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Marcos 7:17-23 explicação

Marcos 7:17-23 pede a Jesus que esclareça Sua declaração: “Nada há fora do homem que o possa contaminar, se entrar nele; mas o que sai do homem, isso é o que o contamina.” Isso desafiou a visão que eles tinham sobre pecado e justiça. Jesus corrigiu o mal—entendido deles, explicando que a maldade se origina do coração.

O relato paralelo do Evangelho para Marcos 7:17-23 é encontrado em Mateus 15:15-20.

Em Marcos 7:17-23, os discípulos questionam Jesus sobre Seus ensinamentos e Ele explica como a impureza não vem do que entra no corpo, mas dos maus pensamentos e ações pecaminosas que procedem do coração.

Marcos 7:17-23 conclui uma série de interações entre a oposição de Jesus, as multidões e agora Seus discípulos.

Tudo começou em Marcos 7:1-13, quando os fariseus e escribas tentaram difamar Jesus, acusando—O de permitir que Seus discípulos se contaminassem ao violar as tradições religiosas dos anciãos. Jesus, porém, rejeitou essa estrutura de acusação e demonstrou como Seus próprios acusadores eram hipócritas, pois usavam suas regras e tradições humanas para criar brechas que, na verdade, violavam a Lei de Deus.

Após dispensar os Seus adversários, Jesus dirigiu—se à multidão para esclarecer a questão central (Marcos 7:14-16). Ele declarou que não são as coisas externas que tornam uma pessoa justa ou injusta, mas sim aquilo que procede do seu coração — ou seja, seus pensamentos, palavras e ações — que determina sua condição moral.

Especificamente, Jesus disse:

“Nada há fora do homem que, nele entrando, possa contaminá—lo; pelo contrário, as coisas que saem dele são as que o contaminam.”
(Marcos 7:15)

Mas pouco tempo depois os discípulos questionaram Jesus sobre esse ensinamento.

Tendo deixado a multidão, entrou em casa, e pediam—lhe seus discípulos a explicação da parábola (v. 17).

A parábola que os discípulos pediram a Jesus para explicar referia—se ao ensinamento que Ele acabara de dar sobre o que realmente torna o homem impuro (Marcos 7:15). E Ele contou essa parábola em resposta à acusação dos fariseus sobre a prática dos discípulos de comer pão sem primeiro lavar as mãos (Marcos 7:5).

Os discípulos interrogaram Jesus sobre esse ensinamento em particular, eles o questionaram somente depois que Ele deixou a multidão e entrou em casa.

O Evangelho de Mateus indica que os discípulos de Jesus também perguntaram se Ele sabia que havia ofendido os poderosos e influentes fariseus de Jerusalém (Mateus 15:12).

Seus discípulos estavam certos: Jesus havia ofendido profundamente os fariseus e escribas. Ele os chamou de "hipócritas" por inventarem brechas que anulavam a Lei de Deus e direcionou contra eles a severa repreensão profética de Isaías (Mateus 15:7-9; Marcos 7:6-13). Além disso, ensinou publicamente que a tradição religiosa deles era fundamentalmente falha, ao afirmar que comer sem lavar as mãos não contaminava moralmente uma pessoa diante de Deus (Mateus 15:10-11; Marcos 7:14-16).

A Jesus não importava a opinião que eles tinham d'Ele. Ele não veio para buscar a aprovação humana, mas para cumprir a vontade de Seu Pai (João 5:41; 6:38). Jesus instruiu Seus discípulos a ignorarem os fariseus, pois seus ensinamentos e sua influência eram passageiros, visto que não se originavam em Deus (Mateus 15:13). Ele os descreveu como um cego guiando outro cego, advertindo que "ambos cairão num buraco" (Mateus 15:14).

Mateus também identifica Pedro como o discípulo que O questionou sobre Seu ensinamento que corrigia o erro dos fariseus sobre o que contamina ou não uma pessoa (Mateus 15:15).

Aparentemente, Seus discípulos (incluindo Pedro) compartilhavam as mesmas suposições equivocadas sobre a justiça que os fariseus ensinavam e, portanto, estavam confusos com os ensinamentos de Jesus sobre a justiça.

Os fariseus defendiam que a justiça era primordialmente externa. Eles julgavam a posição moral de um homem com base em seu comportamento exterior e na adesão aos rituais. De acordo com suas tradições, comer sem lavar as mãos tornava a pessoa impura.

Os fariseus interpretavam os mandamentos de Deus por meio de uma lente legalista, fundamentando a justiça na conformidade técnica e na autojustificação. Essa mentalidade estava em radical oposição aos ensinamentos de Jesus no Sermão da Montanha, nos quais Ele enfatizou que a obediência meramente exterior, desprovida de sinceridade interior, era vazia e insuficiente perante Deus (Mateus 5:21-22, 27-28, 31-32, 33-37, 38-42, 43-45).

Jesus ensinou que a verdadeira justiça flui do coração para fora.

Os fariseus acreditavam que a justiça fluía de fora para dentro. E o pedido dos discípulos para que Jesus explicasse Sua parábola mostra que eles ainda estavam trabalhando para desaprender esse falso entendimento.

Jesus abordou o mal—entendido com uma pergunta retórica:

Ele respondeu: Assim também vós não entendeis? (v.18a).

A inclusão da palavra "também" na pergunta de Jesus significava que Seus discípulos eram como os fariseus, que também não tinham entendimento sobre esse ponto. Eles também estavam sob a suposição equivocada de que a justiça era algo externo.

Seu Mestre pareceu surpreendido com a falta de compreensão deles sobre um tema tão fundamental. Afinal, eles já estavam com Jesus havia um bom tempo e O haviam ouvido proclamar a verdade com clareza em inúmeras ocasiões. De fato, um dos temas centrais de Seus ensinamentos no Sermão da Montanha — que provavelmente ouviram e até reproduziram em seu ministério — era que a verdadeira justiça (a harmonia com Deus) é uma questão que se decide no coração (Mateus 5:20, 5:27-28, 6:1, 6:33).

Jesus queria desenraizar esse equívoco profundamente arraigado, então Ele fez uma pergunta esclarecedora para redefinir o pensamento deles:

“Não compreendeis que tudo o que está fora do homem, entrando nele, não pode contaminá—lo, porque não entra no coração, mas no ventre, e é lançado no lugar escuso?” (v.18-19a)

Jesus estava esclarecendo que não é a comida — isto é, o que entra no homem pela boca e passa pelo estômago — que o contamina. Essas substâncias materiais são processadas pelo organismo e posteriormente expelidas. Para ilustrar, Jesus usou um exemplo prático para ajudar os discípulos a entenderem o ponto: tudo o que entra pela boca é eliminado e acaba como resíduo. Essa função puramente natural do corpo, por si só, não contamina a alma nem torna uma pessoa injusta..

Jesus explicou que a razão pela qual coisas externas, como a comida, não podem contaminar uma pessoa é porque não entram no coração da pessoa. Neste contexto, a palavra coração não descreve o coração físico de uma pessoa, mas sim o seu coração espiritual.

O coração espiritual de uma pessoa constitui o cerne de seu ser, podendo ser entendido como sinônimo de sua alma. Ele é a sede dos desejos, da consciência e da vontade. Se o coração se deteriora, a pessoa como um todo se corrompe; essa degradação é progressiva e correlata. É por esse motivo que o alimento de fora, que não entra no coração de uma pessoa, não pode contaminá—la.

Depois que Marcos registra o esclarecimento de Jesus sobre como o alimento externo não contamina nem torna uma pessoa injusta, Marcos então faz uma observação entre parênteses:

(Isso disse, purificando todos os alimentos) (v.19b).

Marcos observa que Jesus declarou todos os alimentos puros com esse ensinamento.

Na Lei, Deus instruiu Israel, por meio de Moisés, sobre certos alimentos que deveriam ser evitados. Levítico 11 fornece uma lista extensa de animais limpos e impuros para consumo judaico.

Uma lista incompleta de alguns dos animais proibidos declarados em Levítico 11 inclui:

  • Camelo (Levítico 11:4)
  • Coelho (Levítico 11:6)
  • Porco (Levítico 11:7)
  • Mariscos (Levítico 11:10)
  • E certas aves (Levítico 11:13-19)

Essas restrições alimentares faziam parte da aliança que Deus fez com Israel para separá—los das nações vizinhas como santos. Comer alimentos impuros era transgredir a Lei e, portanto, quebrar a aliança que distinguia Israel como o povo escolhido de Deus, santo e consagrado ao Senhor.

Os fariseus construíram uma extensa tradição artificial em torno desses mandamentos, reforçando a separação dos gentios e elevando preceitos alimentares — como lavar as mãos antes de comer (Marcos 7:5) — ao status de elementos centrais não apenas para a identidade judaica, mas também para a própria justiça diante de Deus. Seus ensinamentos sobre esse e outros pontos revelam uma premissa fundamental: para ser considerado justo, era necessário ser judeu e viver estritamente de acordo com suas regras. Quem não se enquadrasse nesse padrão era tratado como um "cão gentio".

O comentário de Marcos de que Jesus “declarou todos os alimentos puros” (Marcos 7:19b) provavelmente reflete a experiência posterior de Pedro, que ajudou a esclarecer e confirmar essa verdade.

Em Atos 10, Pedro recebeu uma visão de Deus enquanto orava no terraço de um templo em Jope. Na visão, um lençol desceu do céu cheio de todos os tipos de animais, tanto limpos quanto imundos. Uma voz lhe disse: “Levanta—te, Pedro! Mata e come” (Atos 10:13). Pedro resistiu, dizendo que nunca havia comido nada impuro ou profano. A voz respondeu: “Ao que Deus purificou, não faças tu impuro” (Atos 10:15).

Isso aconteceu três vezes para enfatizar o ponto. Pedro mais tarde entendeu que a visão não se referia apenas à comida, mas também à aceitação de gentios — pessoas anteriormente consideradas "impuras" — na comunhão do evangelho sem exigir a adesão às leis alimentares mosaicas.

Marcos, escrevendo sob a autoridade apostólica de Pedro e dirigindo—se principalmente a um público gentio — em especial, ao romano —, insere essa explicação entre parênteses em Marcos 7:19 para enfatizar que o ensino de Jesus abriu o caminho para que todos os alimentos — e, por extensão, todos os povos — fossem purificados por meio da fé n'Ele.

A partir disso, parece que Pedro não entendeu completamente o que Jesus estava lhe ensinando aqui em Marcos 7 até depois de sua visão em Atos 10. Mas, mais tarde, ele se lembrou dos ensinamentos de Jesus em Marcos 7 e aplicou corretamente o que havia aprendido em Atos 10 para entender melhor o que Jesus estava dizendo.

A observação de Marcos de que Jesus declarou todos os alimentos puros teria sido um grande encorajamento para os crentes gentios, que talvez se sentissem inferiores ou excluídos pelos costumes judaicos. É notável que Mateus, escrevendo para um público predominantemente judeu, não inclua essa observação em parênteses — seja porque ela não lhe foi destacada por Pedro, seja porque ele optou por não enfatizá—la, ciente de que poderia representar um obstáculo para leitores judeus ainda apegados às leis de pureza alimentar. Em qualquer caso, a inclusão dessa nota por Marcos destaca tanto o alcance universal do Evangelho quanto a natureza interna, e não externa, da verdadeira pureza e da justiça.

Em Atos 15, após o sucesso da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé a Chipre e à Galácia, eles se reuniram com os apóstolos e presbíteros da igreja em Jerusalém para relatar a grande quantidade de gentios que se haviam convertido. Esse concílio foi convocado, em parte, para discernir a obra de Deus entre os gentios e suas implicações para o futuro do Evangelho. A questão central debatida era: para receber a salvação e tornar—se participantes da promessa, os gentios precisavam tanto crer em Jesus quanto observar a Lei de Moisés, ou a fé por si só era suficiente? (Atos 15:4-5).

Decidiu—se que os gentios seriam incluídos na família de Deus unicamente pela fé em Jesus, sem o ônus de cumprir a Lei de Moisés (Atos 15:19, 28-29). Em outras palavras, não seriam obrigados a passar pela circuncisão nem a observar os rituais judaicos para obter a salvação. Os gentios podiam permanecer como gentios, e os judeus, por sua vez, poderiam continuar a praticar seus costumes e manter sua identidade judaica. Ambos os grupos — tanto os judeus, observando a Lei, quanto os gentios, em sua condição — seriam salvos pela mesma graça, mediante a fé em Jesus como o Filho de Deus e Salvador. Conforme declarou Pedro:

“Mas cremos que pela graça do Senhor Jesus seremos salvos, assim como eles.”
(Atos 15:11)

Embora tanto judeus quanto gentios fossem salvos pela fé (Romanos 1:16; 3:28-30; Efésios 3:6), esperava—se que os judeus permanecessem fiéis à sua identidade e guardassem a aliança mosaica. Assim, eles estavam sob uma "economia" distinta da dos gentios. A expectativa era que continuassem a observar as tradições, não como condição para a salvação eterna, mas como expressão de fidelidade ao chamado divino recebido por seu povo. É nesse contexto que Paulo declara em Atos 28:17: "Nunca fiz nada contra os costumes de nossos pais". Portanto, para um crente judeu ser fiel, ele deve seguir os ensinamentos de Jesus sem abrir mão da observância da Lei de Moisés. Já para um crente gentio ser fiel, basta que siga os ensinamentos de Jesus.

Depois de salientar que Jesus declarou limpos todos os alimentos, Marcos retoma sua narrativa dos ensinamentos de Jesus.

Jesus acabara de dizer aos Seus discípulos que não é a comida ou qualquer coisa externa que entra no homem que o contamina. Ele explicou que coisas externas, como a comida, não podem contaminar uma pessoa, porque as coisas externas não entram no coração do homem.

Agora Jesus explicou aos Seus discípulos o que pode contaminar uma pessoa e torná—la injusta.

Continuou: O que sai do homem, isso é o que o contamina. (v.20).

O princípio que Ele estava ensinando era que a injustiça vem do coração de uma pessoa e transborda para nossas expressões externas.

O Evangelho de Mateus é mais específico sobre esse ponto. Ele cita Jesus explicando:

"Mas tudo o que sai da boca vem do coração, e isso contamina o homem."
(Mateus 15:18)

O que sai da boca de um homem são palavras — expressões de seus pensamentos e desejos. A fala de um homem frequentemente revela a verdadeira condição de seu coração. É o coração, não o sistema digestivo, a fonte da retidão.

"Porque a boca fala o de que está cheio o coração. O homem bom tira boas coisas do seu bom tesouro, e o homem mau tira más coisas do seu mau tesouro."
(Mateus 12:34b-35)

Jesus continuou explicando aos Seus discípulos o que flui do coração. Suas palavras ofereceram um vislumbre sóbrio da natureza corrupta da humanidade:

Pois, de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, as fornicações, os furtos, os homicídios, os adultérios, as avarezas, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba e a loucura.” (v.21-22).

Jesus disse isso para demonstrar que não são os elementos externos que corrompem uma pessoa ou a tornam impura. Pelo contrário, a nossa injustiça se origina de dentro, do nosso próprio coração. As ações e palavras que externalizamos são apenas a expressão visível do mal interior. A verdadeira fonte da depravação humana reside, portanto, no íntimo do coração.

Um homem é contaminado quando seu coração nutre maus pensamentos e/ou comete ações pecaminosas que brotam desses maus pensamentos.

Jesus explicou como o mal começa dentro de uma pessoa, originando—se em seu coração, e então progride através de seus pensamentos para suas ações externas. Jesus deu aos Seus discípulos exemplos de pensamentos e ações injustas. Observe como Ele não mencionou comida ou comer sem lavar as mãos.

Pois é de dentro, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos.

Mais uma vez, o mal sai do coração de uma pessoa e progride de dentro para fora. Começa no coração da pessoa e progride através de seus pensamentos malignos.

Pensamentos neste contexto são ideias, planos ou intenções.

Pensamentos malignos são ideias, planos ou intenções egoístas que buscam controlar outras pessoas. Pensamentos malignos vão contra os planos perfeitos e bons de Deus e buscam perturbar Sua harmonia e shalom (paz). Pensamentos malignos são malignos e injustos (desarmônicos) porque buscam destruir o que é perfeito e bom.

Jesus deu aos Seus discípulos exemplos de pensamentos injustos e maus. Jesus mencionou: fornicações, roubos, assassinatos e adultérios.

Fornicação é a relação sexual entre pessoas não casadas. Entretanto, neste contexto, Jesus a lista não como um ato externo, mas como um exemplo de pensamentos impuros. Ao classificá—la dessa forma, Ele estava dizendo que pensamentos sexuais por alguém com quem não se é casado são, em si mesmos, pecaminosos. Esses pensamentos lascivos se originam no coração — antecedendo e preparando o terreno para a ação exterior

Isto é semelhante ao que Jesus ensinou no Seu chamado “Sermão da Montanha”:

“Eu, porém, vos digo que todo o que põe seus olhos em uma mulher, para a cobiçar, já no seu coração adulterou com ela.”
(Mateus 5:28)

E são os pensamentos lascivos e malignos de uma pessoa sobre fornicações que a contaminam.

Jesus também menciona roubos como um exemplo de pensamentos malignos.

Furtos descrevem roubar de alguém. É tomar o que pertence a outra pessoa e, injustamente, torná—lo seu. Um dos dez mandamentos é "Não furtarás" (Êxodo 20:15).

Novamente, Jesus lista o roubo não como uma ação, mas como um pensamento maligno, para demonstrar como a ganância se origina no coração e contamina a pessoa. À medida que pensamentos de ganância (pensamentos de roubo) são alimentados, eles eventualmente procedem de dentro da pessoa até o ponto em que o roubo é praticado no mundo externo (exterior).

A contaminação de uma pessoa pela ganância funciona assim:

Alguém alimenta pensamentos maus como: "Eu desejo algo que não me pertence; isso deveria ser meu", a ponto de planejar o roubo e, por fim, tomar para si o que é alheio. Dessa forma, os pensamentos malignos de cobiça culminam em atos pecaminosos.

Da mesma forma, pensamentos malignos de assassinato funcionam da mesma forma e adultério também.

Além de ensinar sobre a contaminação dos maus pensamentos de luxúria e adultério (Mateus 5:27-28) em Seu chamado "Sermão da Montanha", Jesus também ensinou como a ira no coração de uma pessoa leva ao assassinato (Mateus 5:21-22). Seu ponto naquele sermão era que a verdadeira justiça (harmonia com Deus) flui de dentro para fora e não é meramente externa.

O ensinamento de Jesus de que o mal procede de dentro do coração de uma pessoa em direção às suas ações externas está alinhado com o que o Livro de Tiago diz sobre a tentação e o pecado.

“Mas cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz; então, a cobiça, havendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, sendo consumado, gera a morte.”
(Tiago 1:14-15)

Jesus também deu aos Seus discípulos exemplos de atos injustos.

Os atos de uma pessoa são suas ações e, nesse contexto, podem incluir suas palavras faladas.

Ações malignas procedem de maus pensamentos.

Atos de cobiça procedem de pensamentos malignos de roubo ou adultério.

Os atos de engano consistem em ações desonestas ou mentiras. Sua essência é a manipulação de outras pessoas para obter vantagens egoístas. Tais atos têm sua origem em pensamentos fraudulentos e movidos pelo interesse próprio.

Atos de sensualidade vêm de pensamentos malignos de luxúria. Os atos perversos de sensualidade vêm de pensamentos malignos de fornicação e adultério.

Atos de inveja e calúnia têm origem em pensamentos de ódio. Jesus ensinou que todo aquele que odeia seu irmão já o assassinou em seu coração. Esses pensamentos malignos frequentemente se manifestam como inveja e difamação. Por sua vez, os atos de inveja e calúnia reforçam esses mesmos pensamentos malignos, os quais costumam servir como autojustificativa para uma consciência corrompida que deseja, em seu íntimo, a ruína da pessoa odiada.

Outras ações perversas de orgulho e tolice procedem do coração orgulhoso e tolo de uma pessoa.

Essas são as coisas (pensamentos malignos que produzem ações perversas) que realmente contaminam uma pessoa.

Jesus resume Seu ensinamento sobre como o mal se origina no coração de uma pessoa e não em coisas externas (como comida) com esta declaração:

Todas essas más coisas procedem de dentro e contaminam o homem. (v. 23).

Observe como Ele não mencionou comida ou comer as mãos sem lavar — coisas que os fariseus e escribas ensinavam (e os discípulos acreditavam erroneamente) que contaminavam uma pessoa.

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