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Significado de Colossenses 1:3-8

O poder do Evangelho une os crentes, de Paulo a Colossos e até os confins da terra.

Paulo (com Timóteo) continua seu elogio aos crentes em Colossos. O objetivo de Paulo nesses versículos era o de conectar ainda mais as três entidades em jogo - ele mesmo/Timóteo como autores da carta, os crentes em Colossas como destinatários da carta e Jesus, a quem todos eles serviam.

Paulo/Timóteo dão graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. A palavra “agradecer” é a palavra grega "eucharisteo", relacionada à palavra “charis”, que significa "graça" ou "favor". Graça e gratidão estão intimamente relacionadas. A graça no versículo 2 foi concedida aos Colossenses a partir do papel de Paulo como embaixador de Cristo. Aqui, a gratidão é dada a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Inequivocamente, Jesus era o foco da conexão entre Paulo e os crentes colossenses. A palavra “Senhor” aqui é a palavra grega "kyrios", denotando proprietário, possuidor, a pessoa a quem algo pertencia. O termo vem da raiz "kuros", que significa "supremacia".

Assim, essas três entidades - Paulo/Timóteo, os colossenses e Deus/Cristo - estavam unidos, sem qualquer dúvida quanto a quem era o cabeça. A supremacia estava localizada em Cristo.

A ligação de Deus Pai e Jesus Cristo é uma ênfase a duas das três pessoas que formam o Deus único. Paulo conecta o "Javé" do Antigo Testamento com a revelação da supremacia do Novo Testamento, que era Jesus. Paulo escreve esta carta cerca de trinta anos após a morte de Jesus. Tal conexão ainda era muito nova para o mundo em geral, porém era a mensagem que Paulo ousadamente buscava confirmar.

Orando sempre por vós. Paulo estabelece a amizade eterna entre eles, baseada no parentesco entre os crentes em Colossos.

Paulo e Timóteo estavam orando pelos colossenses desde que ouviram falar de sua fé em Cristo Jesus e do amor que eles tinham por todos os santos. Esta era uma indicação bastante clara de que Paulo não visitou os colossenses pessoalmente. Ele ouviu falar deles. É importante para Paulo estabelecer que o que ele ouviu não eram apenas sobre seus problemas e lutas, mas fundamentalmente sobre sua fé em Cristo Jesus e o amor que tinham por todos os santos.

Ele ouviu coisas boas e isso o inspirou a orar pelos colossenses e cuidar de sua comunidade. Esta celebração dos colossenses reconhece dois valores sobre os quais Paulo havia ouvido falar: sua fé (ou confiança) na supremacia de Cristo e seu amor pelos crentes (não apenas em sua própria comunidade, mas a todos os santos ao redor do mundo). Isso elevava a obediência dos colossenses aos dois maiores mandamentos, conforme articulado por Jesus:

"[Jesus] disse-lhe: 'Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento'. Este é o grande e principal mandamento. A segunda é assim: 'Amarás o teu próximo como a ti mesmo'. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas" (Mateus 22:37-40).

Como qualquer bom líder, Paulo estava preparando o cenário, lembrando aos colossenses sobre a visão e o propósito de Cristo, bem como do grande contexto do Evangelho. Os colossenses eram importantes contribuintes para a realização desse propósito. Eles haviam provado serem merecedores da atenção de Paulo por meio de sua fidelidade, pois Paulo é estratégico ao investir seu tempo naqueles a quem ele considerava fiéis (2 Timóteo 2:2).

Paulo, então, os lembra do fundamento de sua e amor: Por causa da esperança depositada para vós no céu. Esta pode ter sido a maneira de Paulo lembrar aos colossenses de que a vida não tinha a ver com uma gratificação instantânea. Ele os chama a viver acima das circunstâncias. Recordar isso trazia uma esperança que os fazia amar e crer, uma confiança em algo maior do que suas circunstâncias atuais.

A palavra grega "apokeimai" é traduzida aqui como "reservado". Mais uma vez, Paulo relembrando os colossenses de seu “chamado superior”. Os crentes em Colossos tinham uma herança depositada no céu, uma recompensa que os aguardava, caso continuassem andando em fidelidade (Colossenses 3:23). No final da vida de Paulo, ele expressa sua própria esperança de que Deus havia preservado como que um tesouro depositado no céu por meio de sua obediência a Cristo:

"Por isso também sofro estas coisas, mas não me envergonho; porque sei em quem acreditei e estou convencido de que Ele é capaz de guardar o que lhe confiei até aquele dia" (2 Timóteo 1:12).

Essa esperança quanto a uma recompensa era tão certa quanto o relatório de seu estado como igreja. Paulo diz: Do qual já ouvistes na palavra da verdade, o Evangelho que chegou até vós. Este era um chamado à lembrança. Nada do que Paulo estava dizendo era novidade. Ele já havia ouvido isso anteriormente. Talvez precisassem de um lembrete. Eles haviam ouvido a palavra da verdade. Era verdade na época de Paulo e é verdade agora. O Evangelho (do grego "euangelion", "boas novas") fora trazido aos colossenses.

As boas novas começam com o novo nascimento espiritual. Recebemos vida nova pela fé, olhando para Jesus e crendo na cura do veneno venenoso do pecado (João 3:14-16). Porém, as boas novas contêm muito mais. Elas nos dão sentido e propósito para vivermos uma vida que se oponha ao mal, bem como aos sofrimentos por defendermos o que é verdadeiro, porque este é o meio de depositarmos tesouros duradouros no Céu.

Paulo elabora ainda mais sobre o poder e a importância do Evangelho. Não era apenas aos colossenses que a esperança havia sido comunicada e expressa: Assim como em todo o mundo também ele está constantemente dando frutos e crescendo, assim como tem feito em vós também desde o dia em que ouviram falar dele e compreenderam a graça de Deus na verdade. O propósito sobre o qual Paulo os lembra era a missão que estava se concretizando. O Evangelho estava se espalhando.

A missão estava sendo bem-sucedida em todo o mundo. O Evangelho estava crescendo e impactando o mundo. Realmente, o propósito era bem maior do que eles mesmos. Eles poderiam se orgulhar de pertencer a Cristo. O Evangelho estava se expandindo por todo o mundo, assim como vem fazendo em vós também. A semente do Evangelho estava sendo plantada e cultivada em todo o mundo, bem como nos corações dos santos em Colossos.

O Evangelho passou a crescer neles desde o dia em que o ouviram. Sua fidelidade crescia na medida em que caminhavam na obediência da fé, na esperança de ver sua fidelidade ser recompensada. Paulo afirma que eles não apenas haviam ouvido ao Evangelho, mas também entenderam a graça de Deus na verdade. A palavra grega para “entender” é "epiginosko", significando "tornar-se completamente familiarizado". "Ginosko" significa "aprender" ou "conhecer". "Epi" é uma preposição que significa "em". "Epiginosko", portanto, é um conhecimento mais profundo, visando uma verdadeira intimidade e compreensão. Quanto mais os colossenses entendiam a verdade do Evangelho, mais compreendiam seus benefícios.

Paulo os recorda de algo que eles já sabiam. Era fácil se esquecer disso, pois as circunstâncias podiam obscurecer ao seu melhor juízo. Os grandes benefícios do Evangelho são vistos através dos olhos da fé. Paulo os convidando a se lembrar da verdade mais profunda sobre quem eles eram e o que era o Evangelho ao qual serviam. Ele os motiva a continuar a caminhar no conhecimento da fé.

Paulo, então, os lembra do mensageiro que lhes havia trazido as boas novas que haviam alterado suas vidas: Assim como aprenderam com Epafras, nosso amado companheiro, que é um servo fiel de Cristo em seu favor. É provável que Epafras tenha sido a pessoa que levou o relato sobre os colossenses ao apóstolo. Lemos no capítulo 4 que Epafras estava com Paulo. É amplamente afirmado que Epafras aprendeu o Evangelho com Paulo durante a estadia de dois anos do apóstolo nas proximidades de Éfeso em sua segunda viagem missionária (Atos 19:10).

Paulo chama Epafras de "nosso amado companheiro servo.” A palavra “amado” aqui é "agepetos", uma forma da palavra "ágape". "Ágape" é uma das várias palavras gregas traduzidas para o português como "amor". "Ágape" é uma forma de amor ligada à ação. Um exemplo positivo dos atributos do amor ágape é mencionado em 1 Coríntios 13. A paciência é uma ação. Um exemplo negativo está em 1 João 2:16, onde "ágape" é usado para descrever aqueles que escolhem seguir às concupiscências do mundo. Ágape é amplamente considerado como o maior e mais íntimo tipo de amor - talvez porque seja o tipo de amor que nos estimula à ação.

Epafras é descrito como um servo por escolha. Alguns teólogos sugerem que o uso de servo por escolha aqui indicava que Epafras estava na prisão em Roma ao lado de Paulo. A palavra grega é "syndoulos", uma combinação de duas palavras. "Syn" significa "com" ou "ao lado" e é uma preposição que denota unidade. "Doulos" é o termo para "servo" ou "escravo". Portanto, "syndoulos" talvez seja mais apropriadamente entendido como um "servo que compartilha o mesmo senhor". O vínculo não é necessariamente o vínculo físico da prisão, mas o vínculo da unidade que vinha do reconhecimento da mesma supremacia.

Isso se alinha à agenda de Paulo nesses primeiros versos de Colossenses - mostrar como todos eles estavam conectados dentro da mesma equipe.

Epafras pode muito bem ter estado na prisão com Paulo (o versículo em Colossenses 4:12 é uma forte evidência disso). Aqui, servo por amor é um termo carinhoso sobre uma realidade espiritual, mostrando a unidade sob a qual Paulo e Epafras serviam. Há aqui uma verdadeira ironia. Embora pelo menos um deles estivesse preso em Roma, era a Cristo (e, por meio de Cristo, um ao outro) que ambos estavam verdadeiramente ligados.

Paulo elogia Epafras, um servo fiel de Cristo em nosso favor. A palavra para “servo” aqui é "diakonos", significando "portador de recados" ou alguém que servia em nome de outro. Muitas vezes é traduzido como "ministro". O uso que Paulo fez do pronome “nós” na frase "Epafras era um servo fiel em nosso favor" indica que Epafras estava servindo a Paulo e sua equipe e provavelmente também a seus companheiros crentes em Colossos. Portanto, Epafras era um excelente exemplo de alguém que trabalhava em equipe.

Em seguida, Paulo insinua novamente a possibilidade de que Epafras foi quem lhe atualizou sobre os colossenses, o que provocou a redação desta carta - ele também nos informa sobre seu amor no Espírito.

Epafras era o ponto focal da comunicação da igreja em Colossos. Ele levou o Evangelho aos colossenses, trouxe um relatório do estado dos colossenses a Paulo e relatou a Paulo o fervor dos crentes colossenses. No entanto, Paulo inclui a Timóteo como co-autor desta carta aos colossenses, o que poderia indicar que Paulo tinha a intenção de que Timóteo assumisse o lugar de Epafras.

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