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Significado de Amós 1:1-2
A profecia de Amós começa com um versículo que fornece ao leitor o contexto histórico do profeta e do livro. Amós, cujo nome provavelmente signifique "carregador de fardos", estava entre os pastores de ovelhas de Tecoa. O lugar chamado Tecoa era uma pequena cidade em Judá, localizada a cerca de oito quilômetros a sudeste de Belém, à beira do deserto da Judéia (2 Crônicas 11:6).
Foi em Tecoa que Amós recebeu as palavras divinas através de visões a respeito de Israel nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel. A palavra “visão” é um termo técnico usada para indicar uma forma de revelação divina. O verbo pode ser traduzido como "ver" ou "perceber". O que o profeta viu dizia respeito a Israel, o reino do norte com suas dez tribos. Recorde-se que, durante os reinados do rei Davi e do rei Salomão, Israel estava unido. As tribos do norte e do sul compartilhavam um rei em comum (2 Samuel 3:10; 19:11-15, 43; 24:1-9; 1 Reis 1:35). No entanto, após a morte de Salomão, a monarquia unida entrou em colapso porque seu filho e sucessor, Roboão, rejeitou ao conselho dos anciãos que lhe pediram para aliviar as políticas de impostos e trabalho forçado empregadas por Salomão.
Ou seja, eles pediram uma redução de impostos. Como Roboão se recusou a reduzir seu fardo na época, "Israel partiu para suas tendas... Ninguém, exceto a tribo de Judá, seguiu a casa de Davi" (1 Reis 12:16-20). Isso significa que as dez tribos do norte, chamadas Israel, não seguiriam mais aos herdeiros de Davi. Quando Roboão envia seu coletor de impostos para as dez tribos do norte de Israel, eles o matam, mas Deus informa a Roboão por meio do profeta Semaías que aquela divisão era Sua vontade; assim, o rei não deveria retaliar, evitando assim uma guerra civil (1 Reis 12:18, 22). Desde então, o reino foi dividido entre o reino do norte (Israel) e o reino do sul (Judá) (juntamente com a tribo de Benjamim). Cada nação tinha seu próprio rei. Amós profetiza durante o reinado de Uzias, rei de Judá. Ao mesmo tempo em que Uzias reinava em Judá, Jeroboão, filho de Joás, reinava em Israel.
Amós recebe a revelação divina durante um momento especial na história de Israel. Nos dias de Amós, tanto Israel quanto Judá desfrutavam de um período de prosperidade material e estabilidade política. Anteriormente, os arameus haviam atacado Israel, mas foram sido enfraquecidos quando o rei Adade-Nirary III da Assíria captura a capital da Síria (Damasco) em 800 a.C. Além disso, o Egito estava em declínio e a Assíria começava a perder poder depois de derrotar Damasco. Assim, Israel e Judá permaneceram em paz por algum tempo.
Infelizmente, durante este tempo de riqueza e paz, Israel mergulhou na apostasia religiosa, injustiça social e imoralidade. É durante este período que o Senhor ordena a Amós que viaje ao reino de Israel para avisá-los do julgamento que se aproximava. Neste caso, Deus envia um profeta do reino de Judá para advertir àqueles que viviam no reino de Israel. Isso indica que, para Deus, eles ainda eram Seu povo.
Este envio de Amós ocorre dois anos antes do terremoto, um evento que os arqueólogos datam entre 765 e 760 a.C. Isso concorda com a lembrança do profeta Zacarias sobre o terremoto, que aconteceu "nos dias de Uzias, rei de Judá" (Zacarias 14:5). Tal evento deve ter tido um grande impacto nos povos antigos, porque foi lembrado muitos anos depois. Talvez tivesse sido considerado como um sinal do julgamento de Deus.
No versículo 2, o profeta descreve a voz poderosa de Deus: O Senhor ruge de Sião e, de Jerusalém, pronuncia Sua voz. O verbo “rugir” significa proferir um grito profundo e prolongado e é normalmente usado para um leão que está à espreita de sua presa (Amós 3:4; Juízes 14:5). No entanto, o verbo é usado aqui para descrever o poder majestoso do SENHOR, bem como Sua ira contra Israel. O lugar chamado Sião é uma montanha localizada no lado oriental de Jerusalém, a capital de Judá. Neste versículo, Sião e Jerusalém são usados como sinônimos para explicar o local onde Amós ouve a voz de Deus.
Como resultado do rugido de Deus a partir de Sião e Jerusalém, os pastos e os pastores choram e o cume do Carmelo seca. Jerusalém estava no território de Judá. O Carmelo estava no território de Israel. É uma cordilheira montanhosa que se estende por cerca de 35 quilômetros ao longo do Mar Mediterrâneo e se projeta para sudeste no fértil Vale de Jezreel. É uma terra fértil com abundantes bosques, flores e vinhedos. Porém, a poderosa voz de julgamento de Deus causaria uma seca devastadora, desde o pasto dos pastores até o cume do Carmelo. Esta seca seria uma evidência do julgamento de Deus. Um julgamento semelhante é descrito em Deuteronômio 28:23-24.