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Significado de Deuteronômio 23:15,16
Os versículos 15 e 16 tratam da questão dos escravos fugitivos. A regra que Moisés dá ao povo aqui é que eles não entregassem a seu senhor um escravo que tivesse escapado dele (v.15). Provavelmente o escravo mencionado aqui não fosse um israelita, mas alguém que havia escapado de uma situação miserável em outro país. Os israelitas que tinham que se vender como escravos para pagar suas dívidas deveriam ser libertados após sete anos. Os israelitas eram obrigados a tratar a seus escravos com dignidade, inclusive dando-lhes o sábado para descansar (Deuteronômio 5:14, 15:1).
Consequentemente, escravos fugitivos não eram algo incomum, como deixam claro vários textos bíblicos (Gênesis 16:6; 1 Samuel 25:10). Como a maioria deles era submetida a trabalhos duros, não era incomum que um escravo procurasse um lugar de refúgio. Muitos deles escolhiam a terra de Israel como lugar para começar uma nova vida. Portanto, Moisés proíbe aos israelitas devolver os escravos fugidos a seu senhor estrangeiro.
A maioria das leis antigas do Oriente Próximo condenava a qualquer um que não devolvesse um escravo a seu senhor. A lei bíblica, no entanto, permitia que um escravo se estabelecesse onde quisesse nas cidades israelitas e proibia sua devolulção a seu senhor.
Em vez disso, os israelitas deveriam permitir que ele vivesse no meio deles (v.16). O escravo fugido era livre para viver no lugar que escolhesse, em uma das cidades israelitas onde lhe agradava. Isso significa que ele recebia a autorização de viver totalmente integrado à comunidade israelita.
Moisés também instrui o povo a não maltratá-los. Os seres humanos pecaminosos tendem a subestimar e maltratar aos mais vulneráveis (por exemplo, estrangeiros, viúvas e órfãos, conforme indicado em Êxodo 22:21-22). Porém, este nunca é o plano de Deus para os seres humanos, porque toda vida humana é preciosa, criada como imagem de Deus (Gn 1:26-28). A aliança de autogoverno de Deus era baseada no amor aos outros, enquanto as culturas pagãs eram baseadas nos fortes explorando aos fracos. Os princípios de amar os outros deveriam aplicar-se àqueles que buscassem refúgio em Israel.
Assim, até mesmo os escravos foram criados à imagem de Deus e, portanto, tinham valor, dignidade, significado e propósito. Os israelitas, ao contrário de seus vizinhos, deveriam tratar a vida dos escravos como valiosa. Tal atitude os diferenciaria de seus vizinhos e seria um testemunho da graça do Senhor para todos e do grande benefício de seguir Seus caminhos. Mostrava também a imparcialidade de Deus, cuja benevolência se estendia a todos os que buscavam refúgio sob Suas asas, independentemente de sua posição.