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Significado de Números 5:23-28
Depois que a mulher suspeita de adultério aceitava a declaração de maldição proferida pelo sacerdote (nos versículos 21-22), o sacerdote era instruído a fazer o seguinte:
Quando Moisés quebrou as tábuas nas quais os Dez Mandamentos haviam sido escritos, destruindo e pulverizando o bezerro de ouro, ele o misturou na água e fez o povo beber. Era como a cerimônia dos ciúmes, onde Deus criava consequências para a infidelidade, mas também a oportunidade de restauração da comunhão entre Ele, como marido de Israel, e Israel como Sua esposa (Êxodo 32:20).
A parte seguinte do processo era a entrega de uma oferta ao Senhor. Aqui, o sacerdote tomava a oferta de grãos de ciúme das mãos da mulher e acenaria a oferta de grãos diante do Senhor e a levaria ao altar (v. 25). Além de apresentar a oferta, o sacerdote tomava um punhado da oferta de grãos como oferta memorial e a oferecia em fumaça no altar (v. 26).
Em seguida, o sacerdote fazia a mulher beber a água. Isso indicava que a oferta de grãos deveria ser oferecida primeiro e depois a mulher deveria beber a água.
Os versículos 27 e 28 repetem o que havia sido dito anteriormente no versículo 23. Afirmava-se novamente que, tendo feito que ela bebesse a água, se for contaminada e tiver cometido uma transgressão contra seu marido, a água que traz consigo a maldição entrará nela, tornar-se-á amarga, inchará o seu ventre e consumirá a sua coxa (v. 27). Se a mulher fosse culpada, a água causaria uma reação física severa.
O SENHOR faria com que a água interagisse com seu corpo de modo a tornar óbvio que ela era culpada de adultério. Observe também que a pena capital não estava envolvida nesta situação, pois isso ocorria apenas quando ambos os parceiros adúlteros eram pegos (Levítico 20:10).
O outro resultado é descrito no versículo 28: Se a mulher não for contaminada, porém for limpa, então, será livre e conceberá filhos (v. 28). Se a mulher fosse inocente, não haveria consequência alguma.
Esta cerimônia reflete vários princípios encontrados em todas as Escrituras. Uma delas, não mencionada anteriormente, é trazer nossas dificuldades diante do Senhor. Neste caso, Deus assume responsabilidade pela suspeita. Ao submeter-se a essa cerimônia, o marido abria mão de qualquer direito que pudesse reivindicar para julgar sua esposa. Ele deveria se liberar da amargura e permitir que Deus lidasse com a situação. Este princípio pode ser visto em toda a Escritura, como no versículo do Novo Testamento que diz aos crentes:
"...lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós" (1 Pedro 5:7).
É também uma maneira de exercitar o princípio central da oração do Senhor, que é perdoar aos outros como Deus nos perdoa (ver comentário sobre Mateus 6:9-15). Ao criar esta provisão, Deus fornece uma maneira para um casal em dificuldades permitir que o perdão de Deus cure seu casamento.
No entanto, perdoar aos outros significa tirar o julgamento das nossas mãos e deixá-lo nas mãos de Deus. Deus deixa claro que Ele julgará ao pecado. Deus julgou todos os pecados do mundo em Cristo na cruz, tornando possível para qualquer um que receba o dom gratuito da graça de Deus tornar-se filho de Deus (João 3:14-16; Efésios 2:8-9). No entanto, mesmo que a morte de Jesus na cruz restaure nossa comunhão com Deus, o pecado ainda traz consequências. Ainda podemos morrer por causa do pecado. Todo aquele que pecar experimentará a consequência do pecado. A consequência do pecado sempre inclui alguma forma de morte (Romanos 6:23). A morte significa separação. Neste caso, se a mulher fosse culpada, ela seria separada de seu desejo de gerar filhos. No entanto, o casal deveria deixar isso nas mãos de Deus. O marido deveria entregar seu julgamento a Deus e a mulher deveria confiar que Deus seria justo com ela.