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Significado de Filipenses 1:27-30
Paulo admoesta os crentes de Filipos a se conduzirem de maneira digna do Evangelho de Cristo. Paulo lhes dirá no capítulo 2 como alcançar isso, tendo a mesma mentalidade que Jesus Cristo escolheu ter ao deixar o céu para vir à terra.
Paulo deixa claro seu amor pelos crentes em Filipos. Eles haviam participado com ele como parceiros no Evangelho, tanto por meio de seu próprio testemunho quanto apoiando financeiramente a Paulo. Paulo acreditava que a melhor coisa que poderia fazer pelas pessoas a quem amava era exortá-los a viver suas vidas para o propósito para o qual haviam sido criados. A maneira de realizar isso é conduzir suas vidas de maneira digna do Evangelho de Cristo. Jesus fornece uma fórmula para cada crente andar em autogoverno: amando e servindo ao próximo. Ao fazê-lo, encontramos nosso chamado mais completo.
Esta admoestação deixa claro que os crentes podem acabar fazendo escolhas que não são dignas do Evangelho de Cristo. Embora Deus aceite plenamente aqueles que crêem em Jesus (João 3:14-16) e este seja um dom gratuito, concedido pela graça e recebido pela fé (Efésios 2:8-9), nossas escolhas têm consequências reais. Cada uma de nossas escolhas gera resultados e esses resultados dão frutos nesta vida, bem como na vida futura. Os frutos podem ser podres ou podem ser dignos do Evangelho, como o fruto do Espírito (Gálatas 5:19-23). As obras dos crentes serão julgadas no fogo do juízo e as obras dignas do Evangelho serão como ouro, prata e pedras preciosas refinadas no fogo (1 Coríntios 3:11-17). Essas ações valiosas receberão grandes recompensas.
O desejo de Paulo àqueles a quem amava era: Quer eu venha vê-los ou permaneça ausente, ouvirei que estais firmes em um só espírito, com uma só mente, lutando juntos pela fé do Evangelho. Paulo acreditava que seria liberto e os veria outra vez. Porém, ele não sabia ao certo. Assim, Paulo afirma que, quer fosse vê-los ou permanecesse ausente de sua presença, ele tinha o mesmo desejo por eles: ouvir que os crentes em Filipos estavam firmes em um só espírito.
A essência da justiça ocorre quando todos os membros de um corpo operam em harmonia, em unidade de propósito. Os soldados romanos aposentados em Filipos podem ter tido uma ideia do que significava permanecer firmes desde seus dias como soldados, firmes na formação, inflexíveis na luta. A unidade era o que tornava o exército romano tão forte. Paulo desejava essa mesma unidade a seus discípulos. Para lutar e vencer batalhas, os soldados devem compartilhar e executar o plano de batalha. Paulo desejava que os crentes em Filipos fossem unânimes. Ao terem uma só mente, eles estariam completamente unificados em perspectiva e atitude. Paulo nos dirá no capítulo 2 qual deveria ser essa atitude.
Vencer uma batalha requer grande esforço. Paulo desejava que os crentes em Filipos lutassem juntos pela fé do Evangelho. Paulo pode ter em mente o passado militar de muitos dos crentes de Filipos ao expressar sua esperança de que eles se esforçassem. Em seu grande esforço pelo Evangelho, eles não deveriam ficar, de forma alguma, alarmados com seus oponentes. Os crentes em Filipos sofriam muita oposição, assim como todas as igrejas e crentes daquela época. O Cristianismo foi perseguido e considerado ilegal em muitos lugares. A esperança de Paulo era a de que, quando os filipenses enfrentassem seus adversários, eles não ficassem alarmados. Ao dizer “de forma alguma”, Paulo parecia esperar que os crentes em Filipos não fossem afetados em nada pela oposição.
Paulo explica a perspectiva que eles deveriam adotar, algo que faria com que eles não ficassem, de forma alguma, alarmados com a oposição. Essa oposição era um sinal de destruição para seus opositores. O Evangelho prevaleceria. Aqueles que se opunham a ele deveriam tomar sua oposição como sinal de que seriam destruídos. Quando Jesus voltar para julgar o mundo, todo mal será destruído. Até a morte e o Hades serão lançados no lago de fogo (2 Pedro 3:7; Apocalipse 20:14). No entanto, essa mesma oposição era sinal de salvação aos crentes em Filipos. A Escritura promete que, ao resistirmos ao diabo, ele fugirá de nós (Tiago 4:7; 1 Pedro 5:5). Quando os crentes resistem, andando em obediência radical, este é um sinal de destruição para as obras de Satanás.
A palavra traduzida como “salvação” é "soteria", significando "algo sendo liberto de algo". No versículo 19 o termo foi traduzido como "libertação". O contexto determina o que está sendo salvo do quê. Neste contexto, os crentes em Filipos estavam sendo libertos de viver uma vida confortável, perdendo, assim, grandes recompensas por sua fidelidade. Ao lutarem juntos pela fé no Evangelho, enquanto corajosamente resistem a seus oponentes, os filipenses seriam salvos, ou libertos, de desperdiçarem as maiores oportunidades na vida.
Paulo continua dizendo que salvação vinha de Deus e que foi concedido não apenas crer Nele. Crer em Jesus resulta em sermos salvos do inferno para o Céu, da morte para a vida, da morte espiritual para o renascimento espiritual (João 3:14-16). No entanto, além de sermos salvos da morte espiritual, Deus deseja nos salvar de desperdiçarmos as oportunidades nesta vida, incluindo o sofrimento por Sua causa. Assim, Paulo exorta a seus filhos e parceiros na fé para que vejam seus oponentes como uma bênção. Não apenas eles não deveriam temê-los, mas deveriam olhar para eles como uma oportunidade de sofrer por causa de Cristo. Com isso, eles seriam salvos da complacência e teriam o grande privilégio de seguir ao exemplo de Jesus, algo sobre o qual Paulo vai elaborar em breve.
O texto diz que esta concessão de sofrerem pela causa lhes havia sido concedida por causa de Cristo. O sofrimento pelo Evangelho era o mesmo conflito que eles viam em Paulo. Os filipenses sabiam que o apóstolo estava em prisão domiciliar em Roma por causa do Evangelho.
Podemos observar algumas outras passagens escritas por Paulo para obtermos uma visão sobre o motivo de o apóstolo falar sobre o sofrimento por causa de Cristo como um grande benefício e por que sua oportunidade de sofrer como Cristo lhe havia sido concedida não apenas para seu benefício, mas por causa de Cristo.
Em Romanos, Paulo escreve que todos os crentes têm a Deus como herança. É algo que nos foi dado incondicionalmente. Porém, a recompensa de serem coerdeiros com Cristo era dada apenas àqueles que sofressem como Ele sofreu:
"O próprio Espírito testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus, e se filhos, herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo, se de fato sofremos com Ele para que também sejamos glorificados com Ele" (Romanos 8:16-17).
Esta passagem de Romanos deixa claro que Deus é a herança incondicional a todos os crentes. Deus é nossa herança, independentemente da nossa fidelidade, porque os crentes nascem em Sua família pelo Espírito e fazem parte do Corpo de Cristo. Porém, a posição de "coerdeiro com Cristo" está condicionada ao sofrimento de Cristo. Experimentar a mesma recompensa que Jesus recebeu nos é apresentado como a maior das bênçãos. Qualquer coisa que atrapalhe o recebimento dessa bênção é um grande empecilho. Paulo via a oposição que os filipenses sofriam como uma grande oportunidade, algo que lhes permitia sofrer como Jesus havia sofrido.
O livro de Hebreus (possivelmente escrito por Paulo) afirma que Jesus deseja trazer muitos para a glória de reinar sobre a terra juntamente com Ele (Hebreus 2:10). Em Apocalipse, Jesus exorta aos crentes a vencer como Ele venceu, para que possam receber a mesma recompensa que Ele recebeu, ou seja, compartilhar o trono e reinar com Ele (Apocalipse 3:21). Parece que, para Jesus, mais é melhor; Jesus deseja que o maior número possível de crentes aprenda a servir para que sejam elevados e se tornem grandes (Mateus 20:27).
Em nossa era de confortos e conveniências com as quais os antigos não poderiam sequer sonhar, talvez seja estranho pensarmos na necessidade de obtermos "salvação" dos confortos e, assim, perdermos os sofrimentos de Cristo. No entanto, se adotarmos a mentalidade de Paulo, faz todo o sentido vê-la dessa forma. Em 3:8, Paulo dirá que "sofreu a perda de todas as coisas" por causa de Cristo, que as considera como "lixo". Ninguém chora pela perda de lixo. Tirar o lixo significa remover um empecilho. Paulo via todo seu conforto físico, bens materiais, reputação mundana, credenciais e tudo o mais que lhe havia sido tirado por conta de seu testemunho. Tais confortos são obstáculos para a obtenção dos benefícios do testemunho fiel, sobre o qual Paulo falará em breve. Esta grande conquista é a recompensa pelo serviço fiel concedida por Jesus a todos os que sofrerem perdas por Sua causa.