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Significado de Romanos 10:6-8
Aqui, Paulo recorre a outro livro da Lei para apresentar a imagem da verdadeira justiça, a justiça baseada na fé (v. 6). Usando Levítico 18, Paulo demonstra que a justiça da lei falha em produzir a justiça, ou seja, uma vida de harmonia com os bons desígnios de Deus. Não importa a quantas regras seguimos e quantas brechas fechemos: a Lei não altera o coração humano; portanto, ela não consegue produzir a verdadeira justiça. Paulo cita Deuteronômio 30 para mostrar uma imagem da justiça pela fé.
Em Deuteronômio 30, Moisés estava perto de sua morte e apresenta a Lei à segunda geração de israelitas pouco antes de entrarem na Terra Prometida. A primeira geração de israelitas, que havia sido extremamente rebelde, havia morrido após 40 anos vagando pelo deserto (Deuteronômio 2:16). (Para mais informação, leia nosso Comentário de Deuteronômio 2:16-23). Provavelmente isso fizesse parte da idéia de que as regras do livro de Levítico dadas à primeira geração não haviam mudado o coração de Israel; embora permanecessem como eleitos de Deus, eles não receberam a recompensa da herança da Terra Prometida.
Assim, agora, em Deuteronômio 30:11-20, Moisés diz aos israelitas que o caminho para alcançarem as bênçãos de Deus não era difícil de entender. Era algo bastante simples (Deuteronômio 30:11): "Porque este mandamento que eu hoje te ordeno não é demasiado difícil para ti, nem está longe de ti". Eles não precisavam subir ao céu para alcançar uma revelação divina e entender como serem abençoados (Deuteronômio 30:12). Por que? Porque era algo simples; nenhuma explicação celestial era necessária.
Mas a justiça que vem da fé diz assim: Não digas no teu coração: Quem subirá ao céu (isto é, para trazer do alto a Cristo)? Ou: Quem descerá ao abismo (isto é, para fazer subir a Cristo dentre os mortos)? (v. 6,7).
Na passagem original do Deuteronômio, Moisés diz ao povo que eles não precisavam de um missionário ou um especialista para ir "além mar" para explicar as coisas (Deuteronômio 30:13). Por que? Porque era algo simples, sem a necessidade de explicação de especialistas.
O que eles precisavam? Ouvir a palavra no coração deles, ouvir a palavra, falar a palavra e obedecer à palavra (Deuteronômio 30:14).
Embora Paulo tneha citado Deuteronômio 30:12-14, ele aplica cada versículo a Cristo entre parênteses. A fim de encontrar a verdadeira justiça, a justiça da fé, não precisamos fazer com que Jesus desça do céu novamente para nos explicar nada (“isto é, para trazer do alto a Cristo). E não precisamos fazer com que Jesus apareça sobre o mar, o abismo da morte, e volte à vida para nos explicar nada (“isto é, para fazer subir a Cristo dentre os mortos”). Por que? Porque é algo simples. É apenas uma questão de fé.
Temos a palavra da pregação do Evangelho em nossos corações. “Mas que diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração, isto é, a palavra da fé, que pregamos” (v. 8). Para alcançarmos a verdadeira justiça, simplesmente precisamos ouvir, falar ou pensar nessa palavra e fazer uso da palavra da fé à qual Paulo pregava.
A palavra é o Evangelho da graça, o verdadeiro Evangelho que Paulo pregava. O Evangelho da graça era o caminho para a verdadeira justiça, não a Lei pregada pelos caluniadores de Paulo.
É importante lembrar todo o contexto de Romanos. Paulo estava registgrando uma defesa do Evangelho contra a calúnia das autoridades judaicas (Romanos 3:8). Esta carta aos crentes romanos também ajudaria aos parceiros de ministério de Paulo, Áquila e Priscila, que hospedavam uma igreja em sua casa em Roma, a contra-atacar os argumentos das autoridades judaicas (Romanos 16:3; Atos 18:2, 18, 26). Esses homens afirmavam que o Evangelho da graça pregado p or Paulo era um Evangelho que encorajava a injustiça. Eles afirmavam ser necessário seguir a Lei para se alcançar a justiça.
Aquelas autoridades se opunham aos ensinamentos de Paulo. O apóstolo ensinava que os crentes eram feitos justos aos olhos de Deus unicamente por meio da fé na obra acabada de Jesus. Os opositores essencialmente afirmavam: "Paulo deixa de lado a Lei; assim, ele ensina que precisamos pecar". Na verdade, eles afirmavam que Paulo ensinava que as pessoas deveriam "fazer o mal para que o bem viesse"; ou seja, quanto mais eles pecassem, mais Deus mostraria a Sua graça (Romanos 3:8). Paulo chama tal acusação de "caluniosa".
Nos capítulos 1-8, Paulo defende vigorosamente o Evangelho da graça. Ele demonstra que, embora a graça de Deus cubra completamente os crentes quando eles pecam, é do seu melhor interesse evitar o pecado. O pecado pode parecer bom aos olhos mundanos, mas se for visto com os olhos da fé, veremos que ele apenas traz morte, escravidão e condenação terrena. O Evangelho nos concede o poder para nos libertar e nos salvar do pecado e suas consequências (Romanos 6:21-23).
Além disso, o pecado leva à perda das recompensas futuras. "Quem deseja isso?" Paulo pergunta, esperando que a resposta dos crentes romanos, cuja fé era "anunciada em todo o mundo" (Romanos 1:8) fosse: "Nós, não!"
Paulo já havia demonstrado que o argumento das autoridades judaicas entrava em conflito com as Escrituras. A justiça de Abraão foi adquirida fora da lei e separada da circuncisão (Romanos 4:1-4). O rei Davi escreveu nos Salmos que a justiça vem através da fé (Romanos 4:5-8). Agora, o apóstolo conclui sua defesa contra a calúnia de seus oponentes com um argumento do próprio legislador, Moisés. A Lei de Moisés demonstrava que a justiça vinha pela fé, não pela adesão a ela.
Deuteronômio 30 termina com um convite de Moisés: "Escolhe a vida, para que vivas" (Deuteronômio 30:19). A vida e a bênção vêm quando amamos a Deus (Deuteronômio 30:16, 20). Amar a Deus é uma questão de obediência a partir do coração. Moisés exortou Israel a amar ao Senhor e andar em Seus caminhos para que pudessem encontrar sucesso e prosperidade na Terra Prometida (Deuteronômio 30:16).
Paulo traz o mesmo argumento. Deus jamais havia renegado ao Israel desobediente. Embora os israelitas não tivessem herdado a bênção da Terra Prometida, eles foram cuidados por Deus. Ao longo de 40 anos vagando pelo deserto, Deus os alimentou, protegeu e manteve suas roupas intactas. A filiação à família de Deus é uma herança incondicional. Porém, o recebimento da herança de Cristo requer a mesma obediência que Jesus demonstrou através do Seu sofrimento pela fé (Romanos 8:17b).
Se quisermos ser encontrados justos, devemos fazer o que já sabemos: devemos seguir à orientação da palavra em nosso coração. E, uma vez que os crentes têm o Espírito de Jesus habitando em seu interior, podemos dizer que a justiça vem através da obediência à Palavra. O Espírito sempre irá nos liderar. Quando andamos no Espírito, andamos em obediência e amamos a Deus. Quando andamos na obediência da fé, cumprimos a lei, pois a lei foi dada para nos instruir sobre como amar a Deus, que é o primeiro e maior de todos os mandamentos (Romanos 8:4).