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Significado de Atos 4:1-4

Pedro e João são presos pelos saduceus por ensinarem que Jesus havia ressuscitado. Porém, muitos dos que os ouviram pregar o Evangelho creram e a igreja cresceu para 5000 homens.

Tendo acabado de curar ao coxo no pátio do templo, Pedro e João atraem uma grande multidão de pessoas.

Enquanto Pedro e João estão pregando o Evangelho de Jesus, falando ao povo no pátio do templo, os sacerdotes, o capitão da guarda do templo e os saduceus se aproximaram deles. Este grupo de sacerdotes, guarda do templo e saduceus havia ficado muito irritado porque Pedro e João estavam ensinando o povo e proclamando a ressurreição de Jesus dos mortos. O capitão da guarda do templo era basicamente o chefe de polícia, logo abaixo do sumo sacerdote no poder. Este grupo constituía os poderes políticos que governavam o templo.

Os saduceus e os fariseus tinham suas raízes na revolta dos Macabeus (cerca de 160 a.C.). Os governantes gregos, os selêucidas, sob Antíoco Epifanes, haviam decidido acabar com o judaísmo e tornaram as práticas judaicas ilegais. Assim, os sacerdotes, os Macabeus, iniciaram uma revolta que parecia fadada ao fracasso, mas Deus interveio e milagrosamente salvou o judaísmo. Israel tornou-se um reino independente mais uma vez e diferentes seitas políticas e religiosas surgiram. Eventualmente, Roma conquistaria Israel em 63 a.C., em grande parte devido à competição entre as facções judaicas concorrentes; porém, os fariseus e saduceus mantiveram o poder sobre o templo e tinham influência sobre os líderes romanos, bem como sobre o povo.

Assim, os fariseus e saduceus descendiam desses heróis nacionais; ambos tinham suas raízes no tremendo esforço dos Macabeus para salvar o judaísmo. Agora, porém, seu objetivo havia sido distorcido, pois foi em nome da salvação do judaísmo que eles crucificaram a Jesus (João 11:48). Assim, eles se afastaram de Deus e buscaram suas próprias vontades. Se estivessem buscando à vontade de Deus, teriam reconhecido a Jesus como o Messias, não como um inimigo político.

Mesmo assim, na época de Jesus, os fariseus eram realmente muito respeitados pelo povo de Israel. Isso pode ser observado na seguinte interação entre Jesus e Seus discípulos:

"Então os discípulos vieram e disseram-lhe: Sabes que os fariseus se ofenderam quando ouviram esta declaração?'" (Mateus 15:12).

Nesta passagem de Mateus 15, é evidente que a ofensa dos fariseus era algo ao qual os discípulos supunham ser problemático, indicando seu respeito por eles.

Os saduceus não eram populares; no entanto, eles detinham o sacerdócio e o sumo sacerdócio, transformando a adoração no templo em um esquema para ganhar dinheiro, conforme Jesus observa ao virar as mesas dos cambistas:

"E entrou no templo e começou a expulsar os que estavam comprando e vendendo no templo, e derrubou as mesas dos cambistas e os assentos dos que vendiam pombas; e Ele não permitia que ninguém levasse mercadorias pelo templo. E começou a ensinar-lhes e a dizer-lhes: Não está escrito: 'A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações'? Mas você fez disso uma cova de ladrões'" (Marcos 11:15-17).

O próprio Jesus havia condenado a liderança dos saduceus, comparando-os a serpentes (Mateus 3:8), dizendo a Seus discípulos que não ouvissem a seus ensinamentos (Mateus 16:12).

Os saduceus são mencionados aqui, não os fariseus, provavelmente porque este episódio ocorre no templo, controlado pelos saduceus. Os saduceus podem ter ficado particularmente irritados com Pedro e João porque eles acreditavam que o Reino Messiânico havia começado com a vitória dos Macabeus sobre Antíoco Epifanes, e que eles (os saduceus) governavam e reinavam no lugar do Messias, não havendo, portanto, Messias por vir. Eles controlavam o templo e, a seus olhos, Pedro e João estavam espalhando heresias. Eles não acreditavam na ressurreição (Atos 23:8). Diante dessa postura, era compreensível que ficassem muito perturbados porque Pedro estava ensinando ao povo e proclamando a ressurreição de Jesus dentro os mortos.

Pedro não estava apenas ensinando explicitamente que a ressurreição havia sido real, mas ele ensinava sobre a pessoa a quem eles haviam matado apenas algumas semanas antes. A ressurreição de Jesus era um golpe na doutrina dos saduceus e uma destituição de seu poder. Eles não queriam que o povo judeu ouvisse a esse ensinamento porque aquilo ameaçava sua autoridade, caso o povo acreditasse nele.

Então puseram as mãos sobre Pedro e João e os colocaram na cadeia até o dia seguinte, pois já era noite.

Aqueles que prenderam a Pedro e João queriam reunir todo o Sinédrio (conselho governante judaico) e colocá-los em julgamento, como haviam feito com Jesus. O Sinédrio era composto por setenta fariseus e saduceus, líderes religiosos que controlavam Israel. Porém, já era noite, tarde demais para reunir o conselho; então, por enquanto, eles colocam Pedro e João na cadeia. No entanto, muitos dos que haviam ouvido a mensagem de Pedro creram e o número dos homens que creram em Jesus como o Messias chegou a cerca de cinco mil.

Cinco mil homens creram e se juntaram à igreja primitiva. Todos eram crentes judeus. Este número não parecia incluir as mulheres ou as crianças, que também podem ter crido Nele naquele dia. Um grande número de pessoas passou a crer no Evangelho após ver aquele coxo ser subitamente curado. Presumivelmente eles se arrependeram, como Pedro os exortou (Atos 3:19). Eles viam agora que Jesus, que havia sido morto pelos líderes e multidões judaicas, era realmente o Messias de Deus e estava vivo. A evidência era a cura dos enfermos, assim como Jesus havia feito durante Seu ministério, mostrando que Ele trazia vida e restauração, levando as pessoas de volta a Deus (Atos 3:20-21, 26).

Veremos ao longo de Atos que o Evangelho é sempre apresentado aos judeus através do convite ao arrependimento. Os judeus criam em Deus e em Sua palavra. Eles precisavam se arrepender de não obedecerem a Deus pois, se obedecessem a Deus, eles seguiriam a Seu Filho. Os gentios são convidados a crer. Os gentios criam que os deuses pagãos que podiam ser manipulados. Suas práticas forneciam justificativas morais para comportamentos imorais. Para ambos os problemas, a morte e ressurreição de Jesus os salvaria (João 3:14-16).

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