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Significado de Deuteronômio 21:10-14

Nesta seção, Moisés especifica as regras relativas ao casamento de um homem israelita com uma mulher capturada em batalha.

Moisés, então, volta-se ao tema de quando os israelitas saíssem para lutar contra seus inimigos (v.10). Israel fora autorizado a guerrear, porém sem negligenciar o cuidado com a vida humana. Israel deveria batalhar dentro das áreas de autoridade específicas em termos de tirar a vida de quem quer que fosse. A ocasião específica era quando o SENHOR, seu Deus, os entrega em suas mãos e os leva cativos. O fato de que os israelitas foram autorizados a levá-los cativos significava que o foco aqui são os inimigos não-cananeus. O SENHOR ordenara aos israelitas que aniquilassem aos cananeus (Deuteronômio 7:1-3).

Assim, quando um homem israelita saía para a batalha (presumivelmente contra um inimigo não-cananeu) e via entre os cativos uma bela mulher (v.11), ele estava livre para tomá-la como esposa, caso tivesse desejo por ela. O primeiro uso da frase hebraica traduzida como bela (literalmente "beleza externa") ocorre ao descrever a esposa de Abraão, Sara (Gênesis 12:11).

A atração masculina por mulheres bonitas tem sido uma constante na experiência humana. No entanto, certas coisas deveriam ser postas em prática antes que o casamento com a mulher desejada pudesse ser consumado. Os procedimentos necessários tinham o potencial de criar um período de esfriamento, bem como uma oportunidade de discernir a vontade da mulher.

Primeiro, o homem israelita deveria levá-la para sua casa (v.12), onde ela seria obrigada a raspar a cabeça. Em segundo lugar, a mulher precisava aparar (hebraico "'āsâh", "fazer") suas unhas. Tanto a raspagem da cabeça quanto o corte das unhas eram rituais de purificação no Antigo Oriente Próximo. Era também um indício visível de que a mulher havia cortado os laços com sua vida anterior e que ela havia adotado essa a vida com o homem israelita.

Em terceiro lugar, a mulher deveria retirar as roupas de seu cativeiro (v.13), indicando que não era mais uma escrava cativa. Essas ações simbolizavam sua mudança de status de escrava cativa para israelita. Isso sinalizava que ela estava mudando sua cultura.

Em seguida, a mulher não israelita deveria permanecer na casa do homem e chorar por seu pai e sua mãe por um mês inteiro. Este era o período normal para o luto no antigo Israel (Números 20:29). Isso exigia que os israelitas mostrassem respeito à mulher em sua perda. Isso lhe dava tempo para lamentar o que havia perdido (como seus pais, seja por morte ou separação) e para lidar com sua nova vida na sociedade israelita.

O fato de a mulher estar de luto apenas por seu pai e sua mãe, e não pelo ex-marido, poderia implicar que ela fosse solteira. Independentemente disso, depois que o período de luto era concluído, o homem era autorizado a ser seu marido e ela seria sua esposa.

Essa lei também previa o caso de o marido não ficar satisfeito com ela (v.14). Se fosse esse o caso, ele deveria deixá-la ir para onde ela quisesse. Ou seja, o marido poderia rescindir o casamento, se quisesse. No entanto, ele não era livre para tratá-la da maneira que quisesse e determinar o que aconteceria com ela.

Isso significava que ele não tinha o direito de vendê-la por dinheiro. A frase vendê-la por dinheiro é intensa no texto hebraico e tem o objetivo de enfatizar o ponto de que o marido não poderia vendê-la por qualquer motivo, em nenhum momento. A esposa divorciada deveria permanecer livre para fazer suas próprias escolhas.

Além de não poder vendê-la como escrava, o marido também não podia maltratá-la. A palavra para “maus-tratos” (hebraico "'āmar") tem o sentido de tratamento brutal e tirânico de uma pessoa sobre a outra. Podia incluir o abuso físico e/ou psicológico. A esposa divorciada não deveria ser maltratada porque o marido já a havia humilhado o suficiente ao se divorciar dela. Isso traria desonra para ela; assim, ela não deveria ser ser tratada de forma desumana.

O marido deveria respeitar a vida humana, incluindo quem fosse capturado em batalha. O fato de ela não ser israelita e não ser da comunidade da aliança não importava; ele deveria respeitá-la. Podemos concluir que o sexto mandamento reflete um princípio maior, o princípio da santidade da vida. A mulher cativa era um ser humano feita à imagem de Deus e, por isso, ainda merecia ser tratada com dignidade.

Resumindo, Moisés explica aos homens israelitas como tratar as mulheres capturadas durante os tempos de guerra, caso eles desejassem se casar com aquelas mulheres. Eles deveriam cuidar delas como se tivessem se casado com uma mulher israelita. Eles não tinham permissão para maltratá-las ou matá-las por qualquer motivo.

Essa lei só se aplicava às cidades distantes ou fora dos limites da Terra Prometida (Deuteronômio 20:10-18). A razão para isso é que o Deus Susserano (Governante) havia ordenado a Seu povo que destruísse completamente a todas as cidades cananéias junto com seus habitantes. O casamento com as mulheres desses povos foi completamente proibido (Deuteronômio 7:2-3; 20:12-16). Ao fazer isso, Deus estava protegendo Israel da adoção da cultura cananéia altamente exploradora (Levítico 18; Deuteronômio 8:19-20).

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