Add a bookmarkAdd and edit notesShare this commentary

Significado de Joel 2:4-11

O profeta descreve detalhes do exército que Deus usaria para realizar Seu julgamento sobre Judá, juntamente com uma descrição da devastação que ele traria consigo.

Esta seção descreve o exército que Deus usaria para julgar Seu povo do pacto. Segundo Joel, o exército seria grande, poderoso e único; eles se espalhariam sobre a terra de Judá "como o amanhecer se espalha sobre os montes" (v. 2). Joel afirma que sua aparência é como a aparência dos cavalos. Isso pode significar que o exército é feroz e numeroso, como a formação de cavalos na guerra. Isso pode indicar que grande parte do exército invasor estaria montado em cavalos.

No mundo antigo, os cavalos eram frequentemente usados para fins de guerra (Êxodo 14:9; 1 Reis. 4:26). Nos primeiros períodos do mundo, eles eram usados especialmente por reis e guerreiros, montados ou amarrados a carroças (Êxodo 14:9, 23). Os cavalos eram fundamentais na batalha devido à sua força e velocidade (Jeremias 12:5; Habacuque 1:8). Por serem essenciais para o sucesso no campo de batalha, tornaram-se um símbolo de poder militar e de segurança nacional (Salmos 20:7; 1 Reis 4:26). Nesta passagem, o profeta afirma que os membros do exército invasor correriam como cavalos de guerra para destruir Judá. Isso parece se referir à velocidade com que os invasores se moveriam para invadir e destruir.

Essa invasão seria feita em pouco tempo. Seria uma experiência aterrorizante para o povo de Deus, porque o exército chegaria a Judá rápida e poderosamente. Como os invasores correriam como cavalos de guerra, isso pode significar que o povo de Judá não teria tempo de fugir. Joel também diz que o exército invasor saltaria no topo das montanhas com o barulho de carruagens. A palavra traduzida como “montanhas” significa um lugar alto. Como essa invasão ocorreia em Judá, devemos imaginar as montanhas como colinas. Isso nos dá a idéia de que o exército subiria as colinas de repente, com uma vasta gama de soldados, gerando terror no coração de todos os que os vissem. Na medida em que o exército subisse pelas colinas, os cidadãos de Judá não apenas veriam os exércitos se aproximando, mas também os ouviriam. Joel descreve o som que acompanharia a aproximação do exército de algumas maneiras.

Primeiro, ele descreve o exército fazendo barulho de carruagens. Isso ocorre provavelmente porque o exército tinha muitas carruagens. Eles ouviriam o barulho e a marcha dos cavalos e dos aparatos das carruagens. Seria também como o crepitar de uma chama de fogo consumindo o restolho. O restolho da chama do fogo tende a estourar e rachar a madeira. Da mesma forma, os passos, as armas, o bater das botas dos soldados que se aproximavam iriam estourar e rachar ao povo, como o fogo faz com a madeira pouco antes de começar a devorá-la.

Os membros do exército marchavam como um povo poderoso organizado para a batalha. Eles estavam armados e se preparavam para atacar Judá. Diante deles, o povo está angustiado. A palavra “angústia” era frequentemente usada para uma mulher em trabalho de parto (Isaías 13:8; 54:1). É usada aqui para descrever a dor e o medo que o povo de Judá experimentaria quando o exército se aproximasse para destruí-los. O povo experimentaria o terror e o pânico. De fato, todos os rostos do povo de Judá ficariam pálidos de medo diante daquele poderoso exército. O povo de Judá estaria em crise. Eles estariam cheios de dor e agonia (Isaías 13:8).

O exército invasor derrotaria Judá porque eram poderosos. Eles correm como homens poderosos, escalam o muro como soldados. O termo hebraico traduzido como “homens poderosos” é "gibbôr". Refere-se a um valente, cuja força supera a força comum. Da mesma forma, o termo hebraico para “soldados” significa "homens de guerra" ou "guerreiros". Descreve aqueles que sabem usar as várias armas de guerra, como espadas, lanças, dardos, arcos e flechas em combate. A frase “escalar o muro como soldados” provavelmente se refira à capacidade dos invasores de sitiar as cidades muradas de Judá e invadir as defesas da cidade, talvez usando escadas e cordas.

O Antigo Testamento está cheio de homens poderosos, ou soldados, que estavam bem equipados para a batalha. Um exemplo é Golias, o campeão que representava os filisteus em sua luta contra Israel. No livro de 1 Samuel, lemos que Golias estava bem preparado para lutar contra Israel, mas o SENHOR o derrotou. Golias tinha um capacete de bronze na cabeça e vestia uma armadura pesando "cinco mil siclos de bronze" (1 Samuel 17:4-5). Ele também "tinha proteções de bronze nas pernas e um dardo de bronze entre os ombros" (v. 6). Da mesma forma, Joel nos diz que o exército invasor estaria bem equipado ao se dirigir a Judá para capturar a terra.

Segundo Joel, o exército era disciplinado e imparável. Cada um deles marcha na fila, não se desvia de seus caminhos. Eles eram bem organizados e marchavam com precisão. Eles não se aglomeram, o que significa que os soldados eram disciplinados e profissionais. Não havia sobreposição. Pelo contrário, marcham todos no seu caminho. Não se tratava de uma multidão se aproximando. Era um exército experiente, bem treinado, profissional.

Esse exército era bem treinado para a batalha: Quando rompem as defesas, não quebram fileiras. Eles mantinham a linha. Os invasores eram profissionais e realizariam o ataque de acordo com o plano. Não haveria quebra de fileiras antes de começarem a saquear. Os soldados materiam a disciplina e terminariam seu trabalho. Quando rompessem as defesas de Judá, correriam para a cidade. Uma vez que rompessem as defesas das cidades, eles sabiam exatamente o que fazer: Correm na parede, sobem nas casas e entram pelas janelas como um ladrão. Eles eram profissionais em todos os sentidos. Não haveria resistência. Os muros da cidade provavelmente tinham espaços para se caminhar, de onde os defensores podiam defender a cidade. Quando os invasores rompessem o muro, eles correriam para remover o muro dos defensores. Limpo o muro, os invasores entrariam na cidade e eliminariam a qualquer defesa restante, subindo nas casas, entrando pelas janelas como um ladrão.

Um ladrão invade uma casa de tal forma que não há resistência. Da mesma forma, os invasores entrariam rapidamente nas casas e muros de Judá, antes que uma defesa eficaz pudesse ser remontada. Eles superariam a todos os obstáculos e cumpririam sua missão. Eles não parariam até que a devastação estivesse completa.

Diante deles a terra treme, os céus tremem. Isso pode significar que o exército era tão poderoso que seria visto como uma perturbação cósmica. Também pode significar que o Senhor estava intervindo em favor dos inimigos de Judá, já que o SENHOR pronuncia Sua voz diante de Seu exército. O tremor do céu e da terra indica que o Senhor aumentaria o terror dos exércitos sobre o povo, trazendo distúrbios cósmicos como, por exemplo, esconder o sol, a lua e as estrelas. Isso também pode se referir à espessura das flechas e artilharia sendo impulsionadas contra os que estavam sendo invadidos. Elas eram tão espessas que bloqueariam a luz do sol e das estrelas.

Isso também poderia se referir a um futuro Dia do Senhor no final dos tempos, no qual uma série de perturbações cósmicas são previstas (Mateus 24:29-30; 2 Pedro 3:10Apocalipse 8). Pode ser que Jesus tenha citado Joel 2:10 nesta passagem de Mateus, que se refere a um futuro temporal no futuro:

"Mas, imediatamente após a tribulação daqueles dias O SOL ESCURECERÁ, E A LUA NÃO DARÁ SUA LUZ, E AS ESTRELAS CAIRÃO do céu, e os poderes dos céus serão abalados. E então o sinal do Filho do Homem aparecerá no céu, e então todas as tribos da terra hão de chorar, e verão o FILHO DO HOMEM VINDO SOBRE AS NUVENS DO CÉU com poder e grande glória" (Mateus 24:29-30).

Nesta passagem de Mateus, Jesus estava respondendo à segunda pergunta feita por Seus discípulos sobre qual seria o sinal de Sua vinda. Neste caso, o exército invasor é liderado por Jesus e Ele invadirá a terra para julgar o pecado e purificá-lo da injustiça. Deus estava prestes a usar o exército injusto da Babilônia como instrumento de julgamento sobre Judá. Isso parece ser um retrato do julgamento futuro, no qual Jesus invadirá a terra com seus exércitos celestiais para julgar a terra do pecado.

Este exército invasor será especial, porque terá o SENHOR como seu Comandante-em-Chefe supremo. Isso é verdade tanto para o exército babilônico, que Deus usaria como Seu instrumento, quanto para o exército celestial que Jesus conduzirá ao retornar à Terra (Apocalipse 19:11-21).

Se considerarmos o espanto quanto ao poder do exército, ou os fenômenos naturais, como o terremoto, o tremor dos céus, o escurecimento da lua, tudo foi divinamente ordenado. O SENHOR pronuncia Sua voz diante de Seu exército. Quando Ele pronuncia  Seu estrondoso grito de guerra, ninguém pode resistir a Ele (Salmo 18:13). Até o cosmos é perturbado por Sua voz. Com certeza o acampamento dele é muito grande. Pois forte é aquele que cumpre a Sua palavra. O pronome “ele” se refere ao exército vindouro, retratado no capítulo 1 como a praga de gafanhotos. Os soldados invasores marchariam ao comando de Deus. Eles fariam exatamente o que Deus lhes ordenara que fizessem. E pelo fato de Deus estar à frente do exército, a invasão constituiria o dia do Senhor, o tempo em que Ele interviria nos assuntos de Judá para julgar a seus atos perversos. Haveria outros dias de juízo, culminando no último Dia do Senhor no final dos tempos (2 Pedro 3:10).

Portanto, o profeta faz uma pergunta retórica: O dia do SENHOR é realmente grande e muito impressionante, quem pode suportá-lo? A resposta tácita para a pergunta é "Ninguém". Ninguém pode suportar ou escapar do julgamento de Deus. Como ninguém consegue escapar do julgamento de Deus, Joel emite um chamado para se "tocar uma trombeta em Sião e soar um alarme" no monte santo de Deus, a fim de alertar a toda a nação sobre sua inevitável e iminente desgraça.

Select Language
AaSelect font sizeDark ModeSet to dark mode
Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência de navegação e fornecer conteúdo personalizado. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso de cookies conforme descrito em nossa Política de privacidade.