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Significado de Números 5:23-28

Esta porção contêm atividades adicionais que precisavam acontecer antes de a mulher beber a água.

Depois que a mulher suspeita de adultério aceitava a declaração de maldição proferida pelo sacerdote (nos versículos 21-22), o sacerdote era instruído a fazer o seguinte:

  • Escrever as maldições em um pergaminho (v. 23). O "pergaminho" continha as maldições que se aplicariam a qualquer mulher que fosse culpada.
    • Pode ser que Jesus tivesse isso em mente enquanto escrevia na terra depois que a mulher adúltera foi trazida a Ele, registrando as maldições da lei (João 8:6). Assim como as palavras escritas na terra logo seriam apagadas, o perdão de Jesus eliminaria os pecados da mulher.
  • Lavar a tinta das palavras com a água da amargura. A imagem é que a tinta usada para se escrever as maldições no pergaminho era lavada e colocada em um pote juntamente com a "água da amargura".
  • Fazer a mulher beber a água da amargura, que trazia a maldição, para que a água que trazia a maldição entrasse nela e causasse amargura (v. 24). A mulher não só ouvia as acusações, mas tinha que internalizá-las. Simbolicamente, as maldições se tornariam parte de seu corpo. Se ela fosse culpada, as "maldições" seriam ativadas em seu corpo.

Quando Moisés quebrou as tábuas nas quais os Dez Mandamentos haviam sido escritos, destruindo e pulverizando o bezerro de ouro, ele o misturou na água e fez o povo beber. Era como a cerimônia dos ciúmes, onde Deus criava consequências para a infidelidade, mas também a oportunidade de restauração da comunhão entre Ele, como marido de Israel, e Israel como Sua esposa (Êxodo 32:20).

A parte seguinte do processo era a entrega de uma oferta ao Senhor. Aqui, o sacerdote tomava a oferta de grãos de ciúme das mãos da mulher e acenaria a oferta de grãos diante do Senhor e a levaria ao altar (v. 25). Além de apresentar a oferta, o sacerdote tomava um punhado da oferta de grãos como oferta memorial e a oferecia em fumaça no altar (v. 26).

Em seguida, o sacerdote fazia a mulher beber a água. Isso indicava que a oferta de grãos deveria ser oferecida primeiro e depois a mulher deveria beber a água.

Os versículos 27 e 28 repetem o que havia sido dito anteriormente no versículo 23. Afirmava-se novamente que, tendo feito que ela bebesse a água, se for contaminada e tiver cometido uma transgressão contra seu marido, a água que traz consigo a maldição entrará nela, tornar-se-á amarga, inchará o seu ventre e consumirá a sua coxa (v. 27). Se a mulher fosse culpada, a água causaria uma reação física severa.

O SENHOR faria com que a água interagisse com seu corpo de modo a tornar óbvio que ela era culpada de adultério. Observe também que a pena capital não estava envolvida nesta situação, pois isso ocorria apenas quando ambos os parceiros adúlteros eram pegos (Levítico 20:10).

O outro resultado é descrito no versículo 28: Se a mulher não for contaminada, porém for limpa, então, será livre e conceberá filhos (v. 28). Se a mulher fosse inocente, não haveria consequência alguma.

Esta cerimônia reflete vários princípios encontrados em todas as Escrituras. Uma delas, não mencionada anteriormente, é trazer nossas dificuldades diante do Senhor. Neste caso, Deus assume responsabilidade pela suspeita. Ao submeter-se a essa cerimônia, o marido abria mão de qualquer direito que pudesse reivindicar para julgar sua esposa. Ele deveria se liberar da amargura e permitir que Deus lidasse com a situação. Este princípio pode ser visto em toda a Escritura, como no versículo do Novo Testamento que diz aos crentes:

"...lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós" (1 Pedro 5:7).

É também uma maneira de exercitar o princípio central da oração do Senhor, que é perdoar aos outros como Deus nos perdoa (ver comentário sobre Mateus 6:9-15). Ao criar esta provisão, Deus fornece uma maneira para um casal em dificuldades permitir que o perdão de Deus cure seu casamento.

No entanto, perdoar aos outros significa tirar o julgamento das nossas mãos e deixá-lo nas mãos de Deus. Deus deixa claro que Ele julgará ao pecado. Deus julgou todos os pecados do mundo em Cristo na cruz, tornando possível para qualquer um que receba o dom gratuito da graça de Deus tornar-se filho de Deus (João 3:14-16; Efésios 2:8-9). No entanto, mesmo que a morte de Jesus na cruz restaure nossa comunhão com Deus, o pecado ainda traz consequências. Ainda podemos morrer por causa do pecado. Todo aquele que pecar experimentará a consequência do pecado. A consequência do pecado sempre inclui alguma forma de morte (Romanos 6:23). A morte significa separação. Neste caso, se a mulher fosse culpada, ela seria separada de seu desejo de gerar filhos. No entanto, o casal deveria deixar isso nas mãos de Deus. O marido deveria entregar seu julgamento a Deus e a mulher deveria confiar que Deus seria justo com ela.

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