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Significado de Naum 2:8-10

Naum, agora, descreve as consequências do ataque do dispersor contra Nínive. A cidade ficaria desolada, fazendo com que os ninivitas sofressem dor e agonia.

Depois de instruir a Nínive para ficar em guarda e descrever o cerco e a captura da cidade (Naum 2:1-7), Naum descreve as consequências do ataque. Ele começa fazendo uma comparação: Embora Nínive fosse como uma poça de água ao longo de seus dias, agora eles fogem. A palavra traduzida como “poça” ["berēkhāh" em hebraico] refere-se a um reservatório ou a uma bacia (2 Samuel 2:13; 4:12Isaías 7:3; 22:9Neemias 2:14). Quando a barragem de um reservatório se rompia, a água fluía livremente. Da mesma forma, quando os soldados inimigos atacassem a cidade, as tropas assírias fugiram da cidade porque ela havia se tornado seca. Ainda que alguém (provavelmente os líderes do povo) gritasse: 'Pare, pare', ninguém volte atrás, a grande cidade de Nínive ficaria desolada.

Ao falar sobre a destruição de Nínive, Naum volta sua atenção aos invasores, buscando incentivá-los a marchar contra a cidade: Saqueiem a prata! Saqueiem o ouro! O verbo “saquear” ["bazaz" em hebraico] significava tomar algo pela força, isto é, apoderar-se. Ocorre com frequência em contextos militares, onde os conquistadores levam os bens dos conquistados. Os termos “prata” e “ouro” representavam os itens mais valiosos que atrairiam a atenção dos adversários de Nínive.

Naum encoraja os soldados inimigos de Nínive a tomarem a prata e ouro que Nínive provavelmente tenha trazido de outras nações. Sabemos que 300 talentos de prata e 30 talentos de ouro foram saqueados do templo em Jerusalém (2 Reis 18:14-16). Nínive havia se afastado por muito tempo de seu arrependimento após a advertência de Jonas (Jonas 3:4). Agora, o saque que Nínive tiraria deles o que eles haviam tirado dos outros.

Além da prata e do ouro, a cidade de Nínive possuía muitos outros bens. Não há limite para o tesouro que ela possuía. Ela havia saqueado bens preciosos à força de muitas nações, incluindo Israel. Além disso, ela havia forçado as nações súditas a pagar tributos anuais, o que era considerado uma forma de chantagem. Assim, ela tinha riqueza de todo tipo de objeto desejável. Agora, os inimigos de Nínive, particularmente os babilônicos e os medos, tirariam toda sua riqueza em um instante. A cidade perderia tudo porque "ganhos ilícitos não produzem lucro" (Provérbios 10:2).

O fato de a cidade de Nínive perder tudo é detalhado pela afirmação do profeta: Ela está esvaziada! Sim, ela está desolada e despojada! Esta declaração traduz três termos hebraicos semelhantes em som e significado: "Buqah umeBuqah umeBullaqah". Naum alonga cada palavra com uma sílaba adicional (consoante), construindo o ritmo como um crescendo em direção a um clímax dramático. O objetivo era intensificar a desolação da cidade. O jogo de palavras servia para captar a atenção dos ouvintes e reforçar a mensagem de julgamento. A questão é que Nínive seria completamente esvaziada assim como alguém esvazia o líquido de uma garrafa.

Na linha seguinte, Naum descreve o terror e o medo de Nínive enquanto experimentasse o ataque do inimigo: Corações estão derretendo e joelhos batendo! A palavra “coração” ("lēḇ" em hebraico) muitas vezes descreve a sede do intelecto, incluindo as intenções e o raciocínio (Gênesis 20:5  e Deuteronômio 4:20, respectivamente). Também descreve o núcleo do ser interior de uma pessoa ou a fonte de coragem (Levítico 26:36). Assim, quando o coração derrete, a pessoa se torna fraca (Josué 2:11) e, portanto, incapaz de lutar. Da mesma forma, “bater” ou tremer os joelhos refere-se a fraqueza ou medo. Quando os joelhos tremem, as pessoas não conseguem fugir. A ideia é que Nínive estaria fraca e desamparada no dia de sua queda. Seus soldados seriam impotentes diante de seus inimigos.

Como resultado do terrível ataque do inimigo a Nínive, a angústia está em todo o corpo. A palavra traduzida como angústia é "chalchālāh" em hebraico. Muitas vezes retrata as agonias de uma mulher em dores de parto (Isaías 21:3). O termo traduzido como “corpo” é "mātĕnayim" em hebraico. Significa "lombos", ou seja, a parte do corpo entre as costelas e os ossos do quadril. A Bíblia muitas vezes fala dos lombos como o centro da força física (Jó 40:16). Assim, quando os lombos dos ninivitas estivessem angustiados, toda sua força desapareceria, como uma mulher passando por dores de parto (Isaías 21:3; Provérbios 31:17). Além disso, todos os seus rostos estão pálidos diante de seus inimigos (Joel 2:6).

O rosto exibe toda a gama de sentimentos e emoções humanas. Quando alguém está em crise, seu rosto fica pálido. Por exemplo, o SENHOR declara que um dia abençoaria novamente a casa de Jacó. Naquele tempo, "Jacó não se envergonhará agora, nem seu rosto ficará pálido" (Isaías 29:22). Os ninivitas perderiam toda a sua felicidade. O terror e a agonia seriam seus companheiros no dia do juízo de Deus.

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