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Significado de Romanos 6:15-16

Paulo descarta a falsa noção de endossar a vida pecaminosa entre os cristãos. Deus sempre perdoará aos nossos pecados. Sua graça é sempre mais abundante. Ainda que Deus sempre perdoe aos nossos pecados, não devemos considerar isso como uma forma de justificar os pecados, porque há consequências terríveis para a vida pecaminosa.

Paulo, agora, aborda mais uma alegação caluniosa, uma dentre muitas. Ao longo de sua carta aos romanos, ele responde sistematicamente a todos os aspectos das calúnias das autoridades judaicas em Roma. Ele simultaneamente encoraja e ensina os crentes romanos a viverem em harmonia e obediência a Deus, ao mesmo tempo em que refuta a calúnia e a confusão espalhadas por seus oponentes em relação à lei, ao pecado e à graça. É vital que Paulo traga aos cristãos romanos clareza sobre a verdade de como deveriam viver; se seguissem aos ensinamentos das autoridades judaicas, ele deixariam de viver sob a graça de Deus e cairiam no legalismo. Dada a influência de Roma no mundo da época, isso também poderia envenenar o restante do mundo romano.

A pergunta de Paulo: “Pois que?” (v 15) prevê como alguém distorceria o que ele acabara de dizer no versículo 14: "Porque o pecado não terá domínio sobre vós; visto que não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça". Paulo sabe exatamente como as autoridades judaicas em Roma reagiriam à sua afirmação de que os cristãos estvam sob a graça, não sob a lei, dizendo: “Havemos de pecar, porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça?(v. 15). Em outras palavras, eles estavam dizendo: "Ok, Paulo, você está ensinando que podemos pecar e fazer o que quisermos, que não precisamos mais obedecer a lei alguma. Deus nos dará graça, não importa o que façamos e isso é bom porque glorifica a Deus. Assim, precisamos pecar mais para que alcancemos uma porção maior de graça". Esta é a calúnia contra a qual Paulo estava se defendendo, buscando proteger seu ministério (Romanos 3:8). Tal defesa também ajudaria a seus parceiros de ministério, Áquila e Priscila, que hospedavam uma igreja em sua casa em Roma, a dissipar os ensinamentos enganosos das autoridades judaicas (Romanos 16:3; Atos 18:2, 18, 26).

Paulo diz em resposta: “De modo nenhum!” (v. 15). O apóstolo afirma enfaticamente que não estava endossando o pecado. O que ele estava endossando era a realidade de que, se eles pecassem, a graça abundaria; era a isso que os caluniadores estavam se opondo. Estamos sob a graça, não precisamos mais seguir à lei; porém, isso significa que podemos pecar? Não! Por que? Porque é uma má escolha que resulta em morte. Paulo instrui os cristãos a escolher a vida, não a morte. Por que viver uma vida pecaminosa de morte quando poderiam viver a vida da ressurreição?

Paulo, então, relembra a seus leitores que todos os seres humanos servem a algum tipo de senhor: “Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, deste mesmo a quem obedeceis sois servos? (v. 16). Somos escravos do pecado que resulta em morte, ou da obediência que resulta em justiça. Servir ao pecado nos leva à morte — uma separação que fere nossa comunhão com Deus, ainda que não nos afaste da graça de Deus.

Se, no entanto, nos submetermos a Deus, isso resulta em justiça, uma vida de realização e significado. Paulo está escrevendo a cristãos devotos; eles já criam na morte e ressurreição de Jesus, mas a maneira como viveriam suas vidas dependeria deles. Como eles, nós podemos escolher todos os dias, todos os momentos. Devemos nos perguntar: "Quem é meu mestre?" O pecado gera a morte e suas consequências são a morte. Quando ocorrem as consequências da morte pelo pecado? Agora. Ao vivermos nesta terra, experimentamos consequências de nossas escolhas. Paulo nos admoesta a escolher a vida ao invés da morte.

A palavra “morte” é interessante; ela pode ser usada em diversos contextos. Nós a usamos na linguagem cotidiana da maneira como a Bíblia a usa. Dizemos que uma bateria está morta. Dizemos: "Meu sonho está morto". “As chances do meu time de futebol ir às finais estão mortas”. Isso significa que houve uma desconexão; algo estava conectado e foi desconectado. É o que acontece quando uma pessoa morre. Seu espírito estava conectado a seu corpo; a morte desconecta o espírito, que vai para outro lugar. É o que acontece quando um relacionamento morre. Ficamos desconectados de alguém. Deixamos de ter comunhão íntima com a pessoa.

Assim, quando nos apresentamos como escravos do pecado, ficamos desconectados do desígnio de Deus para nós. Deus nos designou para trabalhar e viver em perfeita harmonia com Ele e uns com os outros. Este é o significado da justiça: uma coesão através do serviço, não através da imposição. Quando servimos, geramos harmonia. A carta aos crentes romanos fala, em grande parte, sobre o poder do pecado e o poder da ressurreição de Cristo. Paulo desejava que eles vivessem no poder da ressurreição.

Deus nos projetou para termos unidade com nosso cônjuge, para termos unidade em nossa família, para que o corpo de Cristo funcione junto, cada parte servindo às outras partes. Quando servimos ao pecado, todas essas coisas são quebradas. Fazemos tudo de forma egoísta.

Paulo está simplesmente apontando o caminho para onde as escolhas nos levam, dependendo do mestre ao qual nos dedicarmos. Ele sustenta que os crentes estão sob a graça, mas isso não altera nossa inclinação natural ao pecado, ou seja, de vivermos para nós mesmos. Se não vivermos em obediência a Deus, nos desconectamos dos desígnios de Deus e nos tornamos escravos do pecado.

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