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Significado de Colossenses 1:9-14

Paulo expressa sua esperança à igreja dos colossenses (e a todos os crentes), demonstrando como os atos de Jesus abriram o caminho para que esses desejos se tornassem realidades.

A linguagem de transição aqui é importante: Por isso, nós também. A expressão conecta o que foi dito antes com o que se segue. Nos versículos 3-8, Paulo elogia aos colossenses e ao companheiro de Paulo, Epafras, como seu emissário. Ele celebra tudo o que lhe havia sido apresentado em relação às obras da igreja sob a liderança de Cristo. A supremacia de Cristo era outra razão pela qual Paulo e Timóteo (e os que estavam com eles) louvavam aos colossenses.

Isso reforça ainda mais o vínculo entre o autor e seu público. Essa unidade havia sido estabelecida desde o dia em que soubemos dela. A razão pela qual os colossenses eram louvados como servos fiéis era sua obediência ao Evangelho, a origem e o alvo de todos os crentes.

Essas palavras qualificam o que viria a seguir. Por quê? Por isso, ou seja, pelo Evangelho). Quando? Desde o dia em que ouvimos falar. E, por fim, o quê? Não deixamos de orar por vós e de pedir que sejais cheio do conhecimento de Sua vontade em toda a sabedoria e compreensão espiritual.

Paulo revela seu desejo aos colossenses — que eles fossem cheios de conhecimento, mas não de um conhecimento intelectual. Na verdade, a palavra “conhecimento” aqui, "epiginose", significava "uma compreensão precisa e correta", um conhecimento mais profundo. Paulo pede a eles (através de suas orações) um conhecimento preciso da vontade de Deus. Um sinônimo da palavra “vontade” é "desejo" ou "propósito" - um desejo profundo. Paulo desejava que os colossenses compreendessem e se alinhassem com o coração de Deus.

Isso ocorreria quando eles chegassem ao conhecimento preciso em toda sabedoria e compreensão espiritual. Nesse contexto, a sabedoria pode ser descrita como a capacidade de discernir, as escolhas práticas que fazemos. No caso de Paulo, ele desejava que os colossenses tivessem sabedoria espiritual para ver as coisas como Deus as via. A palavra “entender” aqui é "sinese", significando "correr junto, fluir com". Pense na palavra “sinergia”. Trata-se de um alinhamento sincronizado, maior do que apenas a soma das partes. Isto é o que se entende por “compreensão” ("sinese") aqui. Ao ver as coisas da perspectiva de Deus, uma verdadeira compreensão da realidade é alcançada.

Encravada entre a sabedoria e a compreensão (na sintaxe grega) está a palavra espiritual. Significa "não carnal", não na carne. Portanto, Paulo não estava falando sobre uma sabedoria distorcida e invertida, ou a compreensão de algo que o mundo afirmava ser correto, mas o conhecimento verdadeiro e eterno da realidade e dos propósitos de Deus.

Consideremos a metáfora das bonecas russas (matrioskas):

  1. A maior das bonecas nesta passagem é a razão, ou o Evangelho.
  2. A próxima é a oração intercessora de Paulo e sua equipe.
  3. A terceira, um pouco menor, é que os colossenses fossem preenchidos com o conhecimento preciso da vontade de Deus.
  4. A quarta "boneca" é toda sabedoria e compreensão espiritual.

Todas cabem uma na outra. É uma visão crescente, transcendente.

  1. O Evangelho é a razão.
  2. Por causa da esperança do Evangelho, os apóstolos oram e intercedem.
  3. Por meio de sua intercessão e orientação, os colossenses são inspirados e conhecem o caminho para serem preenchidos com o conhecimento preciso.
  4. Através desse preenchimento, os crentes alcançam a sabedoria para agir e o entendimento ("sinese") que lhes permite comungar com Deus e estar no fluxo de Sua vontade.

Paulo, então, descreve o próximo boneco, número 5: Para que andeis de maneira digna do Senhor. O comportamento, a vida prática, não acontece no vácuo. Ela é informada por esses outros "bonecos", a forma como percebemos e as crenças que temos, a forma como discernimos e compreendemos. Nossas escolhas informam nossa perspectiva e ambas criam uma estrutura mental, um caminho de menor resistência para nossas escolhas, com base em nossas percepções do que é nosso melhor interesse.

Paulo ora para que os colossenses fossem cheios de toda sabedoria e compreensão porque ele sabia que este era o caminho para um aperfeiçoamento comportamental duradouro e, portanto, uma bênção experiencial. Os colossenses apenas andariam de maneira digna do Senhor quando pudessem entender corretamente esse caminho. Isso exigia o resgate de sua perspectiva, eles deveriam ver as coisas com sabedoria, ver a vida como ela é, a partir da perspectiva de Deus.

Agir corretamente é o que Deus requer de nós. Paulo desejava que os colossenses agradassem a Deus em todos os aspectos, no modo como pensavam (conhecimento/compreensão), como percebiam a vida, a perspectiva que escolhiam (sabedoria) e o que faziam/as escolhas que decidiam fazer (caminho).

Este alinhamento de viver de acordo com a vontade de Deus produz resultados positivos. Paulo diz que o resultado disso produz frutos em toda boa obra, como Epafras e muitos outros faziam. Paulo menciona no versículo 6 que o Evangelho estava dando frutos em todo o mundo. Assim, ele explicitamente convida os colossenses a participar desse sucesso. O fruto, como boas obras, apontava para o produto de uma mente renovada, uma perspectiva verdadeira alinhada com a verdade da realidade da ordem criada por Deus.

Outro resultado positivo e frutífero é que os colossenses estavam aumentando no conhecimento de Deus. Viver assim produz colheitas. Quanto mais vivemos alinhados com Deus e produzimos o fruto do Evangelho, mais conhecimento de Deus podemos esperar. O conhecimento de Deus proveniente da vida de fé é uma oportunidade espetacular e única em nossa existência.

Paulo escreve em Efésios 3:10 que os anjos e outros seres espirituais observam a igreja (crentes), buscando compreender a "multiforme sabedoria de Deus". Esses seres estão na presença de Deus e são ensinados diretamente por Ele. No entanto, eles nos observam para entender a multiforme sabedoria de Deus. A razão disso deve ser porque podemos conhecer pela fé e eles só podem conhecer pela visão. Os crentes alcançam esse incrível benefício do conhecimento de Deus quando andam de uma maneira digna do Senhor, para agradá-Lo em todos os aspectos. Viver uma vida agradável a Deus é o caminho que nos leva às maiores realizações possíveis.

Ao nos alinharmos com Deus, vivendo de uma maneira que O agrade, somos fortalecidos em tudo, de acordo com Seu glorioso poder. Não se trata das dinâmicas mundanas de poder, fama e fortuna, mas da obtenção de toda fortaleza e longanimidade. O poder que Deus promete não é poder para controlar as circunstâncias ou eliminar as dificuldades. É o poder para administrarmos fielmente e vivermos em paz espiritual.

A recompensa terrena por este tipo de conhecimento, alinhamento e comportamento correto é, muitas vezes, o sofrimento. Melhor dizendo, a recompensa é crescer em fortaleza e longanimidade, para conseguirmos suportar a dor de forma mais eficaz. Suportar as dificuldades e permanecer fiel é algo agrada a Deus e armazena riquezas no céu, riquezas que perdurarão para sempre (Colossenses 1:5; 3:23-24).

Em meio às dificuldades, devemos dar graças ao Pai, que nos qualificou para participar da herança dos santos na Luz. No início do versículo 5, Paulo fala sobre "a esperança depositada para vós no Céu". Tudo isso é um exercício de retardar as gratificações. O objetivo final não é a facilidade ou o conforto circunstancial; é agradar ao Senhor e participar de Seu Reino. Esta é a herança dos santos.

Paulo, mais tarde, chamará isso de "recompensa da herança" (Colossenses 3:23-24). Esta herança é reservada no Céu como recompensa. Algumas heranças nas Escrituras são incondicionais. O relacionamento com Deus é uma das heranças disponíveis a todos os crentes (Romanos 8:17a). Deus nunca rejeitará a Seus filhos (2 Timóteo 2:12). No entanto, outras formas de herança só são possuídas através da fidelidade, semelhante a Israel, que somente possuiu a terra que lhes havia sido concedida depois de serem fiéis para entrar nela e possuí-la. Um exemplo disso no Novo Testamento é a herança de reinar com Cristo, compartilhando Sua autoridade, mas somente se sofrermos como Ele sofreu e aprendermos a servir como Ele serviu (Romanos 8:17b; 2 Timóteo 212: Hebreus 12:1-2; Apocalipse 3:21).

O Pai qualificou-nos para participar desta herança pela vida e morte de Jesus. Este é um lembrete da maior e mais importante verdade — a supremacia de Cristo. Jesus é nossa esperança do Céu. Ele tornou possível para nós uma vida plena, uma vida que agrade a Deus e realize nossos anseios mais profundos. Nossa capacidade de viver esse tipo de vida é infinita, porque temos acesso ao poder da ressurreição de Jesus através de uma caminhada de fé.

Pois Ele nos resgatou do domínio das trevas. Sem a realidade de Deus, não somos capazes do alinhamento necessário para vivermos uma vida significativa. Ficamos totalmente sem esperança na ausência dos atos interventivos de Deus. Estar na terra nos torna parte do domínio das trevas. Porém, a morte de Jesus na cruz nos resgatou e nos transferiu para o Reino de Seu Filho amado (de Deus). Esta é uma mensagem chave do Evangelho, é a esperança de nossas vidas.

Jesus veio à terra e deixou uma herança a ser compartilhada com toda a humanidade. Ele viveu e foi crucificado, pagando o preço por nossa saída do domínio das trevas para o Reino da Sua luz. Parte dessa herança é sermos incondicionalmente aceitos na família de Deus, independentemente de nossas ações. Porém, a experiência mais completa dessa dádiva depende de nossas escolhas. Paulo desejava que os colossenses entendessem que os caminhos do mundo eram os caminhos das trevas. Ao enxergarem as coisas a partir da perspectiva de Deus, alcançando Sua sabedoria e andando em Seus caminhos através do poder de Sua ressurreição daria a eles acesso ao Reino de Seu Filho amado.

É em Cristo que temos a redenção, o perdão dos pecados. Depois de viver uma vida perfeita, a morte de Jesus serviu como substituto para a nossa morte espiritual. Ele se tornou o último cordeiro sacrificial. Por Sua morte e ressurreição, temos a redenção. Fomos justificados e declarados justos aos olhos de Deus. Todos os nossos pecados foram pregados na cruz (Colossenses 2:14). Isso significa que, agora, temos a oportunidade de sair do domínio das trevas e entrar no Reino da luz. Recebemos o perdão dos nossos pecados. Não estamos mais algemados a nossas imperfeições, mas recebemos uma porta de escape. Esta é uma dádiva incondicional que gera uma oportunidade incrível. Porém, a experiência dos benefícios advindos dessa oportunidade depende de nossas escolhas.

O que Paulo faz nesses versículos é mostrar como a maneira como pensamos sobre Deus e o compromisso que temos com Ele informam nosso comportamento diário. Isso configura tudo o que Paulo falará nos versículos e capítulos seguintes. Na medida em que entra nos detalhes da vida diária e aborda algumas das lutas particulares da igreja em Colossos, ele estabelece esses versículos como base para o que todos eles buscavam alcançar juntos, como equipe.

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