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A aliança no Sinai reflete o padrão do antigo tratado susserano-vassalo do Oriente Próximo, especialmente o tratado heteu do segundo milênio a.C. Nesse tipo de aliança, o susserano (ou governante), como um rei ou superior, estabelecia as estipulações da aliança aos vassalos, que eram os sujeitos do acordo. O susserano (governante) oferecia bênçãos em troca da obediência do vassalo e ameaçava com maldições para o caso de descumprimento das estipulações da aliança. O padrão do tratado susserano-vassalo, com suas seções paralelas em Êxodo, pode ser delineado da seguinte forma:
Deus já havia feito promessas incondicionais a Israel antes de entrarem em aliança com Ele. Os israelitas receberam a promessa da terra como posse perpétua (Gênesis 15:7-18). Deus também prometeu que Israel seria Seu povo perpetuamente (Gênesis 22:17-18; Deuteronômio 7:6-8).
A aliança Mosaica acrescenta várias outras promessas condicionais às promessas anteriormente incondicionais. Uma promessa condicional, para ser cumprida, depende do comportamento de ambas as partes do tratado. Claro, Deus sempre cumpre Sua parte do acordo. A questão em aberto é se Israel honraria sua parte na aliança. Deus claramente delineia a Israel as consequências da desobediência, bem como as bênçãos pela obediência.
Em uma aliança condicional, ambas as partes fazem promessas sob juramento para realizar ou evitar certas ações. Se uma das partes não cumprir suas obrigações, a aliança é quebrada. Assim, na aliança no Sinai estabelecida entre Yahweh e Israel, as obrigações (estipulações da aliança) são claramente detalhadas e resumidas em Êxodo 19:4-6:
“Tendes visto o que fiz aos egípcios, de que modo vos trouxe sobre asas de águias e vos cheguei a mim. Agora, pois, se atentamente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis a minha possessão peculiar dentre todos os povos (pois minha é toda a terra) e vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êxodo 19:4-6).
A primeira parte desta afirmação expõe a realidade do amor de Deus por Seu povo escolhido ao resgatá-los da escravidão. A segunda parte descreve o acordo básico: se Israel obedecesse, seria abençoado. Eles seriam uma nação sacerdotal especial, demonstrando a seus vizinhos como viver de maneira construtiva, em uma cultura de "amor ao próximo" em vez de uma cultura onde "os fortes exploram os fracos" observada nas nações pagãs ao redor (Levítico 18). Muitas das bênçãos resultantes da aliança Mosaica eram práticas em seus benefícios. Por exemplo, seria muito mais benéfico viver em uma comunidade onde ninguém roubasse ou prejudicasse uns aos outros do que viver em um lugar cheio de violência.
Fica claro nesta aliança condicional que Israel tinha a livre escolha de obedecer ou não obedecer; eles determinariam se alcançariam as bênçãos condicionais. As bênçãos incondicionais continuariam intactas, independentemente das escolhas do povo. Israel escolheu entrar na aliança com Deus, conforme declarado em Êxodo: "Todo o povo respondeu a uma voz e disse: 'Tudo o que o Senhor falou, faremos!'" (Êxodo 19:8a)
A repetição da Lei por Deus em Deuteronômio também segue o antigo formato dos tratados Susserano-Vassalo. Deus, como Susserano (governante superior), concorda em abençoar Israel, Seu Vassalo (servo) por seu serviço fiel. No entanto, Ele também promete maldições por sua infidelidade. A principal coisa que Deus exige de Israel é que eles seguissem Sua ordem de tratarem uns aos outros com respeito, de sempre dizer a verdade, de sempre cuidar do bem-estar uns dos outros como se fosse o bem-estar deles próprios. A Bíblia deixa claro que buscar a Deus significa mudarmos nossa maneira de tratarmos uns aos outros, buscando o bem para os outros, em vez do mal, buscando a justiça em vez dos subornos, elevando e proporcionando oportunidades para os pobres, em vez de explorá-los. Se Israel fizesse isso, eles receberiam grandes bênçãos. Obviamente, um dos resultados disso seria uma cultura comunitária abençoada resultaten de tal estilo de vida. Todos prosperariam em uma comunidade tão amorosa e cuidadosa. Deus também invoca uma promessa em Deuteronômio 4:25-27: exilá-los da terra caso desobedecessem às leis da aliança e não buscassem a Deus ou não se arrependessem.
Em Deuteronômio 27 e 28, Deus dá aos israelitas um ritual para realizarem assim que entrassem na Terra Prometida, pronunciando bênçãos e maldições associadas da aliança mosaica, expressas na forma dos Tratados Susserano-Vassalo. Tal cerimônia tinha a intenção de fixar na mente de Israel a escolha muito clara que deveriam fazer quanto a seguirem às leis de Deus e quais seriam as consequências de suas escolhas. Se escolhessem o caminho ordenado por Deus de amar a seus vizinhos, obteriam grandes bênçãos. Porém, se escolhessem seguir ao estilo de vida pagão de exploração, receberiam grandes maldições.
Este é um padrão ao longo das Escrituras para o povo escolhido de Deus. Em ambos os casos, entretanto, a oferta condicional não afeta a seleção e provisão de Deus de aceitar plenamente Seu povo como filhos. Israel seria sempre o povo de Deus (Romanos 11:26-29). Deus nunca rejeita a Seus filhos. Deus é sempre a herança dos crentes do Novo Testamento, sem nenhuma pré-condição (Romanos 8:17a). Porém, os crentes do Novo Testamento só irão alcançar a recompensa de reinarem com Cristo se sofrerem como Cristo sofreu, obedecendo a Seu Pai diante da hostilidade do mundo (Romanos 8:17b; 2 Timóteo 2:12; Apocalipse 3:21). Sermos aceitos por Deus é sempre uma questão de Sua graça (Deuteronômio 7:7-9; Efésios 2:8-9). É um presente incondicional. No entanto, a obtenção das bênçãos de Deus depende de nossas escolhas.
Tudo começou quando Deus deu a Adão uma escolha que resultaria em consequências de vida e morte. A Páscoa foi oferecida como uma escolha a Israel, acarretando uma consequência de vida e morte. A estrutura Susserano-Vassalo da aliança Mosaica apresentava uma escolha de obediência para a bênção (vida) ou desobediência para a maldição (morte/perda) (Deuteronômio 30:19). O Novo Testamento mostra que cada crente tem uma escolha diária de andar no Espírito, produzindo consequências que levam à vida, ou de andar na carne, gerando consequências que levam à morte (Romanos 6:20-23; Gálatas 5:1, 13-15; Tiago 1:14-15, 21). A morte significa separação e o pecado nos separa das bênçãos que Deus deseja nos dar.
Em Deuteronômio 27-28, a preparação para a cerimônia de memorização da aliança começou com a recitação das bênçãos e das maldições. Moisés ordenou que seis tribos se posicionassem no monte Gerizim, que ficava ao sul de Siquém e em frente ao monte Ebal (veja o mapa na seção de mapas e gráficos na barra lateral). Essas tribos foram encarregadas de abençoar o povo. As tribos em questão eram Simeão, Levi, Judá, Issacar, José e Benjamim. Essas seis tribos eram descendentes das duas esposas de Jacó: Lia e Raquel (Gênesis 35:23-24). Essas seis tribos compunham metade das tribos, num total de doze.
As seis tribos que pronunciaram uma bênção sobre Israel deixaram claras as consequências da obediência à lei de Deus de amar uns aos outros. Isso representava as bênçãos estabelecidas no tratado susserano-vassalo determinadas por Deus a Israel; as mesmas haviam acabado de ser ratificadas e renovadas pela segunda geração (Deuteronômio 26:17). As pessoas reunidas para ouvir a Moisés estavam se preparando para entrar na Terra Prometida. Essa cerimônia deveria ser realizada no momento em que Israel entrasse e tomasse posse da terra, buscando lembrá-los de que, a partir daquele instante, eles colheriam as consequências de suas escolhas.
A cerimônia foi projetada para fixar na mente do povo que haveria grandes bênçãos reservadas aos que seguissem aos estatutos da lei de Deus. Muitas das bênçãos seriam a consequência natural de terem uma sociedade baseada em uma cultura de respeito mútuo, amando ao próximo como eles amavam a si mesmos. Porém, Deus também promete bênçãos divinas.
As outras seis tribos deveriam se reunir para as maldições (Deuteronômio 27:13). As tribos que deveriam permanecer no Monte Ebal eram Rúben, Gade, Aser, Zebulom, Dã e Naftali. O Monte Ebal ficava ao norte de Siquém. Essas tribos eram descendentes das concubinas de Jacó, Bila e Zilpa (Gênesis 35:23-26), exceto Rúben e Zebulom, que eram filhos de Lia (Gênesis 29:32; 30:20). Elas constituíam a outra metade das doze tribos.
Essas seis tribos deveriam pronunciar as maldições sobre Israel. Isso representaria as consequências adversas da desobediência às regras estabelecidas no tratado susserano-vassalo que Deus havia feito com Israel, que acabara de ser ratificado e renovado (Deuteronômio 26:17). Essa cerimônia foi destinada a fixar na mente do povo que haveria grandes consequências adversas (maldições) reservadas ao violarem os estatutos da lei de Deus, quebrando o acordo que haviam feito com Ele.
Muitas das maldições seriam a consequência natural de não viverem uma vida de respeito mútuo (amando ao próximo como a si mesmos) e caindo em uma cultura de exploração. No entanto, Deus também prometeu maldições divinas.
Muitas vezes, no tratado Susserano-Vassalo, o vassalo recebia um novo nome como recompensa, além de uma concessão de terra e uma bênção. O Susserano (governante) adotaria o vassalo como se fosse seu próprio filho, tornando-o membro da família real. A exaltação de Jesus segue esse padrão quando Ele recebe o título de "Filho" por Sua obediência fiel. Davi, profetizando sobre Jesus e usando uma terminologia encontrada em muitos desses tratados, diz:
“Falarei acerca do decreto: Jeová disse-me: Tu és meu filho; eu, hoje, te gerei. Pede-me, que te darei as nações por tua herança e as extremidades da terra, por tua possessão. Tu as quebrarás com uma vara de ferro, fá-las-ás em pedaços, como vaso de oleiro” (Salmos 2:7-9).
O tratado tradicional entre Susserano-Vassalo era feito entre um rei supremo e um governante inferior. No caso de Israel, Deus fez o tratado diretamente com o povo (Êxodo 19:8). Isso mostra outro padrão: Deus abençoará grandemente a qualquer pessoa que O obedeça. Os crentes do Novo Testamento são incentivados a seguir o exemplo de obediência de Jesus e recebem a promessa das mesmas recompensas pela obediência, incluindo a adoção como filhos e a participação no reinado de Cristo (Filipenses 2:5-9; 2 Timóteo 2:12; Apocalipse 3:21).
Com analogia, os crentes do Novo Testamento pareciam viver sobre uma estrutura semelhante a esse tratado Susserano-Vassalo. Deus aceitava incondicionalmente como filhos a todos os que O recebessem pela fé. Os que criam recebiam o presente da vida eterna (João 3:14-16, Como Obter o Presente da Vida Eterna). Portanto, ao estabelecer Seus estatutos, Deus nos incentiva a andar neles para recebermos consequências positivas que nos levem a uma grande experiência na vida, ou seja, a recompensa da vida eterna. Se perseverarmos, receberemos a recompensa e a responsabilidade de sermos chamados "filhos", reinando juntamente com Cristo.
Deus fez a terra para que a humanidade a governasse em harmonia com Ele, com a natureza e uns com os outros. A humanidade falhou nisso. Jesus desceu do Céu e tornou-se homem, um pouco menor que os anjos (Hebreus 2:6-9). Ao sofrer a morte, Ele recebeu do Pai o governo de toda a terra (Mateus 28:18; Apocalipse 3:21). Pela graça de Deus, Ele morreu por todos e foi recompensado com a herança de governar sobre a terra. O Filho de Deus teve que nascer como homem e viver num corpo humano para poder cumprir a vontade de Seu Pai, morrendo na cruz, para que o governo da terra fosse dado a Ele, tornando-Se Rei de todo o mundo.
Por meio desse sofrimento, como homem, Jesus foi coroado de glória e honra (Filipenses 2:10-11; Hebreus 2:7, 9). A expressão "coroado de glória e honra" em Hebreus 2 se refere ao Salmo 8, onde lemos que a humanidade foi coroada de glória e honra porque Deus designou que ela governasse sobre a terra. Cristo, agora, foi designado como primícia da humanidade.
Cristo fez tudo isso, morrendo por todos os humanos, em obediência a Deus. O que Adão desperdiçou, Jesus restaurou; Ele provou estar disposto a andar em obediência fiel e recebeu a honra de ser chamado "Filho".