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Significado de Filipenses 1:18b-21

Paulo se alegra mesmo estando preso, ainda que algumas pessoas estivessem pregando o Evangelho por razões egoístas. Ele via suas circunstâncias como positivas, porque elas o encorajavam a continuar pregando Cristo com todas as suas forças. Fosse executado ou libertado, ele exaltaria a Cristo e não abandonaria seu chamado. Se vivesse, Paulo continuaria a pregar a Cristo. Se morresse, ele estaria com Cristo na glória. Qualquer circunstância era favorável.

Paulo aponta aos que pregavam o Evangelho enquanto ele estava preso, observando que alguns o faziam por ambição egoísta, enquanto outros o faziam por amor. Porém, o apóstolo afirma que simplesmente se alegrava com o fato de o Evangelho estar sendo anunciado. Ele repete: Eu me alegrarei. Paulo apresenta o motivo de seu regozijo, dizendo: Porque sei que isso resultará em minha salvação. A palavra traduzida como “salvação” é a palavra grega "soteria". Como sempre acontece com a palavra "salvo" ou "salvação", o contexto responde à pergunta: "Quem/o que está sendo livre de quem ou do quê?" Paulo poderia estar falando aqui sobre ser liberto da prisão. Porém, isso parece não se encaixar no contexto geral.

Parece mais provável que na segunda declaração de regozijo - Eu me regozigarei - Paulo estivesse mudando de assunto e abordando um novo motivo de regozijo. Paulo não apenas se alegra porque a missão do Evangelho estava sendo cumprida por outras pessoas (independentemente de seus motivos); Paulo, agora, se alegra que sua salvação viria por meio de suas orações e da provisão do Espírito de Jesus Cristo, de acordo com minha sincera expectativa e esperança. A lógica de Paulo parece conectar sua angústia nas mãos dos pregadores concorrentes às orações oferecidas em seu favor pelos crentes em Filipos. Paulo está dizendo que acredita que sua salvação viria através de suas orações, de acordo com sua sincera expectativa e esperança.

Naturalmente, podemos pensar que a principal preocupação de Paulo com a salvação fosse ser liberto da prisão. No entanto, não parece ser esse o caso aqui. Pelo contrário, o desejo de Paulo era não ser envergonhado em nada, mas que, com toda ousadia, Cristo ainda agora, como sempre, seja exaltado em meu corpo, seja pela vida ou pela morte. Paulo desejava ser liberto/salvo da vergonha de fugir de sua mordomia do Evangelho. Paulo desejava ter ousadia. Ele desejava que Cristo, ainda agora, como sempre, fosse exaltado em meu corpo. Este é um tema comum nas cartas de Paulo. Outro exemplo está em 1 Coríntios 9, onde Paulo descreve os grandes esforços que envidou para alcançar o grande prêmio da vida, servindo voluntariamente a Jesus com todas as suas forças, submetendo seu corpo como um atleta olímpico faz durante seu treinamento. Paulo desejava ter ousadia em seu testemunho e que Cristo fosse exaltado em seu corpo. A frase “exaltado em meu corpo” provavelmente se refere a toda a amplitude da vida e obra de Paulo.

Isso nos mostra uma excelente perspectiva interior do apóstolo Paulo. Ele estava preso. Ele não sabia se o imperador Nero o libertaria ou o condenaria à morte. Mesmo assim, Paulo estava preocupado em fugir de seu chamado ministerial. Ele desejava que as orações o ajudassem a livrá-lo de fazer qualquer coisa para seu próprio conforto, ou permitir que qualquer coisa o atrapalhasse, para que pudesse se entregar integralmente  à obediência de Cristo, incluindo seu próprio corpo, referindo-se ao martírio, caso Deus assim desejasse (eventualmente, esta seria sua sorte).

Paulo resume assim sua atitude: Pois para mim, o viver é Cristo e morrer é ganho. Paulo tem toda a ousadia por uma razão muito prática: ele vê a morte como ganho. Se morrer, ele vai para a presença de Cristo, confiando plenamente que as recompensas de todo seu serviço o aguardavam lá, como o depósito de um tesouro (2 Timóteo 1:12). Temer a que quando o morrer é ganho? A palavra “ganho” também pode ser traduzida como "lucro" ou "vantagem". Paulo aparentemente tinha recebido uma prévia do céu, um gostinho de como seria. Embora não tenha recebido permissão para falar sobre isso, havia sido algo suficientemente convincente quanto à sua "promoção" substancial de morrer e ir para o Céu (2 Coríntios 12:2-5).

Por outro lado, a perspectiva de Paulo era a de que viver é Cristo. Enquanto estava nesta terra, tudo o que valia a pena viver era servir a Jesus. Isso somente é razoável quando escolhemos a perspectiva escolhida por Paulo. O apóstolo observa que qualquer coisa que possa ser obtida neste mundo é algo passageiro e não traz a verdadeira realização. A pessoa mais rica e poderosa do mundo naquela época era o imperador romano. Por conta de acusações feitas contra vários deles, treze imperadores haviam sido assassinados pela guarda pretoriana designada para protegê-los.

Paulo, o prisioneiro, estava alegre e feliz pela oportunidade de servir a Jesus, sabendo que sua morte seria uma promoção para um tesouro eterno. Paulo estava em prisão domiciliar, esperando para falar com o imperador Nero, na época o homem mais rico e poderoso da terra. É uma grande ironia e validação da atitude de Paulo que Nero, mais tarde, tenha cometido suicídio para evitar ser açoitado até a morte, depois de ser declarado um inimigo público, enquanto Paulo seria venerado ao longo das gerações e estudado por seu grande trabalho pelo Evangelho.

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