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Significado de Colossenses 1:21-23
Com base na seção anterior, Paulo continua a falar sobre o poder de Jesus para transformar as vidas. Paulo falou sobre isso em um sentido geral, mas aqui ele começa a falar de uma maneira mais pessoal aos crentes em Colossos.
Paulo menciona o estado dos colossenses antes de chegarem à fé em Jesus, o majestoso Criador e sustentador de todas as coisas, dizendo: Embora fostes anteriormente alienados e hostis na mente. A preposição inicial conecta a obra geral de Cristo no céu e na terra indicada nos versículos anteriores. Antes de chegarem à fé, os colossenses eram alienados e hostis Àquele que os criou.
Paulo desejava reconhecer que os colossenses, como todos nós, eram separados de Deus antes de se apegarem à fé. Ele deseja lembrá-los da jornada que fizeram - “anteriormente” talvez seja a palavra mais importante nesta seção. Antes da chegada do poder de Cristo, os colossenses eram alienados e hostis em suas mentes. Ser “alienado” significa ser afastado, deixado de fora, excluído do relacionamento e da comunhão com Deus.
A expressão “hostil na mente” é a palavra grega "echthros", significando "inimigo" ou "odiado". Assim, a sugestão aqui é ser inimigo em suas mentes. Ser hostil na mente em relação a Cristo, nosso Criador e sustentador, significa ser hostil contra si mesmo, em desacordo com seus verdadeiros interesses. Ser alienado e hostil em relação a Cristo significa estar em um estado de desalinhamento com a realidade. Isso inevitavelmente resulta em grande dor interna e confusão.
Naturalmente, o afastamento do que é bom, ou seja, Cristo, nos leva a nos envolver em más ações. A forma como percebemos as coisas nos leva à forma como agimos. Ser hostil na mente em relação a Cristo nos faz perceber que o mal é bom e os atos autodestrutivos são benéficos.
Paulo mostra aos colossenses como os pensamentos malignos levam aos maus comportamentos. Se isso for verdade, o inverso também é: os pensamentos corretos levam a comportamentos corretos.
Os pensamentos corretos são possibilitados pela ação de Jesus, criando em nós uma nova realidade. Paulo apresenta essa nova realidade da seguinte maneira: Ele os reconciliou em Seu corpo carnal através da morte. A reconciliação consiste em se tomar as distorções do pecado - a adoção do mal, da perversidade e da não-realidade - e corrigi-las, realinhá-las com a verdade, restabelecendo a realidade no lugar da falsidade. A morte de Jesus na cruz serviu como forma de reconciliar a cada um de nós, recolocando-nos em harmonia com o nosso Criador. Jesus fez isso sacrificando o seu corpo carnal, matando a sua carne no lugar da nossa. Ele carregou os nossos pecados para que pudéssemos nos reconciliar com Deus através de Sua morte.
Jesus afirmou que este novo nascimento está disponível a todos os que têm fé para olhar para Ele na cruz e para receber a libertação do veneno do pecado (João 3:14-15). Paulo é explícito nesta passagem: somente por meio de Jesus a realidade de reconciliação com Deus pode ser experimentada.
Ele faz isso para apresentá-lo diante Dele, santo e irrepreensível. A morte de Jesus nos permite um caminho para nos relacionarmos com Deus como Seus filhos, acabando assim com nosso distanciamento. Isso é um dom. E, como sabemos, os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis (Romanos 11:29).
Após nascermos fisicamente, precisamos aprender a andar. Uma vez que aprendemos a andar, precisamos aprender a correr. O mesmo acontece com o nascimento espiritual. Recebemos uma nova natureza por meio de Cristo; isso é um dom, assim como o nascimento físico é um dom. Porém, devemos aprender a andar nessa nova natureza, deixando de lado a natureza velha e pecaminosa, a fim de obtermos o pleno benefício de nossa nova vida em Cristo. Somente através do poder da ressurreição de Jesus podemos nascer e somente através do poder da ressurreição de Jesus podemos andar em nossa nova natureza.
Nascer é um dom de Deus; mas, aprender a andar em Seus caminhos requer uma escolha: uma obediência ativa. É essa obediência que permite a Jesus apresentar os crentes diante Dele santos e irrepreensíveis. Sabemos que essa frase se refere às recompensas da vida e não ao nosso relacionamento com Deus como filhos, porque Paulo condiciona essa declaração: Se, de fato, continuardes na fé, firme e estabelecida, e não vos afastardes da esperança do Evangelho que ouviste. Se isso se referisse ao novo nascimento, isso significaria que a morte de Jesus foi insuficiente, que devemos crer em Jesus e também continuar na fé a fim de nos reconciliarmos com Deus, o que contradiria a afirmação de Paulo no início deste capítulo. Somos reconciliados com Deus unicamente através da morte e ressurreição de Jesus.
No entanto, Paulo ensina consistentemente que cada crente será apresentado diante de Deus para receber recompensas pelas obras feitas nesta vida (Romanos 8:17b; 14:12; 1 Coríntios 3:10-17;2 Coríntios 5:10; Gálatas 6:7-9; Efésios 6:5-8; Filipenses 2:5-10; Colossenses 3:23).
Para sermos apresentados diante de Deus como fiéis nesta vida e alcançarmos as maiores recompensas da vida, devemos continuar vivendo na fé firmemente estabelecida na verdade da Palavra de Deus. Somos aceitos incondicionalmente como filhos na família de Deus, mas devemos andar de maneira firme para obtermos as recompensas disponíveis aos crentes e experimentarmos as maiores bênçãos possíveis por meio de uma caminhada de obediência.
A fim de alcançarmos as maiores recompensas disponíveis desta vida, devemos evitar ser afastados da esperança do Evangelho. A esperança infere algo futuro. Uma vez que nascemos de novo, somos plenamente aceitos por Deus devido à morte de Cristo na cruz. Porém, também temos uma esperança futura de que seremos libertados da presença do pecado através da ressurreição em novos corpos. A esperança do Evangelho também inclui a fé de que Deus recompensará aos que resistirem às tentações deste mundo e sofrerem ao lado de Cristo (Colossenses 3:23).
Deus nos possibilitou andar na luz. Andar na luz produz a maior das recompensas de Deus, mas também traz a rejeição do mundo. A maioria das pessoas escolheria a luz ao invés das trevas, mas é preciso uma perspectiva renovada para discernirmos o que é verdadeiramente a luz.
A obra de Cristo nos possibilita caminhar na luz, mas a intimidade com Deus ainda é uma escolha. Somos aceitos por Deus por causa do que Jesus fez, mas para andarmos em comunhão com Deus devemos continuar na fé firmemente estabelecida. Não podemos participar plenamente de Seu Reino sem escolher fazer isso. Para participarmos do Reino, precisamos continuar na fé.
Devemos continuar a confiar em Deus. Tal confiança foi firmemente estabelecida através do trabalho de Epafras e dos primeiros compromissos dos colossenses (Colossenses 1:3-8). Paulo os recorda de seu primeiro amor, por assim dizer. Em Apocalipse, Jesus convida a igreja em Éfeso a retornar ao seu primeiro amor, a fim de obter a maior recompensa por sua fidelidade, a recompensa daqueles que "venceram" (Apocalipse 2:1-7). Jesus afirma que Ele venceu e agora convida Seus filhos na fé a vencer da mesma forma, alcançando a grande recompensa que Ele alcançou (Apocalipse 3:21).
A expressão “firmemente estabelecida” significa "lançado como alicerce" ou "fundamentado". Paulo associa isso à palavra grega "hedraios", traduzida como “firme”, significando "assentado" ou "sedimentado". Assim, a fé deles estava alicerçada (firmemente estabelecida) e firme, imóvel. A maneira pela qual podemos viver uma vida que agrade a Deus, uma vida à qual Ele recompensará grandemente, é vivermos de acordo com a verdade da Sua Palavra, sem vacilar, não importam os obstáculos do caminho.
Assim, novamente, a bênção do relacionamento com Deus - a preciosa reconciliação possibilitada por Jesus - nos pertence, de forma incondicional, por causa de Jesus; porém, só é experimentada quando nos posicionamos de maneira inabalável, continuamente escolhendo permanecer fiéis. Paulo acrescenta: E não vos afastastes da esperança do Evangelho que ouvistes. Paulo os está orientando. Ele está dizendo: “Vocês foram colocados no caminho certo, continuem nele. Mantenham o curso. Mantenham sua esperança. Continuem a crer que Jesus fará valer a pena. Não deixem que o mundo os derrube.”
A esperança do Evangelho à qual devemos nos apegar firmemente foi proclamada em toda a criação debaixo do céu. Aqui, Paulo restabelece a conexão entre a obra de Jesus em cada indivíduo e a obra maior de Seu Reino. Toda a obra de Deus, tudo o que Ele criou, referido por Paulo como toda a existência, anuncia o Evangelho. Todas as coisas testemunham, proclamam a supremacia de Cristo. Paulo diz algo semelhante em sua carta aos Romanos, onde afirma que todos ouviram o Evangelho, porque toda a natureza, toda a criação, fala continuamente sobre Deus (Romanos 10:18). Este versículo em Romanos cita o Salmo 19:
“Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de Suas mãos. Um dia profere palavras a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite” (Salmos 19:1-2).
"Seu poder eterno e a sua divindade, claramente se veem desde a criação do mundo, sendo percebidas pelas suas obras" (Romanos 1:20).
Paulo estabelece uma conexão final para o Evangelho de Cristo — do qual (o Evangelho), eu, Paulo, fui feito ministro. A palavra “ministro” aqui, "diakonos", é a mesma usada para descrever a Epafras no versículo 7. Significa ser um "portador de recados" ou "alguém que serve em nome de outrem". Paulo diz aos colossenses o seguinte: “Não quero que vocês façam, pensem ou percebam nada menos do que eu mesmo faço, penso ou percebo. Estamos unidos em nosso chamado. Todos nós temos a mesma oportunidade de servir a Cristo e obter os grandes benefícios prometidos para nossa obediência.”
Todos os dias devemos escolher entre caminhar nas trevas da nossa velha natureza ou na luz de nossa nova natureza em Cristo. Devemos escolher entre a esperança do Evangelho ou o caminho da alienação e de uma mente hostil que nos leva à morte. No caso dos crentes que escolhem o caminho da alienação e de uma mente hostil, eles estão escolhendo andar na ira de Deus da qual foram libertos.
Conforme Paulo ensina em sua carta aos Romanos, a ira de Deus entrega as pessoas a seus desejos carnais (Romanos 1:24-28). Quando escolhemos a carne, ficamos alienados do Espírito e produzimos frutos da carne (Gálatas 5:16-26). Quando andamos na carne, experimentamos a morte da comunhão com Deus e com os outros, as recompensas pela fidelidade, como a paz, a sabedoria e todos os outros benefícios provenientes da fé firme na verdade das boas novas de Cristo.