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Significado de Deuteronômio 16:13-15
Os versículos 13 a 15 tratam da terceira festa de peregrinação que Israel deveria celebrar: a Festa das Tendas. O termo “tendas” (hebraico "sūkkôt") refere-se aos abrigos temporários feitos de galhos e folhagens usados para abrigo pelos soldados no campo, ou por vigias que guardavam suas terras, ou por colheitadores de uvas que moravam nos vinhedos durante a época da colheita das uvas. A Festa das Tendas também era chamada de Festa do Ajuntamento, como aqui em Êxodo, que concluía as três festas de peregrinação que Israel deveria realizar a cada ano:
"Três vezes por ano celebrareis uma festa a Mim. Observareis a Festa do Pão Ázimo; durante sete dias deveis comer pão ázimo, como vos ordenei, à hora marcada no mês Abib, porque nele saístes do Egito. E ninguém aparecerá diante de Mim de mãos vazias. Também observareis a Festa da Colheita das primícias dos vossos trabalhos a partir do que semeis no campo; também a Festa do Recolhimento, no final do ano, quando do campo vos recolheis no fruto do vosso trabalho" (Êxodo 23:14-16).
A Festa das Tendas - ou Festa das Colheitas - estava conectada com a colheita de outono e celebrava a colheita de uvas novas e grãos para armazenamento para o inverno.
A eira refere-se a uma superfície dura e plana nas quais os grãos eram colocados a partir das plantas colhidas. A cuba de vinho refere-se a um grande recipiente que continha líquidos. Muitas vezes era feita de madeira e conectada a um recipiente inferior através de um cano. Assim, uma vez que as uvas eram amassadas no recipiente maior, o suco escorria para o menor. Ambas eram atividades realizadas no final da safra.
A Festa das Tendas era um festival de sete dias que começava sete dias depois de ter-se reunido em sua eira e sua cuba de vinho. Isso significa que começava depois que os grãos e uvas eram processados, colocados em recipientes e armazenados. Terminada a colheita e feito o trabalho, era hora de comemorar. De acordo com o livro de Levítico, esta celebração começava no décimo quinto dia do sétimo mês chamado "Tisri", correspondendo aproximadamente a algum momento de setembro/outubro em nosso calendário (Levítico 23:34). Esta festa celebrava o ápice do ano agrícola (Levítico 23:39-43).
Levítico 23:36 menciona um oitavo dia adicional anexado a esta festa de sete dias. O primeiro dia e o oitavo dia desta festa deveriam ser dias de descanso, com todas as leis do sábado semanal aplicadas aos dois dias de descanso. Em hebraico, o oitavo dia é chamado de "Shemini Atzeret" e é visto na tradição judaica como tendo seu próprio tempo distinto. É especificamente mencionado em Neemias 8:
"Ele lia o livro da lei de Deus diariamente, do primeiro ao último dia. E celebraram a festa sete dias, e no oitavo dia houve uma assembleia solene de acordo com a ordenança (Neemias 8:18).
Shemini Atzeret é chamado de "o último dia, o grande dia da festa" em João 7:37.
Moisés diz ao povo que ele deveria se alegrar na festa (v.14). Deveria ser um momento para desfrutar a recompensa das colheitas. Era um momento para curtir a família, os vizinhos e os conterrâneos, a quem deveriam amar como a si mesmos. Era um momento para desfrutar dos frutos de seus trabalhos. Seu trabalho árduo havia se transformado em grande benefício e era hora de se alegrar. Eles também deveriam celebrar os grandes benefícios de estar em um relacionamento de aliança tão maravilhoso com seu Senhor Susserano. Ao seguirem Seus caminhos, eles tinham a oportunidade de viver em uma terra grandemente abençoada, onde o amor, o invés da exploração, era a principal atitude que cada pessoa tinha em relação ao outro.
Não apenas o chefe da casa era orientado a se alegrar, mas toda a sua família deveria participar da celebração. Moisés lista todos os que deveriam comparecer: tu, teu filho, tua filha, teu servo e o levita, o estrangeiro, o órfão e a viúva que estão em suas cidades. O chefe da família deveria alegrar-se com todos os que pertenciam à sua casa.
O termo “estrangeiro” (hebraico "gēr") pode ser melhor explicado pelo termo "peregrino", uma vez que se refere a alguém que reside em um país estrangeiro que simplesmente viaja por prazer ou a negócio (Deuteronômio 5:14; 10:18-19). O estrangeiro não podia tere terras e dependeria em graus variados dos israelitas. Porém, eles também deveriam ser convidados a participar. A alegria e a ação de graças do festival deveriam ser compartilhadas por todos.
Isso também se aplicava aos órfãos e às viúvas. Eram parcelas vulneráveis da população.
Esses três grupos de pessoas (estrangeiros, órfãos e viúvas) estavam entre os que tinham menos poder na sociedade israelita. Uma vez que a essência da aliança de Deus com Seu povo era que eles tratassem uns aos outros como gostariam de ser tratados, essas leis faziam provisões especiais para os vulneráveis, visando protegê-los da exploração. Os pobres deveriam ser incluídos na celebração. Eles também deveriam se alegrar e desfrutar da comunidade junto com todos os outros no festival.
Como na festa dos pães ázimos, Moisés diz ao povo: Durante sete dias celebrareis uma festa ao Senhor, vosso Deus (v.15). Viver nas tendas por sete dias lembrava o povo da jornada pelo deserto, onde eles haviam habitado em tendas, após sua libertação por seu Senhor da escravidão no Egito. Durante a viagem, as doze tribos se tornaram uma nação, até que entraram na Terra Prometida. O povo deveria comemorar. Esta foi uma ocasião feliz e uma festa alegre de lembrança e comunhão. Os israelitas nem sequer haviam entrando na terra ainda, mas Deus já estava dando ordens para que se lembrassem. A memória humana desaparece rapidamente e esses festivais eram projetados como lembretes contínuos.
Outra exigência era a de que a festa fosse celebrada no lugar em que o Senhor escolhesse. Esta era uma referência ao santuário central, o local religioso onde a presença de Deus habitava. O santuário central foi inicialmente o tabernáculo que já havia sido construído no deserto; eventualmente, ele se tornou o templo, construído pela primeira vez sob o rei Salomão. Celebrar a Festa das Tendas no santuário central permitiria que os israelitas experimentassem a presença de Deus entre eles enquanto agradeciam a Ele por Suas provisões. O local do santuário ainda não havia sido escolhido neste momento. Porém, o fato de Deus mencioná-lo definitivamente fala da certeza de que os israelitas tomariam posse da terra assim que cruzassem o rio Jordão.
A razão da celebração dada aqui é porque o SENHOR, seu Deus, o abençoará em toda a sua produção e em toda a obra de suas mãos, para que sejas completamente alegre. As bênçãos de Deus aqui se referem aos abundantes produtos agrícolas que Ele daria a Seu povo, bem como à força e coragem que Ele lhes daria para trabalhar. A festa ocorreria no momento da colheita de outono e o povo deveria se lembrar da fonte original de suas recompensas e ser grato. Isso novamente apontava para a realidade de que Deus estava prestes a permitir que eles possuíssem a terra que já havia sido concedida.
Isto era algo muito importante para o povo, visando sua preparação para entrar na terra. Tais bênçãos exigiam que os vassalos fossem gratos e alegres. Eles deveriam a elevar seu Deus Susserano acima de qualquer outra coisa, porque Ele era a fonte última de suas bênçãos. Eles deveriam desfrutar da companhia de seus irmãos e vizinhos israelitas, a quem deveriam amar como a si mesmos. Isso refletiria a aliança que eles haviam feito com seu Susserano, conforme demonstrado nos Dez Mandamentos. Eles deveriam honrar as leis, servir e amar uns aos outros.
No Reino Milenar, até as nações gentias serão obrigadas a fazer peregrinação a Jerusalém na Festa dos Tabernáculos:
"Então acontecerá que qualquer um que reste de todas as nações que foram contra Jerusalém subirá de ano em ano para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrar a Festa das Tendas" (Zacarias 14:16).
A gratidão e a lembrança continuarão durante o reinado milenar.