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O Evangelho ("boas novas", "boa mensagem") é que Jesus, o Filho de Deus, libertou os seres humanos do pecado e da separação por meio de Sua morte na cruz e Sua ressurreição da sepultura, se confiarmos somente Nele para nos salvar - e, se formos fiéis, podemos nos associar com Ele no governo de Seu reino futuro. Dentro do Evangelho estão mistérios concernentes ao plano de Deus para curar a raça humana e o próprio mundo, de formas que nenhum homem poderia esperar, superando nossa imaginação, e ainda assim nos convidando a participar e nos receber benefícios. A realidade imprevista dessas bênçãos é surpreendente, o que é por que Paulo frequentemente faz referência ao Evangelho como um "mistério" (Romanos 16:25, 1 Coríntios 2:7, Efésios 1:9, 3:3, 4, 9, 6:19, Colossenses 1:26).
O mistério do Evangelho gira em torno de sua figura central - o Messias.
Este artigo considerará várias maneiras pelas quais o mistério do Evangelho foi revelado por meio de Jesus Cristo - o Messias:
Os Dois Messias
Por séculos, antes de Jesus Cristo chegar, Israel esperava por um salvador de algum tipo, um "Messias" enviado por Deus. Messias é a transliteração da palavra hebraica "māšîaḥ", que significa "ungido" ou "consagrado". Alguém que Deus separou para um propósito especial. Ao longo do Antigo Testamento, há profecias de um Messias vindouro para o povo judeu e para o mundo em geral. Mas, enquanto essas profecias messiânicas traziam grande esperança a Israel, eram misteriosas e frequentemente perplexas.
Nas profecias do Antigo Testamento, O Messias é descrito como sendo tanto um Messias servo sofredor quanto um Messias rei vitorioso.
A tradição judaica chama o Messias servo sofredor de "Filho de José". O Messias sofreria muito antes de ser elevado como o salvador de Israel, semelhante a José, filho de Jacó, que foi vendido como escravo por seus irmãos, foi falsamente acusado e injustamente preso, antes de ascender a uma posição de autoridade e salvar seu povo (Gênesis 50:20).
Outra tradição chama o Messias rei vitorioso de "Filho de Davi", em antecipação ao cumprimento da promessa de Deus de colocar um descendente do Rei Davi no trono de Israel para sempre (2 Samuel 7:12-16).
A caracterização do Messias como um Servo que sofre em grande parte vem das profecias de Isaías. Este profeta, recebendo mensagens de Deus, escreveu quatro canções distintas do "Servo".
Essas Canções do Servo estão em Isaías 42:1-4, 49, 50:4-11 e 52:13 - 53:12. Essas profecias retratam o Messias como alguém que é incompreendido, difamado e maltratado em Seu serviço ao SENHOR - assim como José foi incompreendido, difamado e maltratado enquanto obedecia a Deus.
A quarta e mais citada "Canção do Servo" (Isaías 52:13 - 53:15) é comumente conhecida como a Canção do "Servo Sofredor". Ela profetiza que o Messias será adorado pelos gentios, mesmo enquanto não reconhecido, odiado e, ultimamente, morto por Israel. O Messias de Deus será "ferido pelas nossas transgressões" e "esmagado por nossas iniquidades", mas "pelas suas feridas fomos sarados" (Isaías 53:5).
Essa Canção do Servo também descreve com precisão como o Messias de Deus morrerá "com os ímpios", mas será sepultado no túmulo de "um rico" (Isaías 53:9), assim como Jesus foi executado ao lado de criminosos e sepultado no túmulo de José de Arimatéia (Mateus 27:38, 57-60). O "Servo de Deus justificará a muitos, pois levará sobre si as iniquidades deles" (Isaías 53:11). Ele "se oferecerá como oferta pelo pecado" (Isaías 53:10), e assim o Senhor "lhe dará uma porção com os grandes" (Isaías 53:12).
Essas Canções do Servo de Isaías foram talvez as profecias mais claras indicando que o Messias seria um Servo Sofredor. Outras profecias que preveem o sofrimento do Messias incluem:
Esses salmos, escritos mil ou mais anos antes de Jesus caminhar sobre a terra, retratam com notável precisão inúmeras crueldades e circunstâncias que Jesus, o Messias, sofreria. Entre as muitas profecias messiânicas dentro desses salmos estão:
O Antigo Testamento claramente profetizou que o Messias sofreria injustamente em Seu serviço ao SENHOR.
Mas o Antigo Testamento profetizou, talvez com ainda mais clareza, que o Messias governaria como um Rei poderoso e justo. O Messias seria um "Filho de Davi". Assim como Davi foi um rei renomado que derrotou milhares de inimigos de Israel e foi um homem segundo o coração de Deus, assim também seria o Messias.
Além de 2 Samuel 7:12-16 mencionado acima, aqui estão mais algumas profecias do Messias como Rei:
“Eu, porém, tenho estabelecido o meu rei
em Sião, meu santo monte.
Falarei acerca do decreto:
Jeová disse-me: Tu és meu filho;
eu, hoje, te gerei.
Pede-me, que te darei as nações por tua herança
e as extremidades da terra, por tua possessão.
Tu as quebrarás com uma vara de ferro,
fá-las-ás em pedaços, como vaso de oleiro.”
(Salmos 2:6-9)
“Porque a nós nos é nascido um menino, e a nós nos é dado um filho; o governo está sobre os seus ombros, e ele tem por nome Maravilhoso, Conselheiro, Poderoso Deus, Eterno Pai, Príncipe da Paz. Do aumento do seu governo e da paz, não haverá fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e para o firmar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre. O zelo de Jeová dos Exércitos cumprirá isso.”
(Isaías 9:6-7)
“Vi nas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como Filho do Homem, que se chegou até o Antigo de dias; foi apresentado diante dele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio sempiterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído.”
(Daniel 7:13-14)
Veja também: Isaías 25-27, Jeremias 23:5-6, Miquéias 5:2, Zacarias 6:12-13, 9:9.
Algumas dessas profecias, como Isaías 9:7, ligam explicitamente o Messias ao "trono de Davi".
Mas uma das profecias mais poderosas que retratam o Messias como um Filho de Davi é encontrada em Ezequiel 34,
“Suscitarei sobre elas um só pastor, que as apascentará, meu servo Davi. Ele as apascentará e lhes servirá de pastor. Eu, Jeová, serei o seu Deus, e o meu servo Davi será príncipe no meio deles.”
(Ezequiel 34:23-24)
Por séculos, as respostas a essas perguntas eram obscuras. Como o Messias poderia ser tanto um Servo Sofredor, como previsto por Isaías e pelos Salmos, quanto um Rei Conquistador, como previsto por muitos dos profetas e prenunciado pelo reinado de Davi? Como o Messias poderia ser humano e, ainda assim, sentar-se no trono de Davi para sempre?
Diante dessas descrições tão diferentes, uma de um homem sofredor, e a outra de um rei humano eterno, alguns estudiosos sustentavam que haveria dois messias ("ungidos") diferentes enviados por Deus.
Jesus reconcilia todos os mistérios do Evangelho.
Como a Palavra feita carne, Jesus é totalmente Deus (eterno) e totalmente humano. Sua dupla natureza Divina e Humana o capacita a ser um rei humano eterno cujo reino não tem fim.
Em Sua primeira vinda à terra, Jesus cumpriu as profecias do servo sofredor, "Filho de José" (Mateus 20:28). Em Sua futura segunda vinda à terra, Ele cumprirá as profecias do rei conquistador, "Filho de Davi" (Apocalipse 19:11-16).
O Novo Testamento faz referência à "Canção do Servo Sofredor" seis vezes: Mateus 8:14-17, Lucas 22:35-38, João 12:37-41, Atos 8:26-35, Romanos 10:11-21, 1 Pedro 2:19-25. Ela é citada como prova de que Jesus era o Messias e é um exemplo do que Jesus fez por nós, que devemos imitar, viver como servos sofredores em perfeita obediência ao Pai Deus (Filipenses 2:5-10).
Essa ideia de um Messias que sofre parece entrar em conflito com o poderoso e conquistador Messias descrito na aliança davídica e em outros lugares (Gênesis 49:10, Salmo 2, Salmo 89, Daniel 9:24).
O mistério do Evangelho revela o que as Escrituras do Antigo Testamento prometiam. Deus enviou um Messias, Ele mesmo na Pessoa de Seu Filho, nascido como homem, que viveria uma vida humana (Sua primeira "vinda" "aparição, chegada") como o Servo Sofredor, e partiria da terra, com a promessa de retornar como o Rei Conquistador (Apocalipse 1:7).
Jesus, the Filho de Deus, precisava nascer como homem e viver em um corpo humano para cumprir a vontade de Seu Pai, morrendo na cruz pelos pecados do mundo (Filipenses 2:7). Como recompensa por Sua obediência - vivendo como um Servo Sofredor para Deus - a terra lhe foi dada, tornando-o Rei de todo o mundo. Ele ainda não estabeleceu Seu reino na terra, mas a promessa permanece de que um dia Ele retornará e começará seu reinado. Este será seu segundo "advento", onde Jesus cumprirá as promessas messiânicas feitas a Davi e se assentará no trono para sempre como um descendente humano de Davi.
Cristo em Nós
O Evangelho revelou outro mistério. Antes de Cristo, nossa esperança de glória estava escondida. Agora ela é manifestada por Cristo vivendo dentro de nós.
O Apóstolo Paulo escreveu como toda criatura anseia pela grande cura que ocorrerá quando Jesus estabelecer Seu reino. Os humanos desejam essa glória futura.
“Tenho para mim que os sofrimentos da vida presente não têm valor em comparação com a glória que há de ser revelada em nós. A ardente expectativa da criação aguarda a manifestação dos filhos de Deus. Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a própria criação será libertada do cativeiro da corrupção para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Ora, sabemos que toda a criação, juntamente, geme e está com dores de parto até agora; e não só ela, mas também nós, embora tenhamos as primícias do Espírito, gememos ainda em nós mesmos, aguardando a nossa adoção, isto é, a redenção do nosso corpo.”
(Romanos 8:18-23)
Essa esperança e desejo pela restauração de todas as coisas, feita através do poder de Cristo, é algo que somos convidados a experimentar e participar. Em outro lugar, Paulo escreve,
“...da qual eu fui constituído ministro segundo a dispensação de Deus, que me foi dada para convosco, a fim de cumprir a palavra de Deus: o mistério que esteve escondido dos séculos e das gerações; mas, agora, foi descoberto a seus santos; a quem aprouve a Deus fazer conhecer quais são as riquezas da glória desse mistério entre os gentios, que é, em vós, Cristo, esperança da glória”
(Colossenses 1:25-27)
O fato de Jesus viver dentro de nós, restaurar a criação por meio da obediência na cruz e conduzir "muitos filhos à glória" (Hebreus 2:10) era um mistério que foi revelado. O Evangelho ("boa nova") do trabalho de Jesus de redimir nosso mundo é que podemos participar da glória e honra concedidas a Ele.
A Palavra de Deus em sua comunicação completa é Jesus (João 1:1-2, 14, 16-18). Isso era um mistério antes de ser revelado no mundo quando Jesus viveu entre nós, nos ensinou, morreu e ressuscitou por nós. A frase de Paulo "as riquezas da glória" (Colossenses 1:27) mostra que podemos compartilhar dos benefícios e das recompensas de Cristo, porque Cristo vive em nós. A "glória" deste mistério é a sua revelação. O que antes estava oculto agora é visível. A palavra "glória" é traduzida do grego "doxa", que significa a observação da essência de uma coisa - o que ela realmente é.
O que Paulo estava dizendo aos seus leitores de Colossos era que esse incrível mistério que foi revelado aos gentios, algo que eles podem entender e acreditar, é uma maneira de obter imensas riquezas e grandes benefícios para si mesmos.
Deus revelou Sua Palavra (Seu Filho, Jesus) ao mundo inteiro em uma revelação explícita: o mistério é Cristo! Cristo em nós (Colossenses 1:27). Ele é a esperança da glória futura e da recompensa. Nossa esperança, toda esperança, está na essência revelada de Cristo em como escolhemos viver. Se obedecermos a Cristo que está em nós e permitirmos que o poder da ressurreição de Jesus flua através de nossas vidas para o mundo ao nosso redor, amando e servindo uns aos outros, podemos compartilhar não apenas os sofrimentos de Cristo, mas também Sua glória.
O autor de Hebreus descreve este destino que Deus tem planejado para nós, que seremos coroados com glória e honra juntamente com Cristo se vivermos Cristo dentro de nós. Isso é o que Jesus deseja realizar através de nós e conosco:
“...porém àquele Jesus, que foi feito um pouco menor que os anjos, nós o vemos, por causa do sofrimento da morte, coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte a favor de todo homem. Pois convinha que aquele, para quem são todas as coisas e por quem todas existem, conduzindo à glória muitos filhos, aperfeiçoasse pelos sofrimentos ao autor da salvação deles.”
(Hebreus 2:9-10)
Jesus deseja trazer "muitos filhos à glória", ou seja, nós, que podemos compartilhar na recompensa de Seu trono "através de sofrimentos", "se de fato sofrermos com Ele, para que também sejamos glorificados com Ele" (Romanos 8:17).
Que Jesus tenha sido "coroado de glória e honra" (Hebreus 2:9) remete ao Salmo 8, que descreve a humanidade como tendo sido coroada de glória e honra por nomeação de Deus para governar a terra. Mas caímos dessa nomeação quando Adão e Eva pecaram. Cristo agora foi nomeado para o lugar que Deus originalmente preparou para os humanos, então se nos unirmos a Jesus através de segui-lo em obediência fiel, podemos compartilhar de Sua glória (2 Timóteo 2:12, Apocalipse 3:21). Mas é Cristo em nós que realiza isso. Este é um dos mistérios do Evangelho, que tudo é Cristo, e tudo o que devemos fazer é nos submeter e deixá-Lo viver através de nós.