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Significado de Deuteronômio 2:9-15

Ao continuar sua lição de história, Moisés relembra aos israelitas a ordem de Deus de não molestarem os moabitas porque, como os edomitas, eles eram parentes de Israel. Suas terras lhes foram concedidas pelo Senhor.

A próxima fase da jornada levou o povo de Deus através de Moabe, um país localizado a leste do Mar Morto. Quando os israelitas se aproximaram da terra de Moabe, Deus lhes diz para protegerem os moabitas. Ele afirma: "Não assediem Moabe, nem os provoquem à guerra".  O verbo traduzido como "assediar" significa basicamente "tratar alguém como inimigo", ou "mostrar hostilidade a alguém". O verbo "provocar" significa "envolver-se em conflito com alguém". Deus usa esses dois verbos juntos para enfatizar Seu comando ao Seu povo a que não entrasse em guerra com os moabitas. Deus acrescenta: "Porque Eu não vos darei nenhuma de suas terras como posse". A terra moabita deveria permanecer intacta porque Deus a havia dado aos filhos de Ló como posse. Aqui, o texto faz alusão a uma região em Moabe chamada Ar, referindo-se a toda a terra de Moabe.

A terra de Moabe recebe o nome do homem chamado "Moabe", filho de Ló com sua filha mais velha. A história de Ló e suas filhas está registrada em Gênesis 19. Neste texto, vemos que, quando Sodoma e Gomorra foram destruídas, Ló e suas duas filhas "escaparam para as montanhas" (v. 17). O texto indica claramente que o SENHOR os poupou por causa de Sua compaixão: "Deus lembrou-se de Abraão e enviou Ló para fora do meio da derrubada, quando derrubou as cidades em que Ló vivia" (v. 29). Assim, Ló e suas filhas saíram e viveram "nas montanhas".

Vivendo nas montanhas sem maridos, as duas filhas de Ló fizeram-no "beber vinho" e "deitaram-se com ele" para que pudessem "preservar" sua "família através dele" (Gênesis 19:32-38). Assim, as filhas de Ló geraram filhos, a quem chamaram de "Moabe" e "Ben-Ammi". Moabe tornou-se o pai da nação de Moabe e Ben-Ammi de Amon. A história demonstra claramente que os moabitas e os israelitas estavam intimamente relacionados porque Ló era sobrinho de Abraão, de acordo com Gênesis 12:5. Isso explica por que Deus adverte os israelitas a não desrespeitarem seus parentes (Deuteronômio 2:9).

Em Deuteronômio 2:10-12, Moisés abre um parêntese para dar alguns detalhes sobre o povo que anteriormente ocupou Moabe e Edom. A terra de Moabe foi originalmente habitada pelos Emim. Essas pessoas eram gigantes e numerosas como os Anaquim e eram consideradas como Refaim, uma antiga raça de gigantes que vivia na Palestina durante a época de Abraão (Gênesis 15:20). Porém, os moabitas os chamavam de Emim. No que diz respeito à terra de Seir (Edom), ela foi originalmente habitada pelos horitas, mas os filhos de Esaú os removeram e destruíram antes deles, estabelecendo-se em seu lugar. Os filhos de Esaú despojaram os horitas porque o Senhor lutou por eles lhes deu a Seir como posse (v.22).

Moisés fala sobre o que os filhos de Esaú fizeram aos horitas através de uma figura de linguagem envolvendo a comparação de um item com outro e usando o termo "assim como". Ele diz: "Assim como Israel fez com a terra de sua posse, que o Senhor lhes deu". A implicação da comparação é que os filhos de Esaú tinham o direito de desapossar os horitas de Seir, assim como Israel havia desapropriado os amorreus e os cananeus da terra de Canaã.

Portanto, o objetivo dessas informações era lembrar aos israelitas da inviolabilidade das terras de Moabe e Edom, porque elas haviam sido dadas aos atuais habitantes pelo SENHOR (Deuteronômio 32:8). Mais uma vez, isso demonstra que Deus cuidava de outras famílias da terra além de Israel.

No versículo 13, Moisés retoma sua narrativa com a palavra "então" para conectar essa seção de volta ao versículo 9. No entanto, enquanto o versículo 9 contém comandos negativos, o versículo 13 contém comandos positivos. Deus diz a Seu povo: "Levantai-vos e atravessai o ribeiro" (v.13). O ribeiro de Zerede é a fronteira sul de Moabe. Desagua no Mar Morto. Moisés lembra os israelitas a obdecerem à ordem de Deus ao dizer: "Então, atravessamos o ribeiro de Zerede". A travessia deste ribeiro marcaria o fim das andanças dos israelitas pelo deserto.

Finalmente, Moisés lembra os israelitas de sua jornada desde o momento em que deixaram Cades-Barnéia, no segundo ano após o Êxodo, até o momento em que atravessaram o ribeiro de Zerede no quadragésimo ano, logo antes de ele [Moisés] começar seu discurso no primeiro dia do décimo primeiro mês (1:3). Moisés declara: "Agora, o tempo para virmos de Cades-Barnéia até cruzarmos o ribeiro de Zerede foi de trinta e oito anos".

Deus permitiu que Seu povo vagasse no deserto por trinta e oito anos até que "toda a geração dos homens de guerra perecesse de dentro do acampamento, como havia jurado". Por causa da rebelião da velha geração de israelitas, a mão do Senhor estava contra eles para destruí-los de dentro do acampamento, até que todos perecessem." Portanto, os versículos 14 e 15 servem para marcar a transição entre a antiga geração, que havia se rebelado contra o mandamento de Deus em Cades-Barnéia, e a nova geração que entraria e possuiria Canaã. Neste ponto de virada, cumpre-se a promessa de Deus: “Nenhum destes homens, esta geração má, verá a boa terra que jurei dar aos vossos pais” (1, 35).

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