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Significado de 1 Coríntios 9:19-23
Paulo acabara de fazer a pergunta: “Qual é, pois, o meu galardão?” (v. 18). Ele continua a respondê-la. Sua declaração inicial indicava que ele desejava oferecer o Evangelho sem custos para restringir aos desejos de sua carne, visando garantir que não apenas fizesse o mínimo, mas alcançasse a maior recompensa por trabalho voluntário.
O apóstolo, agora, acrescenta uma segunda razão pela qual pregava o Evangelho sem o apoio financeiro de ninguém: ele achava isso mais eficaz. Ele afirma: “sendo eu livre de todos, fiz-me escravo de todos, para ganhar maior número”. Essa declaração se encaixa no versículo 18, no sentido de que Paulo deixando de lado seu próprio conforto para elevar a eficácia de seu ministério. Ele deixou de lado o conforto pessoal para conquistar mais pessoas para Cristo. Ele raciocinava que sua disposição de pregar voluntariamente (v. 17) produziria uma maior eficácia em alcançar mais pessoa para o Evangelho. Mais eficácia significaria uma maior recompensa.
Paulo diz aos crentes em Tessalônica (a quem ele havia levado a Cristo por meio da pregação do Evangelho) que eles eram parte de sua recompensa futura. Ele acreditava que a recompensa pela fidelidade deles a Jesus significaria uma recompensa maior para ele próprio (1 Tessalonicenses 2:19, 20). Quanto mais pessoas Paulo trouxesse a Cristo, mais oportunidades ele teria de suas recompensas.
Paulo não pregava o Evangelho por obrigação para com qualquer pessoa. Ele afirmava estar livre de todos os homens. Ele não tinha obrigação alguma para com nenhum ser humano. Porém, ele deixara de lado a seu próprio orgulho, seu próprio conforto e seus próprios direitos, a fim de ganhar a maior recompensa possível por meio da busca da obediência a Cristo. Ao fazer isso, ele se tornou escravo de todos.
Tornar-se escravo de todos não significava que Paulo fazia tudo o que os outros lhe dizizm para fazer. Nesta mesma carta à igreja em Corinto ele deixa isso claro. Paulo afirma estar livre de todos os homens, mas tornou-se escravo de todos, na medida em que orienta suas ações para o melhor interesse dos outros, de acordo com seu chamado. Ele havia determinado que, se auto-sustentando financeiramente, ele poderia conquistar mais pessoas para Cristo.
Paulo continua a expor o que significava ter se tornado voluntariamente escravo de todos. Sua principal estratégia era se encontrar com as pessoas exatamente onde elas estavam, para que pudessem ouvi-lo e se identificar melhor com o Evangelho de Jesus. O apóstolo afirma: “Para os judeus, tornei-me como judeu, a fim de ganhar os judeus”. Isso é consistente com seu objetivo de alcançar mais. Paulo, é claro, era judeu. Ele continuou a praticar os costumes judaicos durante todo o seu ministério (Atos 28:17). IssoSua declaração é coerente com esse raciocínio.
Paulo mandou circuncidar Timóteo para ganhar mais judeus, já que a mãe de Timóteo era judia. Ele fez isso mesmo crendo que os gentios não precisariam ser circuncidados, porque isso seria procurar ser justificado por obras (Gálatas 2:17). Quando Paulo ia para uma nova cidade, ele geralmente pregava na sinagoga local, onde os judeus se reuniam para adorar (Atos 13:14; 14:1; 17:1; 17:10,;, 1718:419).
Paulo mantinha os costumes judaicos rigorosamente como exemplo para aqueles que estão sob a Lei (judeus). Paulo se comportava como sob a Lei, mantendo os costumes judaicos, mesmo sabendo que, em Cristo, isso era desnecessário. Ele reconhecia que, em Cristo, ele não estava sob a Lei. Paulo entendia que os costumes judaicos eram apenas costumes, hábitos. Eles não tinham nenhuma conexão com a justificação aos olhos de Deus. Eles não eram o caminho para a justiça (Romanos 9:30-32). No entanto, seu objetivo era conquistar aqueles que estavam sob a lei. Assim, ele se encontrava com os judeus onde eles estavam. Ele não queria criar obstáculos. Ele deixou de lado a seu próprio conforto para o benefício dos outros.
Por outro lado, ele também encontrou os gentios onde estavam, os que estavam sem a lei. Ele não exigia que eles o encontrassem onde estava. O próprio Paulo não era parte dos sem lei. Ele mantinha todos os costumes judaicos, conforme acabara de afirmar. Porém, Paulo percebeu estar sujeito a uma lei mais elevada que a lei de Moisés. Ele reconhecia estar sob a lei de Cristo. Jesus pôs fim à lei para todos os que crêem (Romanos 10:4). Ele enviou o Espírito Santo para escrever a lei no coração de todos os que creram Nele (Hebreus 8:10), para que, agora, ao andarem em espírito, os crentes em Jesus possam cumprir a lei (Romanos 8:4).
Seu objetivo ao encontrar os gentios em seus próprios termos era: “...ganhar os que estão sem lei”, ou seja, os gentios. A "lei" à qual Paulo se referia era a lei judaica, a Torá. Uma das maneiras de Paulo se conectar com os gentios era por meio de seu trabalho, entrando no mercado juntamente com outros gentios.
Paulo se conectava com as pessoas onde quer que elas estivessem. Ele diz: “...para os fracos, tornei-me como fraco, a fim de ganhar os fracos”. Talvez sua ideia de ser fraco fosse escolher ganhar seu próprio pão trabalhando vocacionalmente. A palavra traduzida como “fraco” também pode ser traduzida como "inexpressivo". Paulo ganhava seu salário ao lado de muitos gentios na cidade. Ele vivia como plebeu. Talvez fosse no ambiente de trabalho que ele conseguisse se conectar com as pessoas, dando a ele a oportunidade de conquistá-las para Cristo.
Paulo afirma: “Tornei-me tudo para todos, para de todo e qualquer modo salvar alguns”. Paulo ainda estava respondendo à pergunta do versículo 18. Ele chegará ao tema da recompensa (prêmio) na passagem seguinte. Nesta passagem, ele relata à igreja em Corinto seu motivo para renunciar ao seu direito de receber apoio financeiro como ministro do Evangelho. A à qual ele buscava havia feito com que ele deixasse de lado o conforto, o eu, o orgulho e qualquer outra coisa que pudesse atrapalhá-lo. Ele resume esta seção com uma declaração geral:
Tudo faço por causa do evangelho, para dele tornar-me coparticipante (v. 23).
Tudo o que Paulo fazia, ele o faziz por causa do Evangelho. É importante notar que a idéia de Paulo sobre o Evangelho era abrangente, incluindo o novo nascimento, a entrada das pessoas na família de Deus pela graça, pela fé, à parte das obras (João 3:14-16; Efésios 2:8-9).
A palavra “evangelho” significa "boas novas". Há muito mais nas "boas novas" de Jesus Cristo do que meramente a oportunidade de nascer na família de Deus. A realidade da família de Deus é que ela é uma família real, com uma herança real. Paulo fazia todas as coisas por causa do Evangelho para que pudesse se tornar participante do Evangelho. Ao trazer outras pessoas a Cristo, Paulo produzia a oportunidade de receber grandes bênçãos. No final deste capítulo, Paulo convidará os coríntios (e todos os crentes que viessem depois deles) a participar do Evangelho em toda a sua extensão.
Fazer parte da família de Deus é um dom gratuito concedido incondicionalmente através da fé. Porém, cada crente também pode receber a herança de reinar com Cristo em Seu Reino por meio da obediência. Esta é uma notícia surpreendente! Essa recompensa está condicionada ao caminhar em obediência a Cristo. Paulo estabelece esse princípio claramente em Romanos 8:16-17:
O Espírito mesmo dá testemunho com o nosso espírito de que somos filhos de Deus. E, se filhos, também herdeiros; herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo, se realmente padecemos com ele, para que também com ele sejamos glorificados (Romanos 8:16, 17).
Note que ser "herdeiro de Deus" é uma realidade incondicional para quem tem o Espírito de Deus. O Espírito de Deus é dado aos crentes assim que crêem em Jesus. Sua aceitação por Deus é incondicional.
Porém, ser "co-herdeiro com Cristo" é uma recompensa condicional. A aprovação de Deus está condicionada às nossas ações. Nosso Pai celestial só aprova as coisas que nos beneficiam. Alcançamos a recompensa de sermos "co-herdeiros com Cristo" apenas "SE de fato sofrermos com Ele". Sofremos com Jesus sempre que caminhamos em completa dependência Dele, servindo uns aos outros com humildade, buscando o melhor para eles. Esta é a maneira pela qual podemos ser "glorificados" com Jesus, compartilhando Sua recompensa como "co-herdeiros" e reinando em Seu Reino. Paulo explica aos coríntios como ele aplica esse princípio à sua própria vida.
Paulo luta contra sua própria carne para alcançar essa grande recompensa. Ele escolheu uma vida difícil, em vez de buscar o conforto disponível através de uma equipe de apoiadores financeiros. Trabalhar para se auto-sustentar era apenas um dos muitos caminhos de menor conforto escolhidos por Paulo (2 Coríntios 11:23-27). O apóstolo faz um cálculo racional de investimento. Ele procura deixar de lado o conforto para sofrer os sofrimentos de Cristo para poder alcançar o maior prêmio disponível na vida. Esse prêmio é o de agradar a Jesus e fazer as obras que Ele preparou de antemão (Efésios 2:10).
Em seguida, Paulo usa uma analogia atlética para aprofundar seu argumento. Ele abordará isso nos últimos versículos deste capítulo.