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Significado de Deuteronômio 19:4-7
Tendo instruído os israelitas a reservar três cidades de refúgio na Terra Prometida, Moisés apresenta uma ilustração para explicar por que tais cidades eram necessárias e como o estatuto deveria ser aplicado. A ilustração envolvia o caso do matador que poderia fugir para lá e viver (v.4). A palavra “caso” (hebraico "dābār") pode ser traduzida como "provisão", pois indica o que deveria ser feito. Em Deuteronômio 15:2, é traduzida como "maneira". De acordo com Números 35, o matador era definido como alguém que cometesse o ato acidental de matar (Números 35:22-24).
Portanto, Moisés diz aos israelitas que a única condição que permitia que alguém buscasse refúgio em uma dessas cidades era no caso de matar a seu amigo sem querer, não o odiando anteriormente. A declaração “não odiá-lo anteriormente” é adicionada para distinguir ainda mais a esse matador do assassino. Em outras palavras, alguém que cometesse um assassinato não intencional era um matador de homens. Alguém que cometesse um assassinato premeditado seria um assassino (Números 35:16-24).
Moisés, então, fornece uma ilustração que poderia explicar um assassinato acidental e não intencional. Ele descreve: Quando um homem entra na floresta com seu amigo para cortar madeira, e sua mão balança o machado para cortar a árvore, e a cabeça de ferro escorrega da alça e golpeia seu amigo para que ele morra (v.5). A cabeça de ferro refere-se à lâmina de metal pesado montada no cabo do machado.
Assim, Moisés diz a Israel que, na hipótese de um homem cortar árvores em uma floresta com seu amigo, seria possível que a parte de ferro do machado saísse voando, atingisse a seu amigo e o matasse. Caso isso acontecesse, o assassinato seria não intencional, porque eles não tinham discórdia e não havia maldade ou ódio envolvido. Além disso, o machado não foi direcionado para o amigo, a cabeça do machado apenas voou acidentalmente. No entanto, aparentemente há apenas duas pessoas envolvidas. Portanto, não haveria uma testemunha para confirmar que a morte fora acidental. Em tal situação, o matador poderia fugir para uma dessas cidades e viver. Os fatos-chave na aplicação dessa lei parecem ser os seguintes: a) não houve motivo, o homem que morreu era um amigo, alguém a quem o matador não odiava anteriormente; e b) não havia testemunhas, portanto, o matador tinha a opção de fugir para uma cidade de refúgio.
Fugir para uma dessas cidades era necessário porque o vingador do sangue poderia persegui-lo. O “vingador do sangue” (hebraico "gō'ēl haddām") significa literalmente "o redentor do sangue". O conceito provavelmente se refira a um parente próximo responsável por punir ao culpado na forma do crime. Essa pessoa, diz Moisés, pode perseguir o matador no calor de sua raiva e alcançá-lo, porque o caminho é longo. Em outras palavras, se houvesse apenas uma cidade de refúgio, podia ser que a pessoa que desejava vingar a seu parente morto tivesse tempo suficiente para pegar o matador. Porém, com três cidades, a possibilidade seria consideravelmente reduzida. O matador de homens teria tempo suficiente para fugir para uma dessas cidades, a fim de ser protegido do vingador de sangue que desejava tirar-lhe a vida, embora não fosse merecedor da morte, já que não havia odiado seu amigo anteriormente.
Portanto, a fim de salvar a vida do matador, Moisés ordena aos israelitas que reservem três cidades para si (v.7). Essas cidades forneceriam asilo apenas para os matadores, ou seja, aqueles que mataram outra pessoa acidentalmente e sem ódio ou premeditação. Isso possivelmente também preservaria a vida do vingador, porque se ele matasse ao matador (acusado de matar acidentalmente ao amigo), isso seria injustificado, já que o assassinato não havia ocorrido por ódio ou maldade. Um parente vingador só poderia matar legalmente alguém culpado de assassinato (Números 35:21).