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Significado de 1 Coríntios 9:8-12a
Paulo continua a defender o princípio de que os que ministravam o Evangelho tinham o direito de ser apoiados por outros, embora explique por que ele mesmo não aceitava tal apoio. Nos versos anteriores, o apóstolo havia se referido ao bom senso, observando que soldados, fazendeiros e pecuaristas esperavam ser pagos e obter as recompensas de seus trabalhos. Paulo afirma, porém, que não falava essas coisas “como homem”. Embora fosse um princípio óbvio da natureza, era também um princípio especificamente prescrito na Lei.
Paulo pergunta retoricamente: “Ou não o diz também a lei?” A resposta esperada para sua pergunta retórica era "sim". A Lei incluía, de fato, esse princípio. Paulo observa: “...na Lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca do boi quando debulha". Paulo cita Deuteronômio 25:4, que literalmente diz respeito ao bem-estar do animal. O boi que fazia o trabalho de debulhar os grãos das colheitas precisava comer um pouco da colheita que estava sendo debulhada para que ganhasse a energia necessária para continuar trabalhando. Seria negligência ao bem-estar do animal forçá-lo a usar uma focinheira, pois ele não conseguiria comer enquanto trabalhava e, no final das contas, produziria menos. Isso significaria uma má gestão, resultando em lucros menores.
Paulo afirma que Deus tinha um princípio superior. Ele pergunta retoricamente: “Acaso, cuida Deus dos bois?” A resposta para a pergunta retórica era "não", conforme Paulo deixa claro ao fazer e responder uma outra pergunta retórica: “Ou é seguramente por nós que ele diz isso? De certo, por amor de nós foi escrito”. Paulo ensina aqui que a disposição da lei era realmente voltada aos seres humanos e que era uma grande tolice reter o pagamento dos funcionários. Assim como o boi precisava de sustento para trabalhar duro, o mesmo acontecia com os empregados humanos. No caso dos missionários, se eles precisassem investir seu tempo para suprir às suas necessidades, eles teriam menos tempo para ministrar o Evangelho.
Paulo continua a expor o princípio de não se amordaçar ao boi enquanto ele trabalha na debulha. Ele explica que é sábio pagar salários adequados, porque “quem lavra deve lavrar com esperança; e quem debulha deve debulhar com esperança de participar dos frutos”. A esperança da recompensa por seu trabalho levará a pessoa a trabalhar ainda mais. Como um boi que recarrega suas energias ao comer, os seres humanos ganham mais energia na esperança de receber suas recompensas. Da mesma forma, o debulhador deve ser capaz de debulhar na esperança de compartilhar as colheitas. A debulha é feita após a colheita, separando-se o fruto dos talos. Os que trabalham na colheita também devem ter esperança de compartilhar o benefício da colheita. É um fato da vida: os seres humanos trabalham mais quando têm esperança na recompensa por seu trabalho.
Paulo, então, aplica esse princípio da Lei - de que os bois não devem ser amordaçados enquanto trabalham na debulha - a como os seres humanos devem ser recompensados por seus trabalhos, afirmando: “Se nós vos semeamos as coisas espirituais, é, porventura, grande coisa se colhermos as vossas coisas materiais?” Paulo deixa claro que, como apóstolo, ele tinha todo o direito de ser sustentado financeiramente pelos coríntios. Paulo havia semeado coisas espirituais na igreja de Corinto; assim, ele tinha o direito de colher coisas materiais deles na forma de apoio financeiro. Isso, novamente, era consistente com a natureza, com a Lei e com o sacerdócio levítico. Aparentemente, outros missionários haviam começado a ser apoiados financeiramente pelos coríntios, porque Paulo pergunta: “Se outros participam desse direito sobre vós, por que não ainda mais nós?”
Talvez os que estavam recebendo benefícios financeiros da igreja em Corinto estivessem denegrindo a autoridade de Paulo. Eles poderiam estar fazendo isso pensando que a influência de Paulo na igreja em Corinto era uma ameaça a seu próprio sustento. Paulo aborda exatamente essa situação na igreja em Filipos. Ele observa que havia pessoas que pregavam o Evangelho "por discórdia, não sinceramente". Sua resposta a essa triste realidade foi: “Mas que importa? Contanto que de qualquer modo, ou por pretexto ou por verdade, Cristo seja anunciado; nisso me regozijo, e me regozijarei" (Filipenses 1:17, 18).
Um caso semelhante parecia estar acontecendo na igreja em Corinto. Paulo sabia que os que ministram o Evangelho tinham inveja dele. O apóstolo se recusa a se opor a eles, mas busca se elevar e buscar um plano superior. É exatamente isso que Paulo continua explicando: a recompensa que ele buscava era muito maior do que um mero apoio financeiro. Ele desejava alcançar o maior prêmio da vida. Para ele, aceitar qualquer apoio financeiro poderia atrapalhá-lo em seu projeto.
Assim, embora fosse bom para os outros buscarem apoio financeiro, um princípio totalmente endossado por Paulo, ele tinha um objetivo maior. Ele estava buscando uma recompensa muito maior. Ele tinha esperança de ganho, mas sua esperança era muito maior que meras finanças terrenas. A seguir, ele passa a explicar por que bancava a seu ministério e por que parecia ignorar a inveja dos outros missionários. Porém, primeiro, ele fará uma afirmação adicional do princípio de que os missionários do Evangelho tinham o direito de ganhar a vida com o Evangelho, referindo-se ao sacerdócio levítico.