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Significado de Deuteronômio 31:14-23
Nesta parte, a fala é do SENHOR. Nessa narrativa, Deus lembrou a Moisés que ele estava prestes a se reunir com seus antepassados, ou seja, que o momento de sua morte estava próximo (v. 14). Por esse motivo, Deus disse a Moisés para chamar Josué a fim de que ambos se apresentassem na tenda da reunião, para que Ele pudesse comissionar Josué. A tenda da reunião nem sempre se referia ao Tabernáculo. Também se referia a uma tenda que Moisés colocou fora do acampamento israelita, onde ele se encontrava com o Deus (Governante) Suserano (Êxodo 33:7-11). De qualquer forma, o SENHOR estava prestes a manifestar Sua presença, assim como fez sobre o tabernáculo enquanto Israel vagava pelo deserto.
Quando Moisés e Josué estavam na tenda, apareceu Jeová na coluna de nuvem; e a coluna de nuvem estacionou sobre a porta da Tenda. (v. 15). A coluna de nuvem era uma das formas como o Deus Soberano se manifestava ao Seu povo da aliança, especialmente durante a peregrinação no deserto (Êxodo 13:21-22; Números 11:25). A aparição do SENHOR enfatizava o quão solene e importante era esse momento. Ele estava prestes a revelar uma palavra profética importante a Moisés e Josué.
O SENHOR então lembrou a Moisés que ele estava prestes a se juntar a seus antepassados (v. 16), e depois disso o povo de Israel se levantaria e se prostituiria com os deuses estranhos da terra para onde estavam indo. Para o povo seguir os deuses pagãos ao seu redor significaria que eles deliberadamente abandonariam seu Deus (Governante) Soberano e quebrariam a aliança que Ele havia feito com eles. Israel cairia na idolatria ao adorar os deuses pagãos das nações cananeias. O que se seguiria a essa idolatria seriam práticas exploradoras, onde os fortes se aproveitam dos fracos (Levítico 18). Isso seria em total contraste com o comando de Deus para os israelitas de servi-Lo amando seus vizinhos como a si mesmos (Levítico 19:18).
Devido a essa futura desobediência, acender-se-á a minha ira contra ele naquele dia, e o abandonarei. (v. 17). O resultado seria que Ele os abandonaria e esconderia o Seu rosto deles. A palavra abandonar (Heb. "'āzab") significa "deixar" ou "ficar a distância". O SENHOR se dissociaria do Seu povo porque eles O haviam abandonado (Deuteronômio 28:20; 29:25). Deus havia designado para o Seu povo a "tarefa" de ser um "reino de sacerdotes e uma nação santa" (Êxodo 19:6). Seu "acordo" com Deus era que Ele os abençoaria se eles servissem uns aos outros e mostrassem ao mundo um modo melhor de viver. Se não o fizessem, então Deus teria que se dissociar deles, para que o mundo não entendesse mal os Seus caminhos.
Quano o SENHOR esconde o Seu rosto, significa que Ele retiraria Sua presença dos israelitas. Além disso, esconder o Seu rosto seria o oposto de deixar o Seu rosto "brilhar" sobre eles (Números 6:25-26), resultando na perda da Sua bênção. Israel precisava cumprir corretamente a sua função para obter a bênção de Deus.
Porque o SENHOR retiraria Sua presença protetora quando Seu povo se tornasse idólatra, eles seriam consumidos, e muitos males e problemas viriam sobre eles. Em outras palavras, o Deus Soberano cumpriria as provisões de Sua aliança/tratado com Israel e puniria severamente Seu povo, permitindo que eles sofressem por causa dos muitos males e problemas que lhes sobreviriam. Se eles tivessem sido fiéis a Ele, Ele teria sido fiel a eles e os protegido de tal sofrimento. Os israelitas sofreriam as maldições descritas em Deuteronômio 28:15-68. Essas maldições viriam sobre eles exclusivamente porque Israel as escolheu.
O sofrimento de Israel os levaria a indagar sobre a presença de Deus entre eles, dizendo não é porque nosso Deus não está no meio de nós que estes males vieram sobre nós? O povo de Deus chegaria à conclusão de que todo esse sofrimento ocorreu porque o SENHOR retirou Sua proteção deles. Seu tratado com eles como seu soberano exigia que eles se submetessem a Ele. No mundo antigo, o tratado típico exigiria que os governantes inferiores pagassem tributo ao governante superior/Soberano. No caso de Deus, Seu "tributo" era que Israel andasse em Seus caminhos e amasse seus vizinhos, o que seria para o seu próprio bem. No futuro, Deus diz que eles deixarão de obedecer à voz de seu SENHOR Soberano. Eles não prestarão atenção a Suas advertências.
Deus disse que certamente esconderia Seu rosto naquele dia (v. 18). O hebraico para certamente esconder é enfático, garantindo que Ele não prestaria atenção às aflições de Israel por causa de todo o mal que fariam, pois se voltariam para outros deuses. É interessante que o mal mencionado aqui seria o resultado de sua idolatria. Israel precisaria de ajuda protetora, mas Deus desviaria Seu olhar.
À luz da apostasia que viria após a morte de Moisés, Deus ordenou que Moisés e Josué escrevessem essa canção para si mesmos (v. 19). Eles deveriam então ensiná-la aos filhos de Israel. Deus também pediu a Moisés e Josué que colocassem a canção nos lábios de Israel. O uso de uma canção facilitava a memorização dessa mensagem e sua transmissão para outros, em vez de simplesmente repetir uma série de estatutos. A canção estava nos lábios de Israel para que soubessem que estavam sendo julgados e para que soubessem como recuperar a bênção e a proteção de Deus. Ela deveria ser ensinada a todas as gerações para que essa canção pudesse ser uma testemunha Dele contra os filhos de Israel.
O motivo pelo qual Deus queria que Moisés e Josué ensinassem a canção aos israelitas era porque Ele sabia o que eles fariam quando os trouxesse para a Terra Prometida, uma terra que fluía com leite e mel, como havia jurado a seus pais (v. 20). O SENHOR prometeu dar-lhes vitória sobre os cananeus, dar-lhes a Terra Prometida e abençoá-los. E o SENHOR cumpriria o Seu lado da aliança. No entanto, Deus sabia que surgiria uma nova geração que se tornaria arrogante e começaria a buscar seu próprio caminho.
O SENHOR sabia que o Seu povo Israel, assim que ocupassem a Terra Prometida, fartar-se-á, e engordará e se voltará para outros deuses; servi-los-á, desprezar-me-á e violará a minha aliança. Desprezar (Heb. “nā’aṣ”) significa "tratar com desrespeito" ou "ter desprezo por". O povo voluntariamente rejeitaria o seu Libertador/Provedor e também não cumpriria o acordo de seguir a aliança que fizeram com o seu SENHOR (Êxodo 19:7-8).
As possessões materiais e o conforto físico levariam Israel à indulgência e à se sentir no direito (entitlement, I have nooo ideia how to translate this one, let me know what you correct it to so i can learn), o que, por sua vez, os levaria a abandonar o Deus Soberano e buscar os caminhos pagãos de autoindulgência e exploração (consulte Levítico 18 para uma lista de práticas pagãs comuns). Essa advertência foi claramente expressa em Deuteronômio 8:11-16. O Deus (Governante) Suserano traria seus vassalos (Israel) para a Terra Prometida, uma terra que jorra leite e mel, ou seja, uma terra abundante e próspera. Deus abençoaria Israel a ponto de excesso, e Suas bênçãos fariam com que Israel tomasse sua prosperidade como garantida. Isso, por sua vez, faria com que o povo perdesse a necessidade do SENHOR, o abandonasse e buscasse outros deuses. Em geral, os deuses pagãos eram meios para justificar comportamentos carnais, especialmente a imoralidade sexual.
Entretanto, a idolatria de Israel não ocorreria sem consequências negativas. Como o Deus Suserano disse anteriormente (v. 17), muitos males e problemas viriam sobre Israel (v. 21) e, quando isso acontecesse, esta canção serviria como testemunha perante eles (pois não seria esquecida dos lábios de seus descendentes). Em particular, quando Israel se entregasse à exploração, Deus os entregaria para serem explorados por nações conquistadoras (Deuteronômio 28:25-35).
Deus providenciou a Moisés e a Josué esta canção porque sei as cogitações que há nele mesmo agora, antes de o ter eu introduzido na terra que prometi com juramento. Deus conhece todos os pensamentos dos seres humanos (Hebreus 4:12). Nada pode ser escondido Dele, pois Ele é sabe tudo (onisciente). Como Deus disse em Jeremias 17: "Eu, o Senhor, sondo o coração, examino os pensamentos, para recompensar a cada um de acordo com o seu proceder, de acordo com o fruto de suas ações."
A canção (Deuteronômio 32:1-43) serviria como material de ensino para motivar Israel a permanecer fiel ao Senhor e testemunhar contra Seu povo infiel quando falhassem em segui-Lo. Ela também ensinava sobre a soberania de Deus sobre toda a criação e Sua justa punição dos pecados. Nessa canção, há um lembrete de que Israel havia concordado em obedecer às provisões da aliança de Deus e suportar as consequências adversas da desobediência.
Então, Moisés obedeceu ao Senhor e escreveu essa canção no mesmo dia, e a ensinou aos filhos de Israel (v. 22).
Tendo ordenado a Moisés e a Josué que escrevessem a canção e a ensinassem aos israelitas (vv. 14-22), o Deus Suserano agora voltou Sua atenção para Josué. Ordenou Jeová a Josué, filho de Num, e disse: Sê corajoso e forte (v. 23). Como o novo líder de Israel, Josué precisava ser ousado e firme, pois ele conduziria os filhos de Israel à terra que o Senhor lhes havia prometido. Deus tinha prometido proteger Israel e garantir-lhes a vitória. Mas Ele esperava que o povo tivesse a coragem de lutar. Sua bênção viria através de sua obediência. O povo precisava de um líder corajoso.
Deus concluiu seu discurso a Josué, o assegurando de Sua presença, dizendo: Eu estarei contigo. Ao longo do Antigo Testamento, o Deus Suserano prometeu Sua presença constante a muitos de Seus líderes escolhidos. Ele prometeu estar com Isaque (Gênesis 26:1-3, 24), Jacó (Gênesis 28:10, 15; 31:3) e Moisés (Êxodo 3:12).
A presença de Deus com Seu povo garantia sucesso, proteção e vitória. Isso significa que, para um líder israelita ser bem-sucedido, ele deve, antes de tudo, obedecer ao SENHOR.
É importante notar que, embora houvesse consequências adversas substanciais para Israel se eles escolhessem desobedecer ao seu acordo de aliança, Deus nunca os abandonaria como Seu povo. Deus escolheu Israel para ser Seu povo não por causa do seu desempenho, mas porque Ele os amava (Deuteronômio 7:6-8). No Cântico de Moisés, no Capítulo 32, Deus deixará claro que, apesar de Seu julgamento quando eles O desobedecerem, virá a libertação pelas mãos de Deus:
“Porque Jeová vindicará ao seu povo
e se arrependerá no tocante aos seus servos,
quando vir que o poder deles já se foi,
e que não resta nem escravo nem livre.”
(Deuteronômio 32:36)