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Significado de Deuteronômio 32:28-33
Moisés continua a apresentar o Cântico de Moisés a ser cantado por Israel, visando se lembrar de sua aliança com Deus. Isso ocorre pouco antes do momento em que Moisés morreria e Josué conduziria o povo através do Jordão para a Terra Prometida.
Nesta seção, Moisés explica a razão do SENHOR para julgar ao Seu povo do pacto. A justificativa para o julgamento de Israel é porque eles erma uma nação carente de conselhos, e não há compreensão neles (v. 28). A palavra “conselho” (hebraico 'êṣōwṯ) consiste em Seus planos e Sua vontade para Seu povo. Nesta canção, Israel conhecia o conselho do SENHOR — eles simplesmente escolheram não segui-lo.
A palavra “compreensão” (hebraico "tebûnâ) é baseada na preposição traduzida como "entre" (hebraico "bên"). Refere-se à capacidade de discernir entre verdade e mentira, farsa e realidade, etc. É um ingrediente-chave da sabedoria bíblica (Provérbios 1:2, onde a palavra hebraica usada é "bînâ"). O SENHOR apresentou-lhes a realidade, eles escolheram a ilusão. É nossa natureza acreditar que a melhor opção que temos é explorar as pessoas para satisfazer-nos a nós mesmos. Isso gera à morte dos relacionamentos, a morte da comunidade e a morte do propósito (Romanos 6:23). Deus criou os seres humanos para governarem a terra em harmonia e serviço (Salmo 8). Quando seguimos ao mandamento do Senhor de amar ao próximo e servir a seus interesses, como queremos que os nossos sejam atendidos, isso produz vida a uma comunidade, equipe, família ou organização. A aliança de Deus com Israel aconselhava-os a amar. Ao invées disso, eles escolheram buscar a exploração.
Novamente, esta canção fala de eventos no futuro do pretérito, mostrando a certeza de que eles aconteceriam. As gerações futuras cantariam essa canção e esses eventos estariam realmente em seu passado.
O povo de Deus não tinha discernimento ou sabedoria porque negligenciava ao Deus de sua salvação (v. 18). Eles haviam perdido a perspectiva de que o SENHOR era Aquele que os jhavia salvo da escravidão no Egito e os conduzido através do deserto para dar-lhes a Terra Prometida, uma terra que fluía leite e mel (Deuteronômio 26:9). Isso deveria ter demonstrado a eles a benevolência de Deus e Seus feitos para que seguissem aos caminhos de Deus. Porém, eles ignoraram a Deus e seguiram a seus próprios caminhos. Ao fazer isso, eles seguiram à mesma tentação básica que causou a queda da humanidade em primeiro lugar, o desejo de seguir a nossos próprios caminhos, ao invés dos caminhos de Deus (Gênesis 3:6).
O SENHOR, então, aponta que eles seriam sábios e entenderiam isso, e discerniriam (uma palavra relacionada ao entendimento no versículo anterior) seu futuro (v. 29). Em outras palavras, se os israelitas tivessem mantido algum grau de sabedoria sobre a vontade do SENHOR, eles teriam entendido a intenção de Deus de abençoá-los além da medida caso simplesmente obedecessem às Suas leis (Deuteronômio 28:1-14). O pacto explicitava claramente que a construção de sua sociedade baseada no amor, não na exploração uns dos outros, geraria muitas bênçãos. Porém, eles não deram ouvidos. Se tivessem ouvido as advertências sobre as perdas que experimentariam por quebrarem o tratado/aliança, eles teriam dado ouvidos a Deus.
Eles se esqueceram de que tudo o que tinham a fazer era permanecer obedientes às palavras de Deus. Eles negligenciaram o conceito de que a sabedoria era fundada no temor do SENHOR (Provérbios 1:7). Recusar-se a temer a Deus e à Sua palavra é como recusar-se a temer a gravidade; ignore-a por sua conta e risco. O mesmo acontece com as leis morais de Deus. Os modos de exploração criam a morte; os modos do amor criam a vida.
Em vez de fazer sua prioridade máxima seguir aos conselhos de Deus, eles seguiram caminhos falsos. Assim, tornaram-se tolos (opostos a serem sábios), esquecendo-se dos caminhos da bênção; ao invés disso, escolheram os caminhos da maldição que o SENHOR havia claramente estabelecido para eles. Esta canção seria um lembrete constante de que suas escolhas teriam consequências. Deus deixou claro como alcançarem as maiores bênçãos. Eles optaram por não O ouvir.
Para ajudar Israel a entender o julgamento de Deus, Moisés pergunta: Como um poderia perseguir mil e dois colocar dez mil para fugir? (v. 30). Moisés usa uma pergunta retórica para enfatizar a lição. Em termos humanos, seria impossível para um soldado derrotar a mil soldados inimigos. Como pode ser? A pergunta tinha o objetivo de mostrar a Israel que sua derrota era uma consequência direta de sua infidelidade ao pacto do Senhor.
No livro de Levítico, Deus já havia deixado isso claro para Israel ao dizer que "Cinco de vocês perseguirão cem, e cem de vocês perseguirão dez mil, e seus inimigos cairão diante de vocês pela espada" (Levítico 26:8). Isso aconteceria caso os israelitas andassem de acordo com as leis do pacto de Deus, porque Deus lutaria por eles (Levítico 26:3; Josué 23:10). No entanto, o fracasso em seguir aos preceitos da aliança de Deus levaria Deus a entregar Israel a seus inimigos (Levítico 26:17).
A explicação de Moisés indica a Israel que um exército superior não pode ser derrotado por um exército menor e mais fraco, a menos que sua Rocha os tivesse vendido, e o Senhor os tivesse abandonado. Um inimigo perseguiria mil israelitas e dois fariam com que dez mil deles fugissem, porque a Rocha de Israel, Javé, os entregaria, conforme prescrito no tratado/aliança. Esta canção era um lembrete de que as consequências das escolhas de Israel eram reais.
Moisés, então, muda de assunto e agora descreve os inimigos de Israel, especialmente seus deuses. Ele afirma que, de fato, a rocha deles não é como a nossa Rocha (v. 31). A Rocha de Israel, Javé (o SENHOR), é fiel, perfeita e justa em todos os Seus caminhos; Ele é justo e não há Dele injustiça (v. 4). No entanto, a chamada “rocha do inimigo” (seus deuses pagãos) não passava de ídolos inúteis feitos por mãos humanas (v. 21). Eram mera desculpa moral para justificar sua imoralidade/exploração. Os adversários de Israel tinham deuses impotentes e insignificantes, na verdade inexistentes.
O Deus Susserano (Governante) decidiu julgar a Israel de acordo com os termos do tratado. Ele usaria seus inimigos como instrumentos de Seu julgamento, como havia prometido (Deuteronômio 8:19-20). Ele permitiu que os inimigos de Israel os derrotassem. Tal vitória não mostrava o poder dos inimigos de Israel. Em vez disso, mostrava o poder do verdadeiro Deus de Israel em contraste com a fraqueza dos falsos deuses a quem Israel havia se voltado. Tal observação era tão óbvia que até nossos próprios inimigos julgam isso.
Para descrever como os inimigos pagãos eram corruptos e inúteis, Moisés os relaciona aos habitantes de Sodoma e Gomorra. Ele afirma que sua videira era da videira de Sodoma e dos campos de Gomorra (v. 32). A videira é uma referência às divindades pagãs das cidades chamadas Sodoma e Gomorra, localizadas na planície do Jordão (Gênesis 10:19, 13:10).
Por causa da grosseira imoralidade e iniquidade do povo de Sodoma e Gomorra, "o Senhor fez chover sobre Sodoma e Gomorra enxofre e fogo do Senhor do céu, e derrubou aquelas cidades, e todo o vale, e todos os habitantes das cidades, e o que cresceu na terra" (Gênesis 19:24-25). As pessoas em Sodoma e Gomorra e nos arredores viviam vidas extremamente imorais (Gênesis 13:13, 18:20) e o SENHOR as destruiu completamente por causa disso. Isso deveria servir de exemplo, mas Israel não prestou atenção.
Nesta canção, Moisés diz ao povo de Israel que as uvas dos deuses de seus inimigos eram uvas de veneno, seus cachos, uvas amargas, cheias de veneno amargo que destruía a vida. Seu vinho era o veneno das serpentes e o veneno mortal das cobras (v. 33) porque elas eram corruptas e perversas. São imagens que mostram que as consequências de se seguir aos caminhos de exploração egoísta sempre levam à morte. A morte significa separação. O pecado leva à morte. Pelo pecado, os homens são afastados da harmonia com Deus, uns com os outros e até consigo mesmos.
Assim como no caso de Sodoma e Gomorra, sua maldade gerou sua completa destruição. O salário ou consequências do pecado é a morte (Romanos 6:23). Mas o dom de Deus é a vida eterna. Deus dá a vida eterna como um dom que não pode ser perdido, assim como Deus escolheu a Israel como Seu povo (Deuteronômio 7:7-8). Porém, para experimentarmos esta vida e obtermos os benefícios deste relacionamento, devemos andar em obediência aos Seus caminhos. Isso foi verdade para Israel e é verdade para os crentes do Novo Testamento (Gálatas 6:7).