Criação

Deus é o criador onipotente.

Para nós criarmos algo, precisamos começar com alguma coisa e moldá-la e combiná-la para criar algo diferente. Para Deus criar algo, Ele pode começar do nada. Pegamos árvores e as transformamos em madeira. Depois, pegamos a madeira e a transformamos em uma casa. Só podemos transformar algo que já existe em algo diferente. Deus começou do nada e disse "haja luz", e houve luz.

“É pela fé que entendemos que os mundos foram formados pela palavra de Deus, de modo que o visível não se tem feito das coisas que aparecem.”

(Hebreus 11:3)

A criação deve ser aceita pela fé. No evangelho, o apóstolo João escreveu: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez" (João 1:1-3). A partir deste versículo, vemos que Jesus, o segundo membro da Trindade, estava lá no princípio com Deus.

Hebreus 11:3 diz: "Pela fé, entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de modo que o visível veio a existir das coisas que não são visíveis." A fé é, na realidade, o ponto de partida para qualquer tipo de compreensão humana. Na nossa era, é comum as pessoas acreditarem que o universo criou a si mesmo, apesar de todas as evidências observáveis conhecidas; ninguém jamais observou qualquer tipo de criação espontânea a partir do nada. Toda compreensão começa com a fé.

A terra estava vazia e escura. Isaías explica o propósito de Deus ao formar a terra: "Porque assim diz o Senhor, que criou os céus (Ele é o Deus que formou a terra e a fez; Ele a estabeleceu e não a criou como um lugar desolado, mas a formou para ser habitada)" (Isaías 45:18).

O Espírito de Deus movia-se sobre a face das águas; o Espírito de Deus é o Espírito Santo. Vemos o terceiro membro da Trindade presente durante a criação também.

Então Deus disse: "Haja luz", e houve luz. Ao longo das Escrituras, vemos um uso simbólico das palavras luz e trevas (ou seja, bem e mal). No livro de João, Jesus falou ao povo e disse: "Eu sou a Luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida" (João 8:12), e "este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que as suas obras não sejam reprovadas" (João 3:19-20).

Jesus é a luz do mundo e as trevas representam o mal ou a ausência de Deus.

Também lemos em 1 João 1:5 que "...Deus é luz, e nele não há treva alguma." O mundo físico criado por Deus reflete realidades espirituais, incluindo a natureza do Deus “triúno”. Romanos 1:20 nos diz que Deus criou o mundo ao nosso redor para que Deus seja "claramente visto".

Deus declarou que a luz era boa. Em outras palavras, Ele abençoou a luz e deu a ela Seu selo de aprovação. Deus então separa a luz das trevas e chama a luz de "dia". Ele chama as trevas de "noite". Isso encerra o primeiro dia da criação.

Enquanto estamos aqui neste mundo, experimentamos luz e trevas. Quando Deus recriar o novo céu e a nova terra, Ele habitará entre nós, e a glória do Senhor será a própria "lâmpada" que ilumina o mundo inteiro, eliminando assim as trevas (Apocalipse 21:23-24).

Deus disse: "Haja um firmamento”. O firmamento é simplesmente o espaço, o espaço que separa as águas das águas, ou seja, as águas dos céus das águas da terra. A palavra "águas" pode se referir à água em estado líquido ou à umidade, sugerindo que a Terra estava envolta em uma densa umidade (ou água). Quando Deus separou as águas, Ele chamou esse espaço de céu. Isso marcou o segundo dia da criação.

A Bíblia utiliza os temas da água e do fogo do início ao fim. 2 Pedro 3:5-7 diz: "Isto de propósito esquecem: que eram já dantes os céus e a terra que da água e no meio da água subsiste pela palavra de Deus. Por causa dessas coisas, pereceu o mundo de então, afogado em água”. Deus formou a terra a partir da água e, ao mesmo tempo, destruiu essa mesma terra por meio da água durante o tempo de Noé (Gênesis 7).

Deus prometeu que não destruiria a terra novamente com água. 2 Pedro 3:7 diz: "mas os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, se guardam para o fogo, reservados até o Dia do Juízo e da perdição dos homens ímpios." Aguardamos com esperança a Nova Terra, que não terá mais mar (Apocalipse 21:1).

A palavra hebraica para Céu é Hashamayim. Muitos na tradição judaica afirmam que Hashamayim é uma combinação das palavras Aish, que significa "fogo", e Mayim, que significa "água". Eles concluem que essa construção se deve à natureza física do universo - que é um equilíbrio entre julgamento e misericórdia.

No início do terceiro dia da criação, Deus separa os mares e a terra seca. Em seguida, Ele cria a vida vegetal e a vegetação.

Durante o segundo dia da criação, observamos uma divisão vertical com Deus separando a terra dos céus. Agora, temos uma divisão horizontal com Deus separando a terra seca dos mares. Deus está estabelecendo ainda mais controle sobre o caos em Gênesis 1:2. Ele está criando ordem a partir do caos e forma a partir da informidade. Deus chama a terra seca de "terra". A reunião das águas, Ele chama de "mares".

Deus disse: "Que a terra produza vegetação." Deus estava provendo para o futuro da humanidade ao criar plantações que se reproduzem. As plantas que produzem sementes e as árvores frutíferas representam plantas destinadas ao consumo humano. Então, disse Deus mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, e todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão para mantimento." (Gênesis 1:29).

Em Gênesis 1:9-10 é dito que essas plantas se reproduzirão segundo a sua espécie, o que é reafirmado em Tiago: "Pode, porventura, a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso?" (Tiago 3:11). As plantas se reproduzirão apenas de acordo com sua espécie, isso é semelhante ao princípio de semear e colher, que é explicado em Gálatas: "Não vos enganeis; de Deus não se zomba. Pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. 8Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna." (Gálatas 6:7-8).

Aqueles que vivem apenas para satisfazer sua própria natureza pecaminosa colherão a decadência e a morte provenientes dessa natureza, mas aqueles que são obedientes a Deus colherão vida e bênçãos. Isso está de acordo com o plano de semear e colher, criado por Deus, tanto no mundo físico quanto no espiritual.

No quarto dia da criação, Deus cria o sol, a lua e as estrelas, que proporcionam os ciclos diários e sazonais, bem como a medição do tempo.

Temos outra separação, a do dia e da noite.

Para Deus, que disse: "Das trevas resplandeça a luz", é aquele que resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo (2 Coríntios 4:6). Eventualmente, o trabalho redentor de Deus culminará na era vindoura, onde não haverá mais escuridão. E não haverá mais noite; e eles não terão necessidade da luz de uma lâmpada nem da luz do sol, porque o Senhor Deus os iluminará; e eles reinarão para todo o sempre (Apocalipse 22:5).

A luz maior é o sol, e a luz menor é a lua. Eles governam sobre o dia e a noite. A Bíblia diz que os céus proclamam a glória de Deus, e os céus mostram a sua habilidade (Salmo 19:1). Em Romanos, Paulo explica: " As perfeições invisíveis dele, o seu poder eterno e a sua divindade, claramente se veem desde a criação do mundo, sendo percebidas pelas suas obras, para que eles sejam inescusáveis" (Romanos 1:20). A incrível criação de Deus claramente revela Seu eterno poder e Sua natureza divina.

No quinto dia da criação, Deus cria as criaturas do céu e do mar.

Deus continua a trazer ordem e equilíbrio à natureza. As águas e o ar, que foram separados no segundo dia, são agora preenchidos com seus respectivos habitantes. Deus viu que todas as criaturas do mar e todas as criaturas do ar que Ele criou eram boas, e as abençoou dizendo: "Frutificai e multiplicai-vos". Em outras palavras, reproduzir-se e tornar-se numerosos. O quinto dia da criação termina com Deus enchendo a terra com tudo o que era necessário para o que estava por vir no sexto dia.

Vale a pena notar aqui que Deus criou diferentes "tipos". É observável na natureza que há uma grande diversidade dentro dos "tipos". No entanto, não há "mistura" observada entre eles. Existem muitos tipos ou raças de cães, cuja linhagem pode ser observadamente rastreada. Mas nunca consideramos um cachorro dando à luz um gato. Isso se torna importante quando Deus preserva os animais terrestres da destruição no dilúvio de Noé. Naquele momento, Deus preserva dois de cada "tipo".

No sexto dia da criação, Deus cria o restante dos animais terrestres e, em seguida, Ele cria o homem à Sua própria imagem.

O sexto dia da criação se divide em duas ações separadas. Primeiramente, Deus cria mais seres vivos e, em seguida, Deus cria o homem. Em Gênesis 1:24, temos novamente as palavras "seres viventes". Estes são animais que estão vivos e têm mente, emoções e vontade. Se você acha que um burro não tem vontade, tente conduzi-lo a um lugar onde ele não queira ir. Da mesma forma, um gato rapidamente mostrará suas emoções se você acidentalmente pisar no seu rabo. Especificamente, Deus cria o gado, os animais rastejantes e as feras. Os animais rastejantes são criaturas pequenas que se movem. A palavra "feras" refere-se a animais selvagens, não domesticados. Novamente, Deus viu que tudo era bom.

Em Gênesis 1:26, Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança". Aqui temos três pronomes no plural. A maioria dos estudiosos entende que se referem à pluralidade da Trindade (ou seja, o Pai, o Filho e o Espírito Santo). Ninguém é como Deus, um ser eterno, onisciente, onipotente e onipresente. Em 1 Reis, Salomão diz: "Ó SENHOR, Deus de Israel, não há Deus como tu, em cima nos céus nem embaixo na terra; que guardas a aliança e usas de misericórdia para com os teus servos que de todo o coração andam diante de ti" (1 Reis 8:23). Somente Jesus e o Espírito Santo são como Deus Pai. Deus, o Espírito Santo e Jesus existem eternamente.

A humanidade deveria governar ou ter domínio sobre toda a terra, sobre os peixes, pássaros, gado e animais rastejantes. No entanto, devido ao pecado, nem tudo está sob o domínio do homem. "Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés". O escritor aos Hebreus observa: "Mas agora ainda não vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas" (Hebreus 2:8). Jesus restabelecerá o domínio sobre toda a terra em Sua segunda vinda.

Deus criou o homem à Sua própria imagem ou semelhança. A palavra em hebraico significa humanidade como a sombra (imagem) da figura de Deus. Deus criou o homem para ter comunhão consigo mesmo. Neste ponto, vemos que o homem estava em posição correta com Deus e era santo. Essa distinção especial dada à humanidade não foi concedida a mais nada. Isso confere ao homem uma distinção separada no mundo, tornando-o único e semelhante a Deus, embora não igual a Ele. A humanidade foi criada como um símbolo vivo do poder e domínio de Deus. Uma coisa fundamental que Deus deu à humanidade, tornando-nos à Sua imagem, é o poder e a liberdade de fazer escolhas.

Deus cria a humanidade, tanto homem quanto mulher, e os abençoa. O que significa ser abençoado? "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda a bênção espiritual nas regiões celestes em Cristo" (Efésios 1:3). A palavra "abençoou" neste versículo é a palavra grega "eulogeõ". Significa simplesmente falar bem ou elogiar alguém ou algo. Daí vêm as palavras em português "elogiar" ou “enaltecer”. Quando Davi diz: "Bendize, ó minha alma, ao Senhor", ele está louvando a Deus, falando bem Dele.

No sexto dia da criação, Deus conclui dando ao homem o comando de ter filhos e subjugar a terra.

Deus disse a eles: "Sede fecundos, multiplicai-vos". Em relação às crianças, um dos salmos do rei Davi as celebra como uma grande bênção: "Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão. Como flechas na mão do guerreiro, assim os filhos da mocidade. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava" (Salmo 127:3-5).

Deus diz ao homem e à mulher para subjugar a terra, conquistá-la ou trazê-la à sujeição. Ele lhes dá o direito de governar sobre cada ser vivo. Isso significa que eles têm a autoridade para assumir o controle, ter poder sobre e dominar a terra. Deus os comissiona a utilizar os recursos da terra e a assumir o comando sobre ela. No versículo 29, Deus dá o presente de plantas e frutos das árvores para alimentação, para sustentá-los, e Ele dá plantas aos animais para alimentação.

Isso é realmente incrível para refletir. Deus, que é todo-poderoso, entregou o domínio da terra a um ser recém-criado. Não é de admirar que o salmista exclame:

Que é o homem, para te lembrares dele?

E o filho do homem, para o visitares?

Pois o fizeste pouco abaixo de Deus, de glória e de honra o coroaste.

Deste-lhe domínio sobre as obras das tuas mãos,

tudo puseste debaixo dos seus pés

(Salmos 8:4-6)

Deus escolheu a humanidade em vez dos anjos para governar o mundo. Por quê? O Salmo 8 oferece uma explicação:

Da boca de pequeninos e crianças de peito, tiraste a fortaleza,

por causa dos teus adversários,

para fazeres calar o inimigo e o vingador.”

(Salmos 8:2)

Deus escolheu "pequeninos e crianças de peito" - esses recém-chegados humanos - em vez dos poderosos anjos que estavam em Sua presença para governar a terra. Hebreus 2:6-8 cita o Salmo 8 e , em um possível eufemismo mais notável da Bíblia, observa: "Mas agora ainda não vemos todas as coisas sujeitas a ele (a humanidade)". Neste ponto em Gênesis, a humanidade governava a terra. No entanto, devido as nossas falhas, atualmente não possuímos a mesma autoridade sobre o mundo.

Hebreus 2 continua afirmando que, embora não vejamos a humanidade assumindo seu lugar adequado para governar a terra com grande administração e em perfeita harmonia entre si e com Deus, vemos algo bastante extraordinário:

“Porém àquele Jesus, que foi feito um pouco menor que os anjos, nós o vemos, por causa do sofrimento da morte, coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte a favor de todo homem. Pois convinha que aquele, para quem são todas as coisas e por quem todas existem, conduzindo à glória muitos filhos, aperfeiçoasse pelos sofrimentos ao autor da salvação deles.”

(Hebreus 2:9-10)

Isso inicia um grande drama no qual a humanidade é um ator central, juntamente com os anjos e o próprio Deus. Muitas histórias modernas giram em torno da pergunta "Quem governará o mundo?" Isso frequentemente envolve fantasias sobre criaturas de outros lugares. Nós fazemos parte desse tipo de drama real, que envolve Deus (Jesus) que veio na forma de um homem para redimir a humanidade ao seu lugar adequado no mundo.

Deus viu tudo o que Ele tinha feito, e era muito bom. Não apenas bom, mas abundantemente, extraordinariamente bom. Deus redimirá a humanidade ao seu lugar adequado, pois isso é o que Deus desejava. Pois tudo o que foi criado por Deus é bom (1 Timóteo 4:4a). Isso encerra o sexto dia da criação.

Deus conclui o ato da criação por descansar no sétimo dia, e Ele o abençoa e santifica.

Gênesis 2:1-3 é uma conclusão de todo o capítulo um. Deus havia terminado Sua obra. Como Ele tinha concluído, era hora de descansar. Mais tarde, no livro de Êxodo, Deus separaria o dia de descanso e o santificaria. A palavra usada para descanso aqui é a palavra hebraica "shabath", que significa cessar ou ficar parado. Deus não estava exausto e precisava descansar de Seu trabalho. Não, Deus declarou que a obra estava concluída. Deus não apenas fez uma pausa em Seu trabalho, Ele havia alcançado Seu plano divino para o universo.

Então Deus abençoou e santificou o sétimo dia: "Pois em seis dias o Senhor fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e descansou no sétimo dia; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou" (Êxodo 20:11). A palavra "abençoou" significa que o favor divino de Deus e Sua proteção foram concedidos. A palavra "santificou" significa tornar santo ou reservar. O sétimo dia foi santificado como um dia especial de bênção. O sábado se tornaria um lembrete de duas grandes verdades: a criação e a redenção. A obra de Deus é perfeita e nada pode ser acrescentado ou tirado dela. Aqui está um bom exemplo da Escritura: "Eu sei que tudo o que Deus faz durará para sempre; nada se pode acrescentar e nada se pode tirar" (Eclesiastes 3:14a). O sétimo dia foi separado e proclamado como um dia santo. Deus terminou toda a obra que havia se proposto a fazer.

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