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Significado de Deuteronômio 2:16-23
A destruição da geração desobediente, aqui descrita como homens de guerra, representa um momento crucial na jornada rumo à conquista de Canaã. A evidência é clara na repetição das afirmações "até que toda a geração dos homens de guerra pereça" (v.14), "até que todos pereçam" (v.15) e "quando todos os homens de guerra finalmente perecem" (v.16). Em todos esses três casos, a referência se realcioan ao povo rebelde sobre quem Deus havia dito: "Nenhum desses homens, esta geração má, verá a boa terra que jurei dar a seus pais" (Deuteronômio 1:35; Números 14:30). Esta primeira geração morreu no deserto sem ver a Terra Prometida.
Em Números 1, os que foram numerados eram homens "de vinte anos para cima, quem fosse capaz de sair para a guerra em Israel". E em Números 14:29, aqueles que foram impedidos de entrar na Terra Prometida eram contados de acordo com seu "número completo de vinte anos para cima". Assim, os homens de guerra eram os mesmos que tinham vinte anos ou mais na época do censo. A mensagem era clara: aqueles que não tomariam posse da herança seriam os mesmos que haviam se recusado a lutar por ela, como Deus havia ordenado. Deus levantou uma nova geração e os instruiu a entrar e lutar. É preciso coragem para andar em obediência. Ao permitimos que o medo nos impeça de obedecer nos leva à perda das recompensas.
Portanto, quando todos os homens de guerra finalmente pereceram do meio do povo, o SENHOR falou a Moisés para instruí-lo sobre como a nova geração de israelitas deveria se comportar quando da conquista de Canaã. O SENHOR diz: "Hoje atravessarás Ar, a fronteira de Moabe". Aqui, o texto faz alusão a uma região em Moabe chamada Ar, referindo-se a toda a terra de Moabe.
Nesta seção, as instruções dizem respeito aos filhos de Amon. Deus diz a Seu povo: "Quando voltardes aos filhos de Amon, não os assedieis nem os provoqueis". O verbo traduzido como "assediar" significa basicamente "tratar alguém como inimigo", ou "mostrar hostilidade a alguém". O verbo "provocar" significa "envolver-se em conflito com alguém". Deus usou esses dois verbos juntos para fortalecer a ordem a Seu povo de que não entrassem em guerra com os filhos de Amon. Israel deveria mostrar respeito aos amonitas porque eles eram seus parentes, assim como os edomitas e os moabitas (2:1-15). Deus lhes diz: "Porque não vos darei nenhuma terra dos filhos de Amom como posse, porque a dei aos filhos de Ló como posse". Eles deveriam obedecer e não lutar contra aqueles povos mas, ao mesmo tempo, obedecer e lutar contra os povos a quem Deus os instruiria a lutar.
Recordemos que, quando o SENHOR destruiu Sodoma e Gomorra por causa de suas más ações, Ló e suas filhas "escaparam para os montes" (Gênesis 19:17). As filhas de Ló engravidaram de seu pai bêbado e deram à luz filhos. A filha mais velha deu à luz um filho chamado "Moabe", que gerou os moabitas; a mais nova deu à luz "Ben-Ami", que gerou os amonitas (Gênesis 19:30-38). Assim como os moabitas, os amonitas eram intimamente relacionados aos israelitas. Deus, portanto, instrui Seu povo a não assediá-los, nem provocá-los, porque era Ele quem lhes havia dado aquela terra como herança.
Assim como na seção anterior, Moisés novamente interrompe o fluxo da narrativa para dar algumas informações de fundo sobre os primeiros habitantes da terra de Amon. Como Moabe, a terra de Amon havia sido considerada como a terra dos Refaim, pois eram eles que viviam lá anteriormente. Porém, enquanto os moabitas os chamavam de Emim (v. 11), os amonitas os chamavam de Zamzumim. Como na seção anterior (vv.9-15), o narrador nos diz que esses moradores eram gigantes e numerosos como os Anaquim. No entanto, o Deus todo-poderoso os destruiu para dar lugar aos amonitas (e aos edomitas, como indicado no v.22). Como o SENHOR destruiu os Zamzumim para dar a terra aos amonitas, Ele diz aos israelitas que fossem favoráveis aos amonitas.
Moisés compara o que o Senhor havia feito pelos amonitas com o que fez pelos filhos de Esaú. Ele diz: "Assim como Ele [o Senhor] fez pelos filhos de Esaú, que vivem em Seir, quando destruiu os horitas diante deles". A implicação da comparação é que os filhos de Amon também tinham o direito de remover os Zamzumim e se estabelecer em seu lugar, porque foi Deus quem lhes havia dado aquela terra, assim como deu Seir aos filhos de Esaú.
O objetivo dessa informação de fundo era lembrar aos israelitas da inviolabilidade da terra de Amom, já que ela havia sido concedida aos habitantes atuais pelo SENHOR (Deuteronômio 32:8). Isso contrasta com o tratamento que Deus prescreve para os amorreus. Em Gênesis 15, Deus diz a Abraão que seus descendentes voltariam do Egito para lidar com os amorreus depois de quatro gerações, porque "a iniquidade dos amorreus ainda não está completa" (Gênesis 15:16). Deus providencia uma janela substancial de tempo para os amorreus se arrependerem antes de impor o julgamento.
Antes de fazer a transição para os amorreus com quem Israel deveria lutar (vv.24-25), o narrador apresenta brevemente dois novos povos (os Avim e os Caftorim). Os Caftorim (de Caftor) destruíram os Avim e viveram em seu lugar. É interessante observar que os Avim também eram dos Refains, já que o texto diz que eles viviam em aldeias até Gaza (Josué 11:22). A história humana está repleta de vários grupos removendo outros grupos. Em alguns casos, Deus dispensa justiça por meio de outros povos, embora seja improvável que os motivos da invasão fossem justos. Todas essas informações mostram o poder de Deus em ação.