três etapas. Primeiro, eles seriam forçados a sair da cidade por seus captores. Em segundo lugar, eles habitariam nos campos (acampamentos a céu aberto) em direção a seu novo destino. Terceiro, eles iriam para a Babilônia, seu destino final (Isaías 39:6; Jeremias 20:4-6).
O fato de serem levados para a Babilônia era surpreendente porque, na época de Miquéias, a Babilônia não era a maior potência da região - a Assíria era. Porém, o soberano SENHOR sabia que a Babilônia seria, em breve, o império dominante no Antigo Oriente Próximo e, assim, ela seria Seu instrumento de julgamento sobre Seu povo.
Em outra reviravolta dramática, Miquéias proclama: “Ali” (na Babilônia) “serás livrada”. A palavra “livrar” (em hebraico, "tinnāṣêlî") significa "ser liberto" ou "ser salvo". O próprio SENHOR resgataria a Seu povo (Jeremias 29:10-12). Eles precisavam ser julgados por seus pecados (Isaías 48:18-20), mas depois Deus os traria de volta à Terra Prometida.
O resgate ou salvação dos judeus provavelmente teve vários cumprimentos. Um deles foi o resgate do povo judeu do esforço de Satanás para eliminá-los por meio de seu agente Amã, conforme descrito no livro de Ester (Ester 3:6; 7:10). Outra pode ter sido a obra que Deus pretendia fazer em Seu povo durante o exílio na Babilônia (Jeremias 29:11), incluindo o fato de começarem a adorar a Deus em suas mentes, já que não mais tinham o templo, bem como criarem a tradição de se reunir em sinagogas. Porém, a profecia certamente incluía também a promessa de Deus de resgatá-los do exílio.
Depois de estar na Babilônia por um tempo, o Senhor os redimiria das mãos de seus inimigos. Jeremias havia previsto que Judá serviria à Babilônia por 70 anos (Jeremias 25:11). Esdras começou a levar os judeus de volta a Judá durante o reinado do rei persa Ciro (Esdras 1:1).
Porém, a palavra “inimigos”, no plural, pode referir-se a muitos dos inimigos de Israel; a Babilônia seria apenas um representante deles. No entanto, o SENHOR “redimiria” (em hebraico, "yiḡ'ālêḵ", "vingaria", "seria um parente-redentor", como lemos em Rute 2:1) Seu povo e o restauraria à sua pátria. O retorno sob o comando de Esdras foi um cumprimento parcial disso. Resta ainda uma realização maior.
Não sabemos quando esta profecia será completamente cumprida (Atos 1:7). A Babilônia poderia representar todos os inimigos de Israel ao longo da história, bem como o espírito dos reinos mundanos (Apocalipse 17:5). Parece evidente que a restauração completa de Israel e a destruição completa de seus inimigos ainda está no futuro no momento quando este artigo é escrito. Isso acontecerá plenamente quando o Reino messiânico for estabelecido (Apocalipse 20:6).
Os três últimos versículos deste capítulo contêm outra profecia. Como os dois versículos anteriores (9 e 10), ele descreve o que acontecerá “agora” (v. 11). Isso parece ainda se referir a um evento futuro, porém era como se estivesse ocorrendo naquele momento. Em vez da Babilônia ser o agressor, “agora, se acham congregadas contra ti muitas nações”. A expressão poderia se referir a mercenários de vários povos que faziam parte do exército da Assíria naquela época. No entanto, parece mais provável que as “muitas nações” aqui fossem referência aos antidos inimigos de Israel ao longo dos séculos e até mesmo no futuro.
No fim dos tempos, as nações da terra se reunirão contra Jerusalém (Apocalipse 19:19). As Escrituras falam das desgraças da terra como sendo como "dores do parto" (Romanos 8:22). Parece que os ataques contra Jerusalém e o povo de Deus aumentarão e culminarão no final dos tempos. De qualquer forma, Deus será seu protetor e os redimirá das mãos de seus inimigos.
A imagem aqui parece ser de uma Jerusalém isolada, num momento em que seus inimigos se reúnem contra o povo da aliança de Deus. A cidade parece estar isolada, sem ajuda e sem esperança. Essas nações a provoca, dizendo: “Seja ela contaminada, e vejam os nossos olhos o seu desejo sobre Sião”. Ser “contaminada” significa ser "poluída"; eles desejavam que a "filha de Sião" fosse contaminada e arruinada. Eles queriam que isso acontecesse para que pudessem se gloriar na humilhação do povo de Sião.
As nações julgavam-se superiores ao povo do Senhor. Elas provavelmente pensavam que, pelo fato de Jerusalém estar prestes a ser destruída, suas divindades eram mais poderosas do que o Senhor, tornando-as superiores a Sião. Isso é consistente com o quadro em Apocalipse 19, onde todas as nações da terra se reúnem contra Jerusalém (Apocalipse 19).
No entanto, essas nações “não sabem os pensamentos de Jeová, nem lhe entendem o conselho” (v. 12). A palavra “conselho” (em hebraico, "'ăṣāṯōw") também pode ser traduzida como "plano". As nações não têm a perspectiva do que o Senhor iria fazer. Elas não entendiam que estavam apenas sendo usadas como instrumentos para julgar Israel.
Em vez disso, o SENHOR “as ajuntou como feixes na eira”. Como grãos sendo quebrados em pedaços ao serem colocados em uma eira, as nações seriam devastadas (Zacarias 14:12-15).
Diante disso, o SENHOR ordena: “Levanta-te e debulha, ó filha de Sião” (v. 13). O povo de Jerusalém e Sião recebeu a ordem de se levantar, um chamado para a guerra santa (Números 10:35). Aqui, o povo de Deus faria a debulha das nações.
No entanto, ele não conseguiria fazê-lo por esforço próprio. O próprio SENHOR iria equipá-los e capacitá-los para vencer a batalha. Usando a imagem de uma vaca, o SENHOR descreve os equipamentos de Jerusalém (filha de Sião, v. 8) para a vitória sobre seus inimigos. Primeiro, Ele promete: “Farei de ferro o teu chifre”. O “chifre” era um símbolo de força (Deuteronômio 33:17; 1 Samuel 2:1). Com seu chifre de ferro, o SENHOR lhes daria força esmagadora para alcançar a vitória. Em segundo lugar, Deus diz: “...e de bronze as tuas unhas”, significando proteção durante a batalha.
A razão pela qual o SENHOR deu poder ao povo foi para que ele pudesse quebrar em pedaços a muitos povos. Ao longo das décadas, vários povos esmagaram os israelitas. Agora, com a ajuda do Senhor, eles esmagarão as nações. Isso pode se referir a Apocalipse 19, quando Jesus voltará e liderará a derrota dos inimigos de Israel com Sua própria mão (Apocalipse 19:11-21).
Quando Deus resgatar Israel, eles dedicarão ao Senhor seu ganho. Depois de derrotar a seus inimigos, eles tomarão o espólio de sua conquista e o darão ao Senhor. A palavra “dedicar” (em hebraico, "wəhaḥăramtî") significa separar algo do uso comum e dedicá-lo a um propósito especial. Nesse caso, eles saqueariam os povos derrotados e dedicariam suas riquezas ao Senhor de toda a terra. A palavra “Senhor” usada nesta última frase do versículo é a palavra hebraica "'ăḏōwn", que significa "mestre", enfatizando Sua soberania sobre toda a terra.
Como esses eventos ainda não ocorreram, esta provavelmente seja uma referência à Batalha do Armagedom ainda no futuro (Apocalipse 16:16; 19:19-21). Lá, o SENHOR travará a batalha e dará a vitória a Israel.